A MODA DE CADA UM
A Moda é algo que pode escravizar pessoas, ridicularizá-las, sublimá-las e até mesmo não ter a menor influência sobre elas. Alguns não saem de casa antes de verificarem as tendências, o que se diz sobre essa ou aquela grife ou estilista, o que está “bombando” ou, simplesmente, sem dar uma olhadinha nos sites de referência. Idem para aquela atriz super “antenada”, aquela cantora que arrasa por onde passa. Enfim, a moda quando não traz qualquer consequência tangível, palpável, pode, simplesmente, isolar alguém pela ausência de suas coordenadas.
Todavia, no mundo de hoje a
influência da moda, em suas múltiplas vertentes é imensurável. Assim, numa
matéria sobre a Copa do Mundo, que não sugere qualquer vínculo com essa secular
senhora, nesse período que antecede a competição, invariavelmente terá um ou
mais estilistas, indústrias, artesãos que não serão exclusivamente os nacionais,
lançando seu produto verde-amarelo, predestinado a vestir a “Pátria de
Chuteiras”, a entreter milhões e gerar bilhões em negócios. A moda se reveste
de verde-amarelo.
A moda alcança também a
alimentação. Parece haver um ciclo vicioso. Corpo bonito, sarado, é sem sombra
de dúvida a grande moda do verão, do inverno, do outono e da primavera. Mas, na
estação do rei Sol, o corpo não é um mero coadjuvante, torna-se imprescindível
ao brilho da época.
A aparência saudável e bonita
passa, também, por uma alimentação que contenha vitaminas, minerais e
antioxidantes. Mais uma vez surge a moda. É comum a febre por saladas,
encontradas com receitas semelhantes em todos os restaurantes. Quase sempre com
bastante verde, castanhas, nozes, milho e semelhantes.
Às saladas são acrescidos os sucos refrescantes, com ervas ou não e que fazem a cabeça de muita gente. Servidos a beira das piscinas, nos clubes nas festinhas. Verdes ou não, encantam pelo colorido das frutas e enfeitam as bandejas e rivalizam na decoração, criadas a partir da imaginação de quem os prepara. São comuns as rodelas, quadradinhos, triângulos de frutas, frutas deliciosamente esculpidas, gelo nos formatos mais curiosos possíveis, cortina de fumaça..., a variedade é imensa. Afinal são atrativos para os olhos e benefícios para o corpo.
E os hábitos? São modificados
em razão da moda? Claro. Hoje as redes sociais mais que “uma moda”, ditam-na.
Tamanha a pressão exercida sobre a sociedade que, para a humanidade, não viajar
na internet; não ter twitter ou não acessar blogs ou mesmo não ter um; não
estar no facebook; estar fora do instagran, exclui as pessoas, como se essas
não existissem.
Há um “conceito” no Marketing que relaciona as pessoas e a Web dizendo: “AS PESSOAS NÃO SÃO, ELAS ESTÃO”. Dizem também: “SE NÃO ESTÁ NO GOOGLE NÃO EXISTE”. E o dizem com propriedade – é moda, é a página mais acessada no Mundo. Inclusive, nos outros localizadores.
Entretanto a comida, a bebida, os hábitos, nenhum deles é páreo para a Moda, assim entendida como “ a tendência de consumo da atualidade. A palavra moda significa costume e provém do latim modus. É composta de diversos estilos que podem ser influenciados sob vários aspectos. Acompanha o vestuário e o tempo, que se integra ao simples uso das roupas no dia a dia. É uma forma passageira e facilmente mutável de se comportar e sobretudo de se vestir ou pentear. (Fonte Wikipédia – A Enciclopédia Livre)
Por outro lado algumas pessoas estão alijadas da moda como conceito universal. Entre as indianas é mais que um lugar comum o uso do “sari e do salwari”. Para as muçulmanas impera o uso do "chador e da burka". As indígenas, as aborígenes têm seu uso próprio e fora do que se denomina moda. Algumas seitas e religiões têm vestes de uso próprio, diverso do que normalmente seria adotado por pessoas no âmbito de uma sociedade mundana.
O Mundo Ocidental conhece bem as expressões: Look, Estilo, Grife, Marca, Tendência, Coleção, Acessório, Stylist, Temporada, Evento, Mito, todas atinente à Moda.
O look é o olhar, o entendimento que cada um firma
sobre a aparência daquilo que veste ou que alguém usa. O look é a combinação
das peças umas com as outras, com os acessórios ou com o que se calça, enfim é
a composição adotada para “o vestir”. A cantora Lady Gaga é, sem concorrentes,
a rainha dos looks excêntricos.
Não tem moda, não segue tendências, usa e abusa das peças e de esquisitices. Sua roupa pode ser de bolhas de plástico, de carne ou de qualquer outro material. Seus sapatos têm um só limite que não se adequa a musa: a normalidade. Seguindo o traçado nada na estrela é comum. Cantora, compositora, produtora, sua figura fora ou no palco, mostra um estilo suis generis, incapaz de ser previsto.
O Estilo compõe a personalidade
de alguém. Vem de dentro para fora. Não tem a ver com o que as outras pessoas
estão usando e sim com aquilo que faz bem, que deixa à vontade a usuária,
distinguindo-a. A moda é passageira, o estilo é próprio, é fidelidade a si
mesmo. Impõe-se aos demais e não oscila com os modismos. Aos que associam sua
figura a peças formais é violentar-se o uso de jeans ainda que de grife e
vice-versa.
Grife? Forte e competitiva a
partir do próprio vocábulo. Trata-se do nome comercial que é utilizado
antecedendo a marca, o (a) estilista. Ordinariamente nos remete a luxo, glamour,
requinte. Na atualidade grandes grifes
podem ou não guardar identidade com a Moda Vestuário, assim temos: Grife Chanel,
Grife Versace, Grife Balenciaga, Grife Giorgio Armani. A marca por sua vez dá nome a grife, pode
estar, também, associada à ostentação. As marcas constituem-se objeto do desejo
de muitos consumidores. O que dizer sobre as marcas Prada, Gucci, Louis
Vuitton, Rolex, Apple, Bulova, Mon Blanc e muitas outras?
No mundo da Moda há ainda a Tendência, aquela que se configura um projeto, sugestão fortemente marcada e que poderá influenciar a moda em determinado momento. A tendência pode ser revelada num tecido, numa padronagem que se repete com variantes que conservam a ideia original, em detalhes... A tendência poderá se tornar moda, ser usada por “todos” que buscam sempre estar em sintonia com uso da atualidade, do momento. Tendências que “pegaram”: tecidos com padrão animal, estampas com motivações tropicais, maxi colares...
A partir da preocupação que
muitos têm de acertar em suas escolhas, o mundo da moda cunhou pseudos verdades, regras para um código de roupas
e de maneiras de vestir quando a sugestão deveria ser inovar, criar, propor
coisas novas. Assim entre os mitos destaca-se: Listra verticais emagrecem,
verticais engordam; as estampas não podem ser misturadas; azul e verde não
podem ser usados juntos; decote ou roupa curta, jamais os dois; não usar
sapatos brancos à noite... Como todas as regras o que deveria ditá-las seria,
no mínimo, o bom senso. Talvez por isso as passarelas, os desfiles, a
atualidade mostre algo bem diferente.
A MODA é mais que um conceito, é um modus vivendi. Um universo extremamente atrativo, a um só tempo glamouroso, fascinante e que pode ser cruel e destrutivo. A história da moda está cheia de jovens anoréxicas, suicidas por não mais atenderem os padrões das agências, desiludidas, enganadas por falsas agências e agentes, exploradas sexualmente e descartadas.
O midiático mundo da moda tem
representantes brasileiras. A mulher
brasileira fulgura nos palcos e desfila como ninguém, para as melhores grifes. Numa
relação das dez modelos mais bem pagas do mundo, confeccionada pela Revista
Forbes, figura em 1º lugar Gisele Bündchen que arrecadou 42 milhões de dólares em
2013. Em 2º lugar a modelo Australiana Miranda Kerr. Em terceiro a também
brasileira Adriana Lima. Em quarto, Kate Moss que aos 39 anos continua sendo
uma das mais bem pagas do mundo e mantêm contrato milionário com a revista “Vogue”...
O time nacional é de primeira e dentre elas,
além das já citadas destacamos: Alessandra Ambrósio, Isabel Goulart, Ana
Beatriz Barros, Isabeli Fontana, Raica Oliveira... Entre as estrangeiras,
excetuando as citadas, temos as musas das passarelas nas figuras de Naomi
Campbel, Cindy Crawford, Linda Evangelista, Heid Klun, Bar Refaeli, Lara Stone,
Claudia Shiffer...
A moda tem seus ícones. Vivos
ou mortos seus nomes remetem a luxo, beleza, dinheiro, estilo, a tudo o quanto
o show demanda. Impossível falar de moda
e não citar Coco Chanel, Giorgio Armani, Cristobal Balenciaga, Pierre Cardin,
Jacques Cartier, Christian Dior, Dolce&Gabana, Hubert de Givenchy, Karl
Lagerfeld, Ralph Lauren, Paco Rabane, Mary
Quant, Yves Saint Laurent, Valentino. John Galliano, Jean Paul Gaultier, Calvin Klein, Christian
Louboutin, Alexander MacQueen e outros.
Não se pode considerar na moda
quem usa algo que não lhe cai bem ou é desconfortável, inadequado a idade, ao
tipo físico ou apenas busca agradar aos outros. Fique na moda, agrade primeiro
aos seus olhos, faça a você a crítica que faria a alguém que não seja de seu
agrado e que estivesse se vestindo com o mesmo look.
Um comentário:
Para pessoas acostumadas a se alimentarem de moda não existe limites. As causas que levam verdadeiros exércitos a viver escravizados são nebulosas. São enormes diferenças entre os componentes dessas falanges, os que ganham muito, os que erguem e derrubam mitos, os que submetem-se a humilhações e todo tipo de sofrimento justificado pela perda da identidade sem a adrenalina do mundo da moda. Achei muito interessante o texto que nos remete a uma centelha da realidade.
Anna Santos.
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