A CANTRIZ!
Folheando um exemplar da
Revista QUEM, da Editora Abril, do mês de Dezembro próximo-passado, na seção
“De A a Z”,
achei por demais interessante, uma entrevista com a atriz ALESSANDRA MAESTRINI
que viveu a personagem Bozena, uma jovem vinda da cidade de Pato Branco, no
Paraná, que trabalhava como doméstica, no humorístico da TV Globo “Toma Lá Dá
Cá”.
Bonita, um rosto limpo,
saudável, a atriz se declara “soprano absoluta”; expressa o seu amor, a sua
ligação com a música. Revela sua
admiração por Barbra Streisand, a quem, desde pequena, imitava cantando embaixo
do chuveiro; relembra suas aulas de canto, iniciadas aos 15 anos de idade e sua
estréia no teatro com o musical “As malvadas”.
Seguindo a linha ali revelada:
musical, a atriz fala sobre o seu primeiro SHOW e CD, denominados “DRAMA
N’JAZZ”, a que se refere como cheio de clássicos do Jazz, pop e MPB. Relata que leu CLARICE
LISPECTOR, inicialmente, “A Via Crucis
do Corpo” , aos 19 anos, o que se tornou
um marco na sua vida. Essa lembrança parece embasar o lado versátil, impecável,
evidenciado na abordagem Global sobre a irresistível escritora, na série da autora Maria Camargo, “Correio Feminino”.
Sua trajetória mista de atriz e cantora, com
larga experiência no teatro, avoluma-se
na turnê pelo País juntamente com Juan Alba, ao levarem aos palcos o espetáculo “NEW YORK, NEW YORK”,
a primeira montagem no Brasil, do livro transformado em filme e dirigido pelo
consagrado Martin Scorsese e que, na telona, foi protagonizado magistralmente por Liza Minnelli e Robert de
Niro.
Lendo Alessandra Maestrini “
De A a Z”, percebe-se uma alma
sensível, porém determinada e apaixonada por seu trabalho. Traços de sua
personalidade são revelados ou mesmo sugeridos por locuções inteligentes, bem
construídas, nas quais duas prenderam, um pouco mais a minha atenção, levando-me
a refletir.
A primeira informação passada
pela atriz refere-se a letra “A” e para qual usou a palavra Amor, nada demais,
até aí. Entretanto, essa Paulista de 36
anos, que fez aulas de tablado aos 11, ousou e fechou a questão: “Amor É a
essência da paz, da sabedoria...”. Quantos jovens atores e atrizes não usariam
a chance para dar ao amor uma conotação puramente emocional? Identificar o amor como essência, substância,
natureza da paz e da sabedoria é, no mínimo, crer no amor universal, no pacifismo
como imprescindível... . É acreditar na absoluta beleza da Paz.
E a sabedoria? Como tornar o
amor imanente á sabedoria? Ora, o amor é, sem sombra de dúvidas, o elemento no
qual fluem sentimentos bons, entre esses aquele que agrega valores reais: a sabedoria.
O sábio ama e esse sentimento nobre traz a reboque seleções fundamentais em sua
vida. Quem acolhe o amor como parte de seu ser opta pelo melhor: a beleza do
mar, o perfume da flor, a liberdade dos seres, o olhar e o sorriso das crianças,
a beleza da música... A doce consciência
da melhor escolha.
A artista ao chegar ao “T” é contundente: “sou taurina... dizem que touro é o signo mais
sensual do zodíaco e sou mesmo apaixonada pelo agrado dos sentidos: boa música,
bom paladar, bom sexo.” A frase ecoou dentro de mim. Sim, porque referir-se a boa música, bom paladar, é algo que se vê rotineiramente. São temas que exercem um certo fascínio e tem sempre bons ouvintes, bons leitores.
A referência a "bom sexo" não é uma amenidade. O tema "Sexo", vende revistas, espetáculos musicais, teatro, filmes, escândalos e tudo onde se possa, efetivamente, explorá-lo. Mas, bom sexo é algo que aparece apenas numa frase, egoísta e sem sentido, repetida nos leitos, na literatura e na cabeças de criaturas sem imaginação: Foi bom para você? Traduzindo: Fui bom? Sou gostoso?
O encadeamento das definições da atriz sugere algo diferente. A ideia ofertada é aquela onde os parceiros respeitam o imaginário do outro, também nesse cenário. Novamente, Alessandra desvia-se das imagens e declarações, repetidas, de senhoras do ambiente artístico nacional, bem como de jovens candidatas a atrizes ou mesmo já reconhecidas, que apontam um "céu" sem limites. Afirmam, orgulhosamente, todas as possibilidades imagináveis ou não. Máquinas do sexo. Seres que a semelhança daqueles criados em ambientes virtuais ou da indústria específica, prometem subir no teto e incendiarem-se juntos com seus companheiros.
Uma atriz com pensamento próprio, alguém para se gostar nessa leva de novos valores. Uma mulher com um ritual de persistência, aliado ao amor por sua escolha. Parabéns "cantriz Alessanda Maestrini".
2 comentários:
Você fez uma escolha bem legal, o assunto muito bem explicadinho e gostoso de ler.
Bjs
Nicinha
Lourdes a Nicinha tem razão. Texto rápido e de fácil leitura. Realmente a Alessandra Maestrini vale a homenagem. Cláudia
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