Tum,tum, bate coração!
Falar de amor é algo que
abre, para todos, um leque imenso. Tantas são as oportunidades que tem o ser
humano de exercitar essa emoção maravilhosa, quantos são incontáveis os caminhos
a ser seguidos em nome desse sentimento.
O amor primeiro, aquele que
sentimos pelos nossos pais é absolutamente natural. Nasce do carinho, do
cuidado, da segurança, do sorriso, do que vemos e gozamos a cada vez que somos
percebidos, tocados, amados por criaturas colocadas pelo PAI para nos trazer a
esse mundo.
O sentimento em relação
aos nossos outros familiares também surge de forma espontânea, quase sem ser percebido,
como se fosse extensão daquele que sentimos por nossos pais. Assim os irmão, os
tios que estão sempre presentes, os avós, tão querido e especiais, se tornam, também, depositários de nossa afeição.
Nesse clima de amor ainda
estão como naturais os nossos “anjos da guarda” que, trabalham em nossas casas,
cuidam e se afeiçoam a nós como se fôssemos de sua família. Infelizmente esse
tipo de relação está se acabando, mas fui testemunha nutri sentimentos
familiares por pessoas que dedicaram não só os serviços, mas e também
sentimento, afeto, a aqueles a quem tinham apenas o dever contratual de cuidar.
O nosso gostar, começa a
correr o mundo a partir do colégio. Ali elegemos os amigos, os colegas e também
aqueles aos quais preferimos esquecer. Tem ainda os professores, não sei agora,
mas na minha época de garota quase sempre a primeira paixão de uma menina.
Pois é, seguindo a
natureza e leveza da idade, como adolescente ama-se muito. Tem uma roupa que
não pode ser tocada por ninguém; um caderno que parece guardar o coração de
alguém, tão grande é o ciúme que ele provoca; o quarto torna-se um espaço
intransponível: da porta em diante é território independente, somente daquela
pessoa; os segredos são partilhados com indivíduos a quem amamos, pelo menos
pensamos assim.
Vamos crescendo e o amor tomando ares e corpos diferentes. Rapidamente nos transformamos em ferrenhos defensores de nossas criações, de um território imaginário, apaixonados por pessoas que nunca vimos, mas que mexem com a intimidade de cada um e, não raro, um sorriso, um aceno, um olhar, na novela, no filme, na mini-série, no show, parece que foi direcionado exatamente a apaixonada, ao apaixonado. Coisas do coração.
O termômetro do amor vai ganhando
ênfase, não é mais a criança, a adolescente, a inexperiente criatura que ama só
por amar. Os adultos, bem resolvidos, são seletivos. Amam, com critérios. A
amada, invariavelmente, deve ser bonita ou assim parecer ao amado. O sonho de
mulher passa pela beleza, mas antes de tudo busca o amor, a resposta, no mínimo
a impressão de que o amado sente algo por ela. Ambos, homem e mulher querem,
precisam, completam-se, quando amados.
Há, entretanto amores “coletivos”. A paixão pela política que leva multidões a transformarem-se em “mansas ovelhinhas” comandadas por lobos em pele de cordeiro. Entretanto nem tudo está perdido nessa seara. Acredita-se que um dia alguém resgatará esse amor social, fazendo Política no sentido dado pelos gregos ao vocábulo: de centralidade na vida do Ser humano, pensar na Polis pensando em cidadãos, em espaço como cidade para os cidadãos.
Amores se amontoam no dia
a dia de adultos. Ama-se – acredita-se – os bens materiais. Em especial os
carros, quanto mais caros mais amados. Nessa linha computam-se os imóveis, os
títulos, as jóias. O PODER que ocorre de forma individual, coletiva e, às vezes,
em grupo.
Paixão maior da humanidade. O poder traz consigo reboque três grandes “verdades”: a inteligência, sim porque ainda que “tolo e bronco” o rico transforma-se em Doutor, Excelência e outras mesmices; a beleza, uma vez que além dos milagres das cirurgias plásticas existem aqueles que o simples fato de ter conta bancária recheada torna-os irresistível; a virtude, até porque é muito fácil se atribuir defeitos morais aos fracos, mas quando está diante de um poderoso a humanidade tem por hábito a condescendência, a miopia, de forma que quanto maior a importância mais virtuosa a criatura.
Aqui não há a pretensão de
se esgotar o AMOR. É que às vezes precisamos em algumas ocasiões deixar fluir aquilo que
toma o nosso corpo, a nossa mente e, claro, os nossos sentimentos. Desde a infância
acompanhei e me tomei de amores por futebol. Fui apresentada ao esporte pelo
meu PAI, amante e torcedor fervoroso do Botafogo da Paraíba, embora torcesse no
Rio de Janeiro pelo Botafogo e em São Paulo pelo Santos – de Pelé, como assim ele
o chamava.
Pois bem, numa época em que pouquíssimas mulheres iam ao campo meu pai me levava, assim como levava meu irmão que era torcedor do Auto esporte. Mas não havia problemas, cada um desenvolvia seu amor pelo time que escolhera. É bem verdade que quando o auto fazia um gol contra o Botinha – meu time aqui na Paraíba – meu irmão vibrava baixinho para não cutucar o outro torcedor: PAPAI.
Fui crescendo cultivando amores. Por meus pais, meus irmãos, minha família, namorado, preferências. Algumas mudaram com o tempo. Outras tiveram no tempo um fermento fantástico. Sempre sonhei em casar, ter filhos. Casei duas vezes, tenho dois filhos: FRED E LUZIA, nora, genro e netas. Realizei o meu sonho de mulher: procriei, amamentei e tomei conta- literalmente de meus filhos.
Bom, mas o FUTEBOL continuou e continua presente na minha vida. Transmiti a meus filhos esse amor. Não sei se por ser Paraibana ou por ter mania de ser feliz sou FLAMENGO desde que me entendo por gente. Amo esse time, essa nação que curiosamente tem as cores de meu Estado, de minha Bandeira, da vida que corre em minhas veias.
Sou Flamenguista com muito
orgulho, muito amor. Assisto aos jogos e disfarço o nervosismo fazendo palavras
cruzadas, ou trabalhando – com um olho na tela do computador – outro na
televisão. Não importa. Ganhar ou perder não tira uma nesga sequer desse afeto,
dessa predileção. Ser Flamenguista é fazer parte de uma “galera” onde todos
formam Um. É um estado de espírito. Uma ação diária, contínua, prazerosa.
3 comentários:
Lourdes a história de um time é feita de vitórias, derrotas, empates, conquistas, essas nada significaria no fosse a torcida que chora, grita, se descabela, roí unhas e no final enche o peito e grita a plenos pulmões. Com o Flamengo não é diferente, somos + de 400.000.000 de apaixonados com o coração batendo no mesmo ritmo em nossa primeira conquista no novo Maracanã.
Walter "Negão".
O Flamengo foi campeão da Copa do Brasil porque tem a torcida que tem. Não fosse tão diferente, teria parado no Cruzeiro. Talvez perdido pro melhor time do Botafogo, ou mesmo pro aplicado e retranqueiro time do Atlético PR.
Não deixaram. Quando abraçam, quando “inflama”, quando deixa chegar… fodeu.
E fodeu.
Ricca
É amor demais. Vou lhe contratar para escrever sobre o Vasco, para levantar a torcida cruzmaltina... Topas? Hehehehe
Postar um comentário