SONHO
VERSUS REALIDADE.
Estou completamente surpresa
com a realidade do mercado de eventos em nossa Capital. Hoje não mais se cogita na realização de
uma festa ou de festas. O que se diz por aí é que, os operadores da área de
eventos, vendem a materialidade de “sonhos”. Sabe-se que sempre houve
comemorações com maiores gastos, outras menores e outras ainda, no círculo
familiar, ou fora dele, sendo algumas dessas, revestidas de amadorismo, sem o brilho
dos holofotes, sem os flashes e sem atrair a atenção dos demais.
Entretanto, o profissionalismo,
o comprometimento de “pessoas” que trabalham no segmento, a busca da perfeição,
o surgimento de novos empreendedores, refletem um crescimento que exige do profissional
segurança, modernidade, eficiência, excelência, qualidade, inovação, ousadia, equipe
e outros atributos, de forma a transformar em corpóreo algo que existia,
apenas, no desejo daquele ou daquela que busca o serviço.
Nessa seara desponta com brilho
e paixão a figura da noiva e o evento casamento. Diariamente os cerimoniais, os
salões, os decoradores, fotógrafos, cinegrafistas, Buffet, convites, bandas,
DJs, e toda uma gama de auxiliares, trabalham para tornar possíveis sonhos que
ultrapassam as fronteiras da intimidade. As noivas não pensam, exclusivamente, na
cerimônia ou em seu significado, mas, precisam compartilhar com o público a
magia de sua figura centralizando todas as atenções, a crescente ansiedade e a
emoção estampada em cada lágrima, cada sorriso. Enfim, exibirem-se àqueles que
escolheram para brindar o dia mais importante de suas vidas.
Na intimidade os noivos
deverão, desde a decisão de casarem, organizar a lista dos convidados. Às vezes torna-se necessário cortar na própria
carne. O aspecto mais importante deve ser a afetividade, até porque são
escolhas que podem não ser entendidas pelos demais. Todavia decidir é preciso
e, nesses casos, o questionamento a ser enfrentado é aquele que responderá:
quem os noivos querem encontrar em sua festa? Um detalhe importante é que a
lista tem três vertentes: os convidados da noiva, do noivo e as famílias de
ambos.
Assim os preparativos para tão
importante acontecimento iniciam-se muito antes do que imagina grande parte dos
mortais. Pois é, não é fácil ou amena a busca por serviços que atendam aos
pré-requisitos estabelecidos pelo casal. Nesse aspecto, da procura e
contratação, os noivos são representados pela figura da noiva, esse fato foi
declarado por cerca de noventa e nove por cento dos que produzem eventos nessa
cidade litorânea.
Algumas situações são
determinantes. São fantasias possíveis de tornarem-se reais. Há um objetivo a
ser alcançado. Como em todas as ocasiões, se faz imprescindível à efetivação do
que se pretende: tempo, organização, planejamento, dedicação, inspiração e
respiração. Sim, porque é uma maratona e sem suor e preparo físico é quase
impossível que tudo corra bem. Entretanto, mesmo que aparentemente esteja tudo
maravilhoso nada pode ofuscar o brilho do casal, a festa deve ter o perfil dos
dois. O casamento, já foi dito, é o que os noivos querem e não o que as pessoas
vendem.
Para obter o resultado
desejado, os noivos, em razão da grande demanda na indústria de casamento, devem
estabelecer um período de um a dois anos entre a data marcada para
concretização do sonho e sua materialização. E não há exagero no que digo.
Pensem o seguinte: a Igreja que
os nubentes elegeram para a sagração de sua cerimônia, pode ser a mesma que
vários casais também escolheram; a data, especialmente o dia, pode se tornar um
problema, com destaque para os sábados – sem sombra de dúvida – o dia mais
procurado pelos noivos. Vale também registrar a dificuldade de ser encontrar
Igreja Católica nos meses de Maio e Dezembro que tenham disponibilidade, com
antecedência entre mais ou menos dois ou um ano. Desse modo a definição da
Igreja e data devem ser as primeiras providências externas.
É a partir dessa definição que
realmente começa a via Crucis. Pode ser desesperador. Uma cidade de médio porte, com
um poder aquisitivo facilmente calculado quando temos no Estado o maior
empregador e, também, um dos menores salários da Federação, revela-se
contraditória quando se trata de luxo. Qual o tipo de correlação?
Estranhíssima, pois nessa Capital, pequena, quase sem opções salariais, pouco
espaço para crescimento, a máquina festeira cresce vertiginosamente.
Pois é, casamento em João
Pessoa, com festa, faz parte de uma próspera atividade empresarial.
Multiplicam-se as firmas especializadas e os serviços ofertados. Explorar
diferenciais – ousadia na hora de jogar o buquê, plaquinhas, máquinas de
fotografar descartáveis, bartenders, lembrancinhas comestíveis, caricaturas,
balões, letras decorativas..., tudo é válido.
As empresas querem vender suas ideias,
porém o ideal é que haja equilíbrio, simetria entre os noivos, as pessoas, o
ambiente preparado para se viver o sonho do casal. Nada mais triste que uma
noiva indignada com esse ou aquele detalhe não combinado ou com a falta de algo
programado, pago e simplesmente esquecido.
A segunda prioridade externa deve ser o local.
Um, dois, três, quatro, cinco..., casas
de eventos visitadas. Festas marcadas até para 2015. As disponíveis avisam: a
reserva depende da chegada de alguém com decisão para fechar o contrato. Há um
clima de pressão. Por vezes tentativas de mudar a pretensão do casal, direcionando,
não os seus desejos e sim aquilo que é mais fácil ou corriqueiro para a empresa.
Algo não pode ser esquecido. O “onde”
tem que ser compatível com “quantos”. Um erro semelhante ao não aliar a jóia usada
ao figurino da noiva é não saber escolher “a casa” para a recepção, compatibilizando-a
com a quantidade de convidados, o perfil dos noivos, o evento idealizado e o
momento que ficará para sempre em suas memórias.
A beleza do ambiente, a ser
captada nas lentes e imortalizadas nas fotografias e filmagens, deve guardar alguma
afinidade com o casal. É interessante que a escolha recaia sobre um lugar situado
próximo ao local da cerimônia religiosa; ainda que tenha uma logística apropriada e que agregue um bom conjunto de serviços entre os quais facilidade de acesso, estacionamento, segurança, um Buffet de
qualidade, palco para a banda..., e,
principalmente, caiba no orçamento dos noivos para que a felicidade daquela
noite não se transforme em ressaca, na dor de cabeça, do dia seguinte.
Um dos itens da festa, ainda
que incluso no contrato, é o cardápio que vem a ser um dos pontos altos da festa de casamento. A
sua comemoração pode estar linda e tornar-se um pesadelo pela falta de um Buffet a
altura do planejado. Reunir-se com a empresa contratada, discutir o cardápio, o
que será servido como finger food, o que ira compor o petit four, as bebidas
não alcoólicas disponibilizadas, louças que serão utilizadas, número de
garçons, jantar, inclusive, é bom lembrar que em gastronomia o inesquecível é sinônimo
de gostoso e, quando se alia ao sabor uma boa apresentação não há como
esquecer.
Convites, decoração, bolo, topo
do bolo, lembrancinhas, som, telão, iluminação, roupa dos noivos, das daminhas,
dos pajens, das demoiselles ...ufa, o que não falta é atividade. Casar dá
trabalho. As noivas então, coitadas. Muitas chegam ao grande dia em frangalhos,
mas como legítimas representantes do gênero feminino, se reinventam e apresentam-se
lindas, maravilhosas, arrancando suspiros de toda a igreja.
Quem não treme ante a passagem
de uma mulher linda – todas são -, vestida de sonhos, maquiada com o frescor
das rosas, perfumadas com os mais doces sentimentos, banhadas por lágrimas de
felicidade, radiante em sua alegria, ÚNICA, embora a igreja esteja cheia e ali
se encontrem mulheres lindas. O amor o casamento, o dia D, tem o poder de
transformar mulheres vividas, amantes perfeitas, em seres inexperientes e
virginais; da mesma forma noivas retraídas, tímidas, podem assumir posturas de profissionais do
sexo, dando aos seus respectivos a sensação de que eles encarnam,
verdadeiramente, o amante profissional. Tudo é válido, menos ser morno, pois o
morno sugere ausência de sentimentos e não combina em nada com anos de
planejamento, meses de insônia e, finalmente a apoteose do casamento.
Se você vai casar dê um tempo
no facebok, desligue-se de blogs (só os chatos), separe-se de amigos e amigas
que conversam, conversam e nada dizem, pois seu tempo é ouro. Corra atrás de
seus sonhos, procure o vestido mais bonito que a sua fantasia desenhou, o buquê que a encante e faça
mais uma magia, harmonize-os com o seu orçamento.
Beije muito aquela criatura que
despertou os seus mais íntimos desejos, a sua ternura, o seu lado mulher. Ele
precisará de muito carinho para suportar a maratona que vocês estão prestes a enfrentar.
Disponha de seus verdadeiros amigos, use e abuse de familiares,
começe por sua mãe, sua cunhada e outras mulheres da família que
sentir-se-ão honradas com o seu pedido de ajuda.
Não tenha medo de seguir o seu
coração. A festa verdadeira acontecerá dentro dele. Nenhuma beleza produzida
pelo homem, por mais sofisticada que seja, poderá fazer sombra ao AMOR, esse quando chega “não pede licença
ao mundo” apenas o SIM dos eleitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário