ANO
NOVO
Todo ano a
mesma coisa. Tenho a absoluta certeza de que farei diferente no ano vindouro. Quero tomar as rédeas de minha vida. Não posso adiar algumas coisas. Inclusive, dominar esta forte tendência ao drama, que me leva do riso às lágrimas sem pagar passagem. Em mim o sério e o caricato habitam um mesmo texto. Mas, vejamos as fortíssimas decisões.
A primeira e a mais prometida dentre todas é a dieta. Dieta? Não eu não preciso. Quando muito uma reeducação alimentar. Leve. Nada de radicalismo, o preço é muito alto para o organismo e sempre nos é devolvido em dobro. Farei o seguinte: evitarei massas, com moderação é claro, pois quem resiste e consegue ficar, o tempo todo, longe de uma boa pizza, uma gostosa macarronada? E o que dizer de uma suculenta lasanha? Pegarei leve, diminuirei o tamanho do prato e aumentarei o peso do garfo, essa combinação é muito chata: prato pequeno e garfo pesado, conclusão: não dá para comer muito.
Farei
todos os trabalhos que estão esperando uma vaga na minha "assoberbada" rotina.
Serei rápida e produtiva. Mas, tudo dentro de uma boa margem de segurança,
afinal a pressa é inimiga da perfeição. É evidente que terei o máximo cuidado
para não deixar que a urgência baixe a qualidade do serviço ofertado. Pensando
melhor, farei uma triagem e trabalharei dentro da normalidade. É mais tranquilo,
mais sensato.
Desculparei as afrontas recebidas. Buscarei aquelas criaturas ofensivas como se nada houvesse acontecido. Mostrarei para elas o quanto sou “magnânima”, pois é assim que deve proceder uma cristã verdadeira. Algo, entretanto, acendeu uma luzinha vermelha. Não sei bem o que é. Meu cérebro insiste em colocar de sobreaviso o meu instinto de preservação. E aí? Se alguém não entender o meu gesto grandioso? Pior, se o fulano ou as fulanas acharem que eu, finalmente, reconheci que estou errada e a minha atitude é uma confissão. O mais conveniente é aguardar o desenrolar dos fatos. Ficarei observando.
E
as providências que vem sendo continuamente adiadas? É impossível não resolver
as pendências, enfim tenho que fazer o ano novo acontecer diferentemente do que
se despede. Pois é, aquela organização
no guarda roupa faz meses que está para acontecer. As roupas que não uso faz
anos. As bijuterias, antigas que só vendo.
Uma lembra um período em que era solteira, fazia faculdade e comprei em
Goiás – Buriti Alegre; outra lembra quando engravidei de meu filho que já está
com trinta e dois anos. São várias e trazem à memória pessoas e histórias. Mas
vou descartá-las, acho que vou.
E
a retirada dos comprovantes de pagamentos realizados – há bem mais de cinco
anos e que venho planejando há tanto tempo? Não gostei. Usei o gerúndio
que é quase igual à eternidade. Não é bom sinal colocar o famigerado tempo
verbal em relação às ações que devemos intentar. Agora ficou melhor,
senti firmeza. O presente do indicativo seguido de infinitivo significa algo
atual e imediato. Uma ordem! Vou retirar os pagamentos velhos, rasgar e queimar
para não ter a má ideia de retorná-los para a caixinha onde estavam guardados.
Minha única dúvida está em que pode ocorrer uma pane nos computadores das
empresas e aí, como posso comprovar o meu pagamento? Tenho que pesar e medir as
minhas pretensas futuras atitudes.
Nada
como ter planos para o Ano Novo. Há anos planejo caminhar. Até comecei, mas, chegou
o inverno e com ele as chuvas, a gripe, o cabelo molhado, não deu certo. A
chegada do verão coincidiu com total desânimo. Penso que dois mil e treze será
um bom ano para caminhar. Primeiro um bom tênis. Aí começa o drama: detesto
tênis. Tenho que superar tal situação e, imaginar a roupa ideal para caminhada
já oferece uma válvula de escape.
Está
decidido: caminhar será uma das minhas decisões para o futuro, mas, tem que se
logo, antes que o inverno chegue.
Ah, tem algo que não posso deixar para mais tarde. Preciso ler mais, o tempo passa
e a necessidade de fazer uma reserva mental não pode ser procrastinada (pois é, uma
olhadinha no dicionário já ajuda) com desculpas rotas de que não tenho tempo. Também tem a musculação.
Não pensem bobagens, não tenho cara de quem pega peso; falo de exercício para o cérebro, a minha
preferência é palavras cruzadas, gosto de “Coquetel”, Desafio, assim tenho
excelente desculpa para ficar rastreando na memória o conhecimento necessário para
resolver questões sem nenhuma importância, salvo, revascularizar meus neurônios. Adoro, entretanto não consigo aumentar minha “produção”. No próximo
ano é claro que farei em dobro...sei que farei...pelo menos tentarei.
Sim
há uma sábia resolução a caminho. Não que eu seja compulsiva ou deselegante.
Mas, sabe aquele costume que muitos têm de fofocar? Pois é, não quero saber de fofocas. Por favor ninguém
venha me contar coisas dos outros. A vida alheia para mim é tabu; não quero
saber nada...exceto, se for alguém muito famoso ou, aquele político que de tão
mentiroso já virou chacota ou, aquela “madame” que vive de passado, aquela funcionária
que se acha mais poderosa do que a ex-chefe do Gabinete da Presidência da
Republica em São Paulo. Bem, casinhos fortuitos, namoricos, birras, essas
coisinhas que movimentam o disse me disse não farão parte do Ano Novo. Tenho
certeza.
Coisas
boas virão. Estas acontecerão realmente. Quero respirar fundo cada vez que algo me aborrecer e avaliar se
vale a pena me deixar perturbar. Lembrar como a vida é um maravilhoso dom Divino. Buscar soluções.
Aproveitar a beleza desse imenso litoral que nos margeia e sentar calmamente
olhando o mar, renovar as energias ante tão marcante expressão da natureza. Agradecer a DEUS pela vida, pela família, pelos amigos, pelo trabalho, por tudo o que fiz e o que não fiz. Por ter dito sim na hora certa e ter tido a coragem de dizer não quando deveria.
Quero rir, rir muito. Não aquele sorriso tímido, preocupado com os olhares, com as críticas. Rir com o corpo e alma, gargalhar deixando a alegria contagiar todo o ambiente. No Ano Novo, não importam as decisões tomadas e jamais executadas; os bons propósitos que nunca são realizados ; o pedido de desculpas que morre na garganta; a mão que permanece inerte quando deveria ser estendida, se podemos, como diz a canção, fazer novas todas as coisas.
Quero rir, rir muito. Não aquele sorriso tímido, preocupado com os olhares, com as críticas. Rir com o corpo e alma, gargalhar deixando a alegria contagiar todo o ambiente. No Ano Novo, não importam as decisões tomadas e jamais executadas; os bons propósitos que nunca são realizados ; o pedido de desculpas que morre na garganta; a mão que permanece inerte quando deveria ser estendida, se podemos, como diz a canção, fazer novas todas as coisas.
A todos um ANO NOVO repleto de PAZ, SAÚDE e REALIZAÇÕES.
2 comentários:
Inovou totalmente! Sem promessas vãs, tenho certeza de que não haverá muito esforço para cumprir com as que fez! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Beijo!!!
Demais,
Lourdinha. Adorei!!!
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