Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

NOIVAS

SONHO VERSUS REALIDADE.


   
Estou completamente surpresa com a realidade do mercado de eventos em nossa Capital. Hoje não mais se cogita na realização de uma festa ou de festas. O que se diz por aí é que, os operadores da área de eventos, vendem a materialidade de “sonhos”. Sabe-se que sempre houve comemorações com maiores gastos, outras menores e outras ainda, no círculo familiar, ou fora dele, sendo algumas dessas, revestidas de amadorismo, sem o brilho dos holofotes, sem os flashes e sem atrair a atenção dos demais.


Entretanto, o profissionalismo, o comprometimento de “pessoas” que trabalham no segmento, a busca da perfeição, o surgimento de novos empreendedores, refletem um crescimento que exige do profissional segurança, modernidade, eficiência, excelência, qualidade, inovação, ousadia, equipe e outros atributos, de forma a transformar em corpóreo algo que existia, apenas, no desejo daquele ou daquela que busca o serviço.


Nessa seara desponta com brilho e paixão a figura da noiva e o evento casamento. Diariamente os cerimoniais, os salões, os decoradores, fotógrafos, cinegrafistas, Buffet, convites, bandas, DJs, e toda uma gama de auxiliares, trabalham para tornar possíveis sonhos que ultrapassam as fronteiras da intimidade. As noivas não pensam, exclusivamente, na cerimônia ou em seu significado, mas, precisam compartilhar com o público a magia de sua figura centralizando todas as atenções, a crescente ansiedade e a emoção estampada em cada lágrima, cada sorriso. Enfim, exibirem-se àqueles que escolheram para brindar o dia mais importante de suas vidas. 


Na intimidade os noivos deverão, desde a decisão de casarem, organizar a lista dos convidados.  Às vezes torna-se necessário cortar na própria carne. O aspecto mais importante deve ser a afetividade, até porque são escolhas que podem não ser entendidas pelos demais. Todavia decidir é preciso e, nesses casos, o questionamento a ser enfrentado é aquele que responderá: quem os noivos querem encontrar em sua festa? Um detalhe importante é que a lista tem três vertentes: os convidados da noiva, do noivo e as famílias de ambos. 


Assim os preparativos para tão importante acontecimento iniciam-se muito antes do que imagina grande parte dos mortais. Pois é, não é fácil ou amena a busca por serviços que atendam aos pré-requisitos estabelecidos pelo casal. Nesse aspecto, da procura e contratação, os noivos são representados pela figura da noiva, esse fato foi declarado por cerca de noventa e nove por cento dos que produzem eventos nessa cidade litorânea. 

 
Algumas situações são determinantes. São fantasias possíveis de tornarem-se reais. Há um objetivo a ser alcançado. Como em todas as ocasiões, se faz imprescindível à efetivação do que se pretende: tempo, organização, planejamento, dedicação, inspiração e respiração. Sim, porque é uma maratona e sem suor e preparo físico é quase impossível que tudo corra bem. Entretanto, mesmo que aparentemente esteja tudo maravilhoso nada pode ofuscar o brilho do casal, a festa deve ter o perfil dos dois. O casamento, já foi dito, é o que os noivos querem e não o que as pessoas vendem.

Para obter o resultado desejado, os noivos, em razão da grande demanda na indústria de casamento, devem estabelecer um período de um a dois anos entre a data marcada para concretização do sonho e sua materialização. E não há exagero no que digo.  


Pensem o seguinte: a Igreja que os nubentes elegeram para a sagração de sua cerimônia, pode ser a mesma que vários casais também escolheram; a data, especialmente o dia, pode se tornar um problema, com destaque para os sábados – sem sombra de dúvida – o dia mais procurado pelos noivos. Vale também registrar a dificuldade de ser encontrar Igreja Católica nos meses de Maio e Dezembro que tenham disponibilidade, com antecedência entre mais ou menos dois ou um ano. Desse modo a definição da Igreja e data devem ser as primeiras providências externas.


É a partir dessa definição que realmente começa a via Crucis. Pode ser  desesperador. Uma cidade de médio porte, com um poder aquisitivo facilmente calculado quando temos no Estado o maior empregador e, também, um dos menores salários da Federação, revela-se contraditória quando se trata de luxo. Qual o tipo de correlação? Estranhíssima, pois nessa Capital, pequena, quase sem opções salariais, pouco espaço para crescimento, a máquina festeira cresce vertiginosamente.


Pois é, casamento em João Pessoa, com festa, faz parte de uma próspera atividade empresarial. Multiplicam-se as firmas especializadas e os serviços ofertados. Explorar diferenciais – ousadia na hora de jogar o buquê, plaquinhas, máquinas de fotografar descartáveis, bartenders, lembrancinhas comestíveis, caricaturas, balões, letras decorativas..., tudo é válido. 


As empresas querem vender suas ideias, porém o ideal é que haja equilíbrio, simetria entre os noivos, as pessoas, o ambiente preparado para se viver o sonho do casal. Nada mais triste que uma noiva indignada com esse ou aquele detalhe não combinado ou com a falta de algo programado, pago e simplesmente esquecido.


A segunda prioridade externa deve ser o local. Um, dois, três, quatro, cinco...,  casas de eventos visitadas. Festas marcadas até para 2015. As disponíveis avisam: a reserva depende da chegada de alguém com decisão para fechar o contrato. Há um clima de pressão. Por vezes tentativas de mudar a pretensão do casal, direcionando, não os seus desejos e sim aquilo que é mais fácil ou corriqueiro para a empresa.


Algo não pode ser esquecido. O “onde” tem que ser compatível com “quantos”. Um erro semelhante ao não aliar a jóia usada ao figurino da noiva é não saber escolher “a casa” para a recepção, compatibilizando-a com a quantidade de convidados, o perfil dos noivos, o evento idealizado e o momento que ficará para sempre em suas memórias. 


A beleza do ambiente, a ser captada nas lentes e imortalizadas nas fotografias e filmagens, deve guardar alguma afinidade com o casal. É interessante que a escolha recaia sobre um lugar situado próximo ao local da cerimônia religiosa; ainda que tenha uma  logística apropriada e que agregue um bom  conjunto de serviços  entre os quais  facilidade de acesso, estacionamento, segurança, um Buffet de qualidade, palco para a banda..., e, principalmente, caiba no orçamento dos noivos para que a felicidade daquela noite não se transforme em ressaca, na dor de cabeça, do dia seguinte.


Um dos itens da festa, ainda que incluso no contrato, é o cardápio que vem a ser um dos pontos altos da festa de casamento. A sua comemoração pode estar linda e tornar-se um pesadelo pela falta de um Buffet a altura do planejado. Reunir-se com a empresa contratada, discutir o cardápio, o que será servido como finger food, o que ira compor o petit four, as bebidas não alcoólicas disponibilizadas, louças que serão utilizadas, número de garçons, jantar, inclusive, é bom lembrar que em gastronomia o inesquecível é sinônimo de gostoso e, quando se alia ao sabor uma boa apresentação não há como esquecer.


Convites, decoração, bolo, topo do bolo, lembrancinhas, som, telão, iluminação, roupa dos noivos, das daminhas, dos pajens, das demoiselles ...ufa, o que não falta é atividade. Casar dá trabalho. As noivas então, coitadas. Muitas chegam ao grande dia em frangalhos, mas como legítimas representantes do gênero feminino, se reinventam e apresentam-se lindas, maravilhosas, arrancando suspiros de toda a igreja.


Quem não treme ante a passagem de uma mulher linda – todas são -, vestida de sonhos, maquiada com o frescor das rosas, perfumadas com os mais doces sentimentos, banhadas por lágrimas de felicidade, radiante em sua alegria, ÚNICA, embora a igreja esteja cheia e ali se encontrem mulheres lindas. O amor o casamento, o dia D, tem o poder de transformar mulheres vividas, amantes perfeitas, em seres inexperientes e virginais; da mesma forma noivas retraídas, tímidas,  podem assumir posturas de profissionais do sexo, dando aos seus respectivos a sensação de que eles encarnam, verdadeiramente, o amante profissional. Tudo é válido, menos ser morno, pois o morno sugere ausência de sentimentos e não combina em nada com anos de planejamento, meses de insônia e, finalmente a apoteose do casamento.



Se você vai casar dê um tempo no facebok, desligue-se de blogs (só os chatos), separe-se de amigos e amigas que conversam, conversam e nada dizem, pois seu tempo é ouro. Corra atrás de seus sonhos, procure o vestido mais bonito que a sua fantasia desenhou, o buquê que a encante e faça mais uma magia, harmonize-os com o seu orçamento.


Beije muito aquela criatura que despertou os seus mais íntimos desejos, a sua ternura, o seu lado mulher. Ele precisará de muito carinho para suportar a maratona que vocês estão prestes a enfrentar. Disponha de seus verdadeiros amigos, use e abuse de  familiares,  começe por sua mãe, sua cunhada e outras mulheres da família que sentir-se-ão honradas com o seu pedido de ajuda.


Não tenha medo de seguir o seu coração. A festa verdadeira acontecerá dentro dele. Nenhuma beleza produzida pelo homem, por mais sofisticada que seja, poderá fazer sombra  ao AMOR, esse quando chega “não pede licença ao mundo” apenas o SIM dos eleitos.

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