Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O QUE DÁ PRA RIR, DÁ PRA CHORAR


SENSO OU CONTRASSENSO?


Diz o cancioneiro popular, na fantástica visão de Billy Blanco, em seu “Canto Chorado”: “O que dá pra rir dá pra chorar. Questão só de peso e medida. Problema de hora e lugar. Mas, tudo são coisas da vida”. Vidência, experiência, poesia ou simplesmente inspiração. O fato é que a cada dia a canção se torna mais atual, mais fidedigna, atende e estimula a indagações de toda ordem. Numa modesta excursão por nossa atualidade podemos aplicá-la numa escala bastante variada.


A exemplo, a Presidente Dilma Rousseff, na improdutiva e malfadada missão, amargando o insucesso financeiro e um desempenho econômico pífio , participou do Segundo Encontro da CELAC- Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos – ocasião na qual e, em “segredo” , rendeu suas homenagens a quem chama carinhosamente de Comandante: o caudilho Fidel Castro, abraçá-lo corresponde, ironicamente, a reiterar  anos de terror, submissão, assassinatos a tantos quantos se opunham ao regime Castrita.



E, como um golpe de misericórdia, inaugurou ao lado de Raul Castro, a primeira fase da “Zona de Desenvolvimento do Porto de Mariel”, nada demais, ao não ser o fato de ter sido parcialmente financiado com recursos do Brasil. Enquanto isso, em Paulista, Pernambuco, a Refinaria acordada por Lula e outro “grande parceiro” Hugo Chavez,  foi, literalmente para o brejo.


A caminho de Cuba, Dilma Roussef, que voltava de Davos, Suíça, foi a Portugal.  Jantou no Eleven que é considerado um dos restaurantes mais caros do País, sendo, inclusive, citado no guia Michelin, se hospedou no hotel Ritz, fez cara feia para perguntas sobre seu passeio, esbravejou quanto a pagamentos no melhor estilo petista: curto e grosso. 


 
Seria simples, não fosse o fato de que não havia agenda oficial para Portugal e, ainda que, foi apontado pela BBC – Brasil, as escalas não oficiais da Presidente, no ano de 2013,   num montante de R$ 433.000,00 (Quatrocentos e trinta e ter mil reais) contra os cofres públicos. Isso, considerando tão somente as viagens a Atenas, Praga e Granada. Claro, um roteiro altamente cultural, mas com o dinheiro público corre-se o risco de, no mínimo, ser antiético. O QUE FAÇO, RIO OU CHORO?

O jogo é duro. Não se sabe o que ou quem é mais polêmico. O Governo Brasileiro ou a Copa do Mundo de 2014? Está achando engraçado? Pois confira a bravata brasileira a respeito do tema. A mídia especialista no assunto divulgou a semana passada o discurso da Presidente da República na FIFA:... “estádios são obras relativamente simples”..., “haverá todo o empenho para ser a Copa das copas. Isso inclui estádios, aeroportos, portos.”  Não quero ser o dedo de Genoíno, mas será que nenhum assessor poderia explicar a D. Dilma o que é planejar, administrar e realizar um bilionário mega evento desportivo?


Como conciliar relaxamento, negligência com empenho? O Brasil, popularmente, “a toque de caixa”, se viu repentinamente, sede dos dois maiores acontecimentos esportivos mundiais. Entretanto, não se tem notícia de que tenha havido ou haja qualquer projeto destinado à formação de atletas com vinculação e parceria escolar. Também  e a exceção das apressadas e ineficientes ações, acopladas a fins eleitoreiros, não temos projetos sociais na área, efetivamente destinados, de forma responsável, continuada e assistida. 


Não se pode concluir outra coisa a nãos ser que as milionárias cifras, os superfaturamentos, o falso aquecimento tenha superado toda e qualquer chance de projeção humana, de crescimento esportivo, de credenciamento do Brasil ante a comunidade internacional. Se houvesse seriedade a Copa do Mundo de 2014 já teria sofrido um outro tipo de revés, teria sido mudado o seu cenário. 


Não sei como, onde, mas sei o porquê, as causas. É público e notório o patético despreparo do Brasil. Ao que parece foi outorgado e recebido pela FIFA, com muito gosto e receptividade, o famoso jeitinho brasileiro de empurrar com a barriga, não fiscalizar coisa nenhuma,  fazer de conta e ainda jactar-se como se fosse o supra sumo da competência. E AGORA, CHORO OU RIO?


Para os que me acham pessimista, crítica ou outros adjetivos que lhes parece pejorativo, trago um assunto claro, limpo e cheio de amor, solidariedade, seriedade...


Falo da generosidade de uma parcela de nossa sociedade que, em tempo recorde, doou – leiam devagar: d o o u,  ao condenado José Genoíno a importância de R$ 700.000,00 (Setecentos mil reais), segundo matéria veiculada pelo Jornal Folha de São Paulo que circulou no dia 20.01.2014, “para quitar multa aplicada pela Justiça por sua condenação no processo do mensalão”. 


E, pasmem, ante o deboche DECLARADO da família, para com todo cidadão brasileiro honesto, trabalhador e cumpridor da lei: “ Essa é uma vitória não nossa, mas de todos aqueles que não querem se calar diante das injustiças, de todos os que sabem que a história de José Genoíno sempre esteve relacionada apenas a luta  por causas, sonhos e projetos coletivos.” Me esclareçam por favor: corrupção, formação de quadrilha e compra de votos integram o que? Causas, sonhos e/ou projetos coletivos? E mais, Genoíno deu a ideia, ainda faltam arrecadações em favor de outros "mártires do partido." Haja solidariedade!

Com absoluta certeza Genoíno identifica-se com trabalhadores que saem de suas casas as 05:00hs., chacoalham em ônibus, trens urbanos e outros meios de transportes, por 01:00h ou 02:00hs, ou quem sabe, iguala-se aos que ganham salário mínimo...aos professores... aos empregados que trabalham o ano todo e ao final não têm sequer dinheiro para fazer o jantar da Noite de Natal, ou comprar uma roupa, um presente para o filho. Esses mesmos operários sofrem, agonizam e perdem seus membros nas funestas filas dos SUS, nos atendimentos públicos e na espera do medicamento indispensável que a Constituição garante, mas os governos esquecem. Tal e qual o sonhador e "fidelíssimo" guerrilheiro do Araguaia.

Falo, especialmente do Norte e Nordeste, mas esse povo idealista, que se doa a causa, aos sonhos coletivos,  não sabe o que é isso, não sabe, realmente, o sentido das palavras injustiça, lealdade, honestidade, sofrimento, fome, dor...? Faz tantos anos que deram ouvidos  a qualquer coisa desse tipo, se é que ouviram, que o tempo já retirou de suas mentes quaisquer vestígios. E essa generosidade, do povo? Das empresas? Das empreiteiras? Dos interessados? Daqueles que soturnamente fazem parte do mensalão, FAZ VOCÊ RIR OU CHORAR?


E a personagem de TATÁ WERNECK, a Valdirene, com a assessoria impagável de ELISABETH SAVALLAS que dá vida a  mãe da pererigueti e se transforma em Tête pára-choque pára-lama fiel escudeira da filha, aquela sempre na busca desenfreada por um milionário, pela chance de estar no “BIG BODE” – conforme dizia em alto e bom som – ambas representam o quê? A falta de moral? De ética? De credibilidade aos caminhos normalmente trilhados de estudos e trabalhos? 



Será que o autor, conhecidamente avesso a normalidade social constituída a partir de “velhos conceitos”, quer no divertir ou demonstrar que a ideia de quanto pior melhor, vende espetáculo? Rende pontos no IBOPE? Pode influenciar, maciçamente as frágeis cabecinhas de tantas e tantos jovens que veem na televisão o que gostariam de ver em suas vidas?


E personagens do tipo Dr. César aparentemente sério, honesto e, na sua intimidade, desumano, calhorda, traidor, ladrão, nos remete a realidade ou existe apenas no terreno da ficção? Amante da sétima arte rapidamente a televisão me encantou. A profusão de gêneros culturais, a pluralidade de autores e artistas, a facilidade de tudo ver, comodamente instalada em minha casa, me tornou  telespectadora...crítica, cética em algumas ocasiões, mas, garimpando com ênfase bons programas, boas ideias. 



 
Porém surge na minha mente algumas criações que me levam a pergunta, tantas vezes repetidas, programas como: o Big Brother Brasil, A Fazenda, Domingo Espetacular, Cidade Alerta,  Superpop, Divertics e tantos outros tão ruins quanto, são exatamente para que? RIR OU CHORAR? Envergonhar-nos ou nos fazer bater em retirada da sala ou, ainda, as duas coisas?



E a campanha política que promove o desmonte moral, a falta de ética, a barganha ideológica, o assalto a cofres, as doações recheadas de contraprestações, é para RIR ou para CHORAR? Está só começando, vamos ver.

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