Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.
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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

MURIÇOCAS E OUTROS AGITOS EM JOÃO PESSOA





O CARNAVAL DE ONTEM E DE HOJE

JOÃO PESSOA sempre teve tradição de realizar um bom Carnaval. A cidade destacava-se em animação, variedade e opções para que a população vivenciasse os festejos independentemente de idade ou condição Social. As rua vestiam-se de colorido alegre e descontraído. A decoração seguindo a sugestão da época, mostrava a criatividade de artistas locais que se empenhavam em traduzir suas fantasias através de suas imaginação.


 Na lagoa do Parque Arruda Câmara, acontecia o  “Corso”, onde os carros circulavam em marcha lenta num roteiro iniciado na rua Duque de Caxias, no centro, de onde partiam os veículos cheio de foliões que pulavam dentro e fora daqueles, ao som de musicas de Carnaval, com confetes, serpentinas, alguns , mais afoitos e mais velhos, bebiam, tomavam porres com lança perfume e , a  grande maioria  aproveitava a ocasião para  intensificar paqueras. No corso nasciam e morriam paixões. Os pais mais prevenidos entregavam a motoristas profissionais a direção dos carros e, também, o "cargo"  de olheiros , assegurando que nada saísse da normalidade.

 
Na Cidade, clubes realizavam grandes Carnavais. Entres os quais destacavam-se o Clube Cabo Branco que, juntamente com o Clube Astréia, abrilhantaram a sociedade Paraibana, realizando festas tradicionais  e de muita repercussão. O CABO BRANCO foi, com toda a certeza, o MAIS TRADICIONAL DOS CLUBES DE JOÃO PESSOA. Iniciou suas atividades em 1917 no Bairro de Jaguaribe. Nas décadas de 1920 a 1970  disputou a preferência dos paraibanos no concorrido Baile das Debutantes, Carnaval e no tradicional Grito de Carnaval, esse com o Baile do Vermelho e Branco.


Outros Clubes também realizavam seus bailes, prévios e carnavalescos, como o tradicional Clube Astréia com o Azul e Branco, o Jangada Clube com o Verde e Branco e, o Iate Clube que abria o seu carnaval na chamada Sexta-feira gorda. Todos rivalizavam nas orquestras, na decoração, na animação e no que ofereciam de serviços aos seus freqüentadores.



Um evento que se destacava no período era o grito de Carnaval na pequena ilha de Areia Vermelha.  Tradicional e inusitado porquanto os foliões tinham hora para chegar e para sair, tudo conforme ditava a natureza, ou seja a tábua das marés. Em Areia Vermelha os foliões  divertiam-se de uma forma natural. Sem sofisticações, dançando nas areias, refrescando-se no mar e saboreando comidas típicas. Um bloco que não faltava era o NEGA MALUCA, iniciado na Praia de Poço e que trazia mulheres caracterizadas e cheias de vontade e animação.



Ainda e cheios de emoção  as Matinês da AABB eram considerados as mais  animadas da faixa etária. Destinadas aos adolescentes e vistas como o "point" para onde convergia quase toda a juventude da época. Por outro lado as matinês do Cabo Branco eram mais voltadas para o público infantil , sendo bastante  animadas, cheias de mães e crianças fantasiadas . O Astreia, o Jangada  e o BNB Clube também promoviam suas matinês voltadas ao público adolescente. Igualmente, ocorriam noutros bairros bailes e matinês como era o caso do Clube ASSEX em Jaguaribe, do Internacional em Cruz das Armas e de outros.  Áureos tempos. 


Na contramão das tendências a cidade, esse ano,  já realizou alguns bailes, a exemplo do tradicionalíssimo “Vermelho e Branco”, nesse sábado,  15 de fevereiro QUE RESSUSCITOU DA CINZAS e reuniu cerca de 3.000 foliões. Produzido por particulares foi realizado nesse dia 15  no Clube de Engenharia, na Praia do Seixas, um baile de máscaras, às antigas. Sucesso completo com músicas antigas como Jardineira, Alalaô e muitas outras, além de marchinhas, como Máscara Negra, Bandeira Branca... frevos e hinos de clubes tradicionais como "Pitombeira dos Quatro Cantos e o Hino do Elefantes de Olinda". Tudo de muito bom gosto e tranquilo.


Hoje, seguindo uma linha natural os bailes de Carnaval deixaram os clubes – com algumas exceções – e tomaram as ruas. Em João Pessoa o carnaval já começou. Em cada esquina, cada semáforo, você pode ver crianças e jovens vestidos das maneiras mais diferentes possíveis, onde há sempre mascarados, com instrumentos musicais improvisados e que são as famosas “Ala ursas”; um nome, naturalmente cunhado no universo infanto-juvenil e, geralmente, representativo de uma faixa com menor poder aquisitivo  da sociedade. 


Pois bem, as “ALA URSAS” infestam as ruas de nossa Capital. Mascarados de Gorila ou de algo que seja horrendo. Vestem-se de sacos de tecido ou plástico, inteiros ou transformados em franjas, seguidos por vários meninos e até mesmo adultos que compõem a “bateria”, com “instrumentos de percussão”, utilizando de tudo o que a imaginação possa aproveitar para fazer barulho. 


Brincam. Divertem-se como se estivessem vestidos com as mais caras fantasias. Possuem senso crítico nato. Aproximam-se, tocam e cantam para e, em seguida, fazerem o gesto típico de quem pede. Pobre daquele que se faz de desentendido. O coro é uníssono: “ esse aí miserável, esse aí é miserável...” e à pobre criatura só resta sair dali o mais rápido possível, morto de vergonha, raiva e quase surdo com o batuque e os gritos. Melhor reservar umas moedinhas.


Estima-se que mais de um milhão de foliões devam participar do Carnaval de João Pessoa. Entenda o Carnaval de nossa Capital: na semana que antecede o Carnaval mais de 41 blocos farão as prévias e incendiarão fevereiro a partir do dia 20; no período de Momo, ou seja nos dias de Carnaval, deverão desfilar 71 blocos alternativos que enfeitarão os bairros;  acresçam a essa atrações mais 40 agremiações que desfilarão no "Carnaval Tradição" de 1º a 4 de março, na passarela da Avenida Duarte da Silveira. O Carnaval Tradição traz ESCOLAS DE SAMBA (4), TRIBOS INDÍGENAS (10), CLUBES DE ORQUESTRA (08), URSOS (16) e BATUCADAS (2).


A Avenida Presidente Epitácio Pessoa, que faz a ligação entre a cidade e as praias do litoral norte, a partir do dia 21, em área menor e de apenas 2,5 km, transformar-se-á no Corredor da Folia e, ali desfilarão os blocos do “Folia de Rua” no sentido Centro e/ou bairros/ Praia de Tambaú e adjacências.


O primeiro dia do “Folia de Rua” será com duas atrações quais sejam: A ORQUESTRA SPLOK inspirada na Orquestra Spok, pernambucana, com uma visão diferenciada e interessante mistura de ritmos onde se destaca a influência do Jazz, a introdução de arranjos modernos e o improviso. A Paraibana que abrirá as prévias em João Pessoa, mais que imitadora se torna uma multiplicadora da ideia inicial. A segunda atração, esperada por muitos é a BANDA MONOBLOCO -  cujo repertório varia entre as tradicionais Marchinhas, Samba e Frevo. Carioca, com muito molho os simpáticos integrantes prometem sacudir a galera. O Ponto de Cem Reis, no Centro da cidade, no dia 20 de janeiro, a partir das 19:00 hs., será o palco dessas apresentações.



Em seguida, no dia 21, já no Corredor da Folia, desfilará o Bloco de Arrasta – PICOLÉ DE MANGA. Com 21 anos de existência, arrasta uma multidão e pela primeira vez faz o percurso no sentido do Busto de Tamandaré na PRAIA DE TAMBAÚ. Com um perfil voltado para o adulto jovem o bloco traz nesse ano de 2014, atrações para todos os anseios. Chega a Avenida com Ramon Scheneide – bem ao gosto do público jovem; Aviões do Forró e Amazan Elétrico que estilizam e dão ares nordestino ao Carnaval do Bloco; Liss Albuquerque, Diana Miranda e Gracinha Telles que fazem o carnaval tradição e a linha “cabeça”. É o bloco onde, se espera encontrar o folião Luciano Cartaxo que o segue há vários anos.


Os BLOCOS DOS ATLETAS E DO BANHO DE CHEIRO desfilam no dia 22. Com sedução, alegria, beleza, descontração e muito AMOR, MUITO BEIJO E MUITA AZARAÇÃO, no Domingo, dia 23 chega o dia delas: AS VIRGENS DE TAMBAÚ, que debaixo de muita purpurina, muita renda, muita lingerie, muitos gritinhos e na companhia da maravilhosa MARGARETH MENEZES, ELATRICAZ, LISS ALBUQUERQUE, EUDINHO ARRUDA, JAIRO MADRUGA E RAYANE STEFANNY animam, provocam e conquistam corações no Folia de Rua.


Como um dos blocos mais tradicionais do Folia de Rua, AS VIRGENS DE TAMBAÚ constitui-se num espetáculo a parte. Sua concentração e a caminhada dos foliões até ela, enche a cidade de graça e alegria. As brincadeiras, as fantasias, o apelo muitas vezes cheio de deboches faz a diferença e, literalmente, arrasta milhares de foliões.


Preparado o terreno, provocados em sua efervescência carnavalescas  os paraibanos comemoram a chegada do grande dia, A QUARTA FEIRA DE FOGO, DIA 26 DE FEVEREIRO. Exibindo nesse ano um carnaval inspirado na “Alegria Campeã do Mundo”. Uma homenagem a Copa do Mundo e ao futebol campeão. Um dos maiores Clubes de Arrasta do Carnaval Brasileiro, MURIÇOCAS DO MIRAMAR, contagia, apaixona, enlouquece, desde os primeiros acordes vibrados em palco instalado na Praça das Muriçocas, no Miramar.


Com um público fiel e que cresce a cada ano o Bloco surgido da alegria de amigos que festejavam um aniversário do filho de um deles, ainda criança e que, posteriormente resolveram tecer uma crítica inteligente e saudar as muriçocas, para aqueles os únicos “seres” que permaneciam na cidade,  no carnaval. O bloco MURIÇOCAS DO  MIRAMAR tem a mais bela música tema entre todas os do gênero na Capital. O puxado por Trios Elétricos, tradicionalmente apresenta-se muito forte, vibrante, conta com o magnetismo pessoal do Mestre Fuba – cantor, compositor e autor do Hino das Muriçocas. 


Na próxima Quarta-feira de fogo apresentar-se-á com famosos que vão desde o atleta paraibano HULK, aos cantores LUCY ALVES, CARLINHOS BROWN, GRACINHA TELES, MAIARA GONÇASVES, além de 8 palcos e 12 trios que computarão mais de 20 atrações. PREPAREM-SE, PRECISARÃO DE FÔLEGO E DISPOSIÇÃO! AFINAL NO ANO DE 2013 ESTIMOU-SE EM APROXIMADAMENTE UM MILHÃO DE FOLIÕES ATRÁS DO MURIÇOCAS DO MIRAMAR.


E no dia 28 as convenções tremerão. Os elegantes, as divas darão lugar ao CAFUÇU, bloco carnavalesco que melhor se adéqua a noção de carnaval. Nele não há cordão de isolamento, aparente organização, comando, sugestão. O CAFUÇU É LIVRE, usa e abusa de sua liberdade, não tem medo ou vergonha de ser feliz.



Ser CAFUÇU é ser o que se deseja naquela hora. Pouco importa o que vestir, os adereços, os modos e as companhias. A idéia e divertir-se e, se para isso, é necessário exagerar no figurino então não se prive, embarque nessa. Não se incomode por ser brega, baranga, cafuçu...o carnaval é para isso mesmo, descontrair é a palavra de ordem. 



O CAFUÇU que se preza não esquece de: ter um celular potente, para ouvir música no ônibus e obrigar os demais passageiros a ouvir também; ter uma corrente de prata para ficar bem visível “nos peitos”;  ter óculos espelhados – para ver e ser visto; misturar cores fortes – quem gosta de tom pastel é intelectual; carregar na maquiagem – quanto mais vermelho melhor; arrochar a cintura, mesmo que a barriga pule; usar meia arrastão; colocar bóbis – para ficar charmosa; usar palito nos dentes – para melhorar a limpeza; usar pente no bolso - para arrumar o cabelo em qualquer lugar; desodorante Mistral – para matar quem está por perto; abrir a camisa para mostrar o porte elegante (leia-se: o bucho)...


O CAFUÇU é tão gostoso e diferente que continua atraindo multidões, desfila no centro histórico, percorre ladeiras, passa pelo baixo meretrício, junta as figuras mais incríveis possíveis e ainda assim, seguindo a linha tradicional, é tão irreverente quanto as alegres "Virgens de Tambú". NO CAFUÇU NÓS SOMOS OS CANTORES, AS ATRAÇÕES E O PÚBLICO.  SER CAFUÇU E SER FELIZ, DESCER ATRÁS DAS ORQUESTRAS DE FREVO, DANÇAR, PULAR, SORRIR E BRINCAR A NOITE INTEIRA, SEM RECEIO DE EXAGERAR NO MODELITO E SAIR PARA O ABRAÇO.


São muitos os blocos, as orquestras, as tribos, os ursos, venha conhecer e brincar no carnaval de joão pessoa. na praia, no centro, nos bairros, a alegria é a única coisa que não muda.  venha, veja e cante !

"MURIÇOCAS DO  MIRAMAR"
Compositor: Mestre Fuba
João Pessoa Sonha
Com o seu verde colorindo o azul do mar
E a cidade velha
Já se acorda 
Com seu canto secular
São as Muriçocas
Abram alas que elas vão voar        
Espalhando alegria
De Tambaú ao Rio Sanhauá
É um trê-lê-lê
É um Zum, zum, zum, zunindo
É um trê-lê-lê
Cuidado que elas vão te picar
Salve, salve sejam bem benvindas
As Muriçocas do Miramar
Coça, coça, coça
Que nesse frevo a gente se enrosca
Coça, coça, coça
Ninguém segura o carnaval das muriçocas
É fogo, é fogo, é fogo
É quarta-feira, é quarta-feira de fogo
É fogo, é fogo, é fogo
É o trê-lê-lê
É o zum, zum, zum de novo



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

JOÃO PESSOA, HISTÓRIA, MEMÓRIA, CULTURA E CARNAVAL


JOÃO PESSOA, ONDE O SOL NASCE PRIMEIRO!



João Pessoa, Capital do Estado da Paraíba, Segunda cidade mais  verde do nosso universo, Capital das acácias, Cidade onde o sol nasce primeiro. Jampa, berço de brasileiros ilustres, fundada aos 05 de Agosto de 1585, é UMA SENHORA DE 428 ANOS! A terceira cidade mais antiga do Brasil. Nascida “Cidade Real de Nossa Senhora das Neves”, tem como antecessoras, apenas, Salvador em 1549 e a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, essa no ano de 1565.


A sua fundação urgiu da necessidade do governo Português de se assenhorear da região, impedir os constantes ataques indígenas da tribo Potiguara à Capitânia de Pernambuco, a exemplo da chacina de Tracunhaém e, também, coibir  as presenças constantes e ameaçadoras dos franceses no seu território.


A cidade “Cidade Real de Nossa Senhora das Neves”, teve o seu “marco zero” fixado aos 18 quilômetros adiante do ponto de embocadura do Rio Paraíba, numa colina, que visualizava e dominava totalmente o atracadouro, à margem direita do  Rio Sanhauá, seu afluente *. (Fonte - Portal da Cidade de João Pessoa).


Ao longo de sua história a cidade recebeu denominações de acordo com a política da época. Assim a partir de 1588 foi denominada de “Filipéia de Nossa Senhora das Neves”*, homenageando o Rei Filipe que se tornara Rei da Espanha e de Portugal. Depois passou a ser chamada de Friederickstadt – Cidade de Frederico ou simplesmente Frederika, numa homenagem ao Príncipe de Orange, Frederico Henrique, isso por ocasião da dominação Holandesa no Nordeste do Brasil que durou 20 anos. Com a retomada da Coroa Portuguesa em 1654,  passou a se chamar “Cidade da Parahyba”. * Imagem de Nossa Senhora das Neves.


Em 1930 mais uma vez muda de nome e torna-se “João Pessoa”, numa homenagem a João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, Presidente da Província, assassinado em Recife e cuja morte impulsionou a Revolução iniciada no mesmo ano.


A História oficial induz a conclusão de que os motivos do homicídio foram particulares, originados da invasão do escritório de Advocacia de seu inimigo político João Duarte Dantas, com a supressão de cartas de amor trocadas entre esse e sua amada, a professora Anayde Beiriz e, a publicação no Jornal Oficial – A União - de uma daquelas cartas, supostamente determinadas ambas, a invasão e a publicação, pelo então Presidente, com fito à desmoralização pública de seu desafeto. Há controvérsias,  fontes indicam outro conhecido articulista Político como a pessoa que comandou títeres mudando os destinos desses personagens da nossa história. 


Desde o seu nascedouro, a Cidade tem na bravura, na independência de sua gente um distintivo a ser preservado. A bandeira de João Pessoa registra como lema: INTREPIDA AB ORIGINE que em latim significa: INTRÉPIDA DESDE A ORIGEM. Uma cidade com memória e identidade. Mesmo estando aquém do que se deveria preservar, nela aflora, a todo o momento, a pacífica co-existência  entre o novo e o velho.  


Nascida às margens do Rio Sanhauá a cidade se desenvolveu no sentido do mar. Litorânea por natureza tem, aproximadamente, 30 quilômetros de praias com paisagens maravilhosas, recantos quase selvagens de águas azuis e mornas, piscinas naturais límpidas, falésias artisticamente esculpidas pelos ventos, pelas areias, pela ação das marés. Exuberante na sua flora e em sua fauna, revela-se uma cidade a ser conhecida.


Assim é João Pessoa. Em seu território, na parte leste, ostenta o ponto mais Oriental das Américas, localizado na Praia do Seixas batizado de “a Ponta do Seixas”. Caracteriza-se por ser o local situado mais a leste do Continente Americano. Uma faixa de areias brancas que dista pouco mais de 800 metros do Farol do Cabo branco e, ao sul da barreira onde esse foi edificado.  Com a Falésia e o Farol do Cabo Branco* na praia de mesmo nome, a Ponta do Seixas forma um conjunto de rara beleza, conhecido mundialmente e objeto de grande fluxo turístico.  * Foto.



Dentre as Praias da Capital merece destaque Tambaú, com seus 8 quilômetros de extensão, areia fina, águas claras,  mornas e calmas.  Uma das mais belas construções nessa área é o Hotel Tropical Tambaú, uma edificação da década de 70, construído nas areias da praia, possui arquitetura arredondada e parte dela é envolvida pelas ondas do mar. 


A última das Praias de João pessoa – Barra de Gramame, destaca-se pela beleza rústica, por seus recifes, por sua areia branca e solta. Além do que a formação de pequena ilha com palhoças na parte doce da Barra de Gramame proporiona um lindom espetáculo, Esse fenômeno de aguas doce, em plena praia, se dá em razão  da sua proximidade com a foz do Rio Gramame. Existem ainda, outras praias como Manaíra, Bessa, Penha, Cabo Branco, Seixas, Picaõzinho, Praia do Arraial, Praia de Jacarapé e Praia do Sol 


A vocação de João Pessoa é, sem sombra de dúvidas, envolver os seus visitantes numa teia de beleza e sedução. As águas têm importante papel nessa missão. Com belas Praias e Rios, oferta, entre esses, o Estuário do Rio Paraíba que banha diversas cidades, proporciona excelentes passeios onde se destaca o encontro dos três rios: Paraíba, Sanhauá e Rio do Meio, bem como os  bares rústicos à beira dos manguezais e as ilhas. 



As ruas da cidade, com ênfase para áreas mais antigas apresenta uma grande diversidade de estilos arquitetônicos. Passear em João pessoa, caminhando por suas ruas, vamos encontrar de arquitetura Barroca a “Art Noveaux”. Constitui-se uma festa para os olhos, a riqueza do Centro Cultural São Francisco, composto pela Igreja de São Francisco, o Convento de Santo Antônio, a Capela da Ordem Terceira de São Francisco, a Capela de São Benedito, a Casa de Oração dos Terceiros – a Capela Dourada* -, uma Fonte e um grande Adro  com um Cruzeiro. Essas edificações com datas a partir de 1588, com toda a certeza é um dos mais belos conjuntos representativos do Barroco Brasileiro nessa Capital. (*foto).



Consolidando a beleza da arquitetura em João Pessoa e a título de citação, destaca-se o Palácio da Redenção*  – em estilo Barroco, construído em 1586 pelos Jesuítas; a Faculdade de Direito*, também construída em 1586 pelos Jesuítas em estilo Barroco-Colonial; a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no estilo Rococó; a Igreja da Misericórdia no estilo Maneirista; a Praça Antenor Navarro, representante da Art Noveau;  o Hotel Globo no estilo Art Decó; o Teatro Santa Roza de 1889, em estilo Barroco com fachada Greco-romana e que vem a ser um dos mais antigos do Brasil. (*fotos)




O novo também se sobressai em João pessoa. Com realce para: O Centro de Convenções “Poeta Ronaldo Cunha Lima” que se localiza no Polo Turístico Cabo Branco; a Estação Ciências Cabo Branco*, projetada por Oscar Niemeyer que possui 8.500m² de área construída, compõe-se de um conjunto de cinco edificações, destacando-se uma torre espelhada construída na forma octagonal, com 43 metros de distância dos lados opostos. Ainda e em construção, o Tour Geneve, em João Pessoa, com 183 metros, correspondendo a 51 andares.


Falar em João Pessoa inevitavelmente nos leva a um de seus cartões postais: a lagoa do Parque Solon de Lucena, ou simplesmente: Lagoa. Com uma área de 150mil e 490 metros quadrados dos quais 120 mil metros correspondem a parte alagada e, cuja urbanização foi iniciada em 1920. Com traçado original do Paisagista Burle Marx ostenta belos exemplares de Palmeiras Imperiais, Pau Brasil, Pau D’arco, Bambus, além de um bonito espelho D’agua e uma fonte sonora  iluminada.



Outra referência é a Bica, nome popular  do Parque Arruda Câmara cuja informação inicial remonta a 1782, registrando a autorização para construção de uma fonte, no pequeno bosque onde fluía um córrego. Todavia e de forma bem mais poética, há  uma lenda indígena que nos fala sobre o amor entre jovens de tribos inimigas: a índia Aipó filha de um cacique Potiguara e o guerreiro Tambiá, da tribo Cariri. Aprisionado o valente teve por “esposa da morte” a filha de seu inimigo. Após o casamento foi morto na floresta, recebeu a última mensagem de sua amada em forma de pranto. Diz-se que por cinquenta luas, Aipé chorou sobre a tumba do amado. As suas lágrimas fizeram brotar a fonte logo chamada de “Fonte Tambiá.” Que jorra até a presente data.


A Bica, parque urbano com 26,8 hectares é um santuário ecológico coberto por restos de Mata Atlântica.  Tem cerca de quinhentos animais de oitenta espécies, com destaque para o elefante, leões, onças, macacos prego e rhesus  araras, emas,  jacarés,  um urso e uma lontra.  A flora que enfeita  e perfuma o ambiente é formada por plantas nativa e plantas exóticas, nele vamos encontrar árvores centenárias das espécies Pau Brasil, Jenipapeiro,  Ipê Amarelo, Ingazeiro, Cássia Rosa, Palmeira de várias espécies e muito outros.




A segunda cidade mais verde do mundo tem o privilégio de possuir duas grandes reservas de Mata Atlântica, que respiram juntamente com os munícipes e se constituem verdadeiros pulmões da cidade. A Bica e a Mata do Buraquinho* são reservas verdes de valor inestimável. Com 515 hectares de mata virgem, cortada por rios, riachos e fontes naturais a Mata do Buraquinho teve parte de sua área transformada em Jardim Botânico, aberto ao público para estudo, pesquisa, passeios, trilhas e outros. Uma floresta no meio de uma capital. Uma riqueza ímpar. *Mata do Buraquinho.



Com absoluta certeza coisas maravilhosas dessa cidade amada ficaram de fora. Sua beleza natural, seu charme, também passa por seu povo, sua gente e seus artistas. Passam, sobretudo,  por Pessoenses que se desdobram para fazer uma cidade melhor no seu dia a dia. * Vista noturna largo do Frei S. Pedro Gonçalo - Casarões - Hotel Globo. Ladeira da Rua Padre Antônio Pereira. Rio Sanhauá.


João Pessoa também é CARNAVAL. Com prévias animadíssimas,blocos arrastando multidões. Para 2014 estão previstos: Quinta-feira , 20/02 - Abertura C/ Monobloco e Orquestra Spok. Ponto do cem Reis; Sexta-feira, 21/02 - Picolé de Manga C/ Aviões do Forró, Amazan Elétrico, Samba da Elite, Ramon Schneider, Liss Albuquerque, Diana Miranda, Gracinha Teles e Diana Miranda; Sábado, 22/02 -Bloco dos Atletas C/ Xexéu (ex- Timbalada) e Banho de Cheiro: Play Way; Domingo, dia 23/02 - Virgens de Tambú C/ Margareth Menezes, Liss Albuquerque, Eletricaz, Eudinho Arruda, Rayane Stefanny e Jairo Madruga; Segunda-feira, dia 24/02 - Bloco da Melhor Idade C/ Orquestra de Frevo e Muriçoquinhas de Miramar; Quarta-feira,dia 26/02 - MURIÇOCAS DO MIRAMAR C/ Lucy Alves, Carlinhos Brown, Fuba, Gracinha Teles e Maiara Gonçalves; Sexta-feira dia 28/02 - CAFUÇU C/ Orquestras de Frevo.


VENHAM, CONHEÇAM JOÃO PESSOA E APAIXONEM-SE POR ESSE "RECANTO TÃO BONITO DO BRASIL".