DEZEMBRO.
Rogo, incessantemente, que o nosso despertar, qualquer dia desses, não encontre manchetes escandalosas denunciando a “subversão da hierarquia”, com o baixo clero impondo suas aspirações; ou mesmo um estranho quadro onde comissionados, cuja qualificação é a truculência, assumam, de direito, o comando de servidores e ações necessárias ao funcionamento dos órgãos.
Torna-se assustador pensar algo pior, como "a galinha pintadinha", adorada pelas crianças, por conhecimentos impensáveis de alcova, passar a dar ordens, nomear e exonerar altos escalões.
Mais terrível ainda, imaginar uma hipotética dupla do "Patati e Patatá", envolvidos em propinas, obtenção de vantagens, defendendo interesses escusos, ganhando dinheiro sujo (desculpem o pleonasmo) e fazendo tráfico de influência.
Peço, ainda, o direito de não ter que enfrentar, para meu particular sofrimento, a notícia de uma CPI contra "anjinhos barrocos", sim - porque aquelas caras interrogativas e risos sarcásticos -....hum..., é melhor não deixar passar pois se poderá incorrer em impunidade. Afinal, a inquisição queimou mulheres que sorriam demais.
A Operação Porto Seguro, traduzida na costumeira sátira nacional como "Rosegate", mostra a sedução e o poder. Além de ratificar a insegurança do Estado Brasileiro em confronto direto com a corrupção traduzida em nomeações para postos estratégicos, venda de pareceres fraudulentos a vigaristas travestidos de empresários - por quadrilha especializada - e a compra de diploma universitário falso, tudo sugere um polvo que lança seus tentáculos sobre o poder.
Enquanto o espírito “dezembrino” não se instala, resta-nos compartilhar o equilíbrio patrocinado ora pela alternância de Manoel Bandeira, ora pelo esculacho do inigualável Bezerra da Silva. Reflitam e Divirtam-se.
Vou-me Embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
SE GRITAR PEGA LADRÃO -
Bezerra da Silva.
Este deveria ser um mês no qual tudo e todos se
curvassem à ideia do renascimento Cristão. O mundo se vestiria de amor, se
perfumaria com beijos e as pessoas, ao invés dos costumeiros meios de
transportes, seriam levadas de um lugar para outro nas asas da imaginação,
essas, movidas por brisa suave ou mesmo por movimentos mais fortes do ar,
conforme a necessidade assim o exigisse.
As pessoas se
cumprimentariam, amavelmente; os patrões e empregados dispensariam, entre si,
um tratamento cortês, sincero e prazeroso; nas repartições públicas, expressões
negativas, incitação à baixa-estima, a desvirtuação de valores, seriam banidas
e, cada um, de per si, seria estimado conforme os seus atos, sua maneira
de ser, aliando-se a essas, virtudes como afabilidade, humanidade,
dignidade e, em especial, habilidade no trato com os outros, como elementos
intrínsecos à competência.
Seria maravilhoso que tocados pela grandiosidade do
aniversário de Jesus Cristo - celebrado pomposamente, quando deveria sê-lo
amorosamente - cada indivíduo pudesse ser influenciado, de modo a
conscientizar-se de que os seus atos repercutem na humanidade, sejam bons ou
maus e, que cada ação demanda uma reação.
Mas,
que lástima! Desejar que respeito, amor, humildade, razão e bons
sentimentos estejam presentes, pautando comportamentos, parece integrar o reino da quimera. Que lamentável erro! Quão distantes da realidade estão tais anseios? Onde se cogitou tais despropósitos? Partilhar
com todos a “dádiva máxima” de um cumprimento, um bom dia, boa tarde, por favor, obrigada?
Não! Isso inverteria a hierarquia.
E o que se dizer de empregados e patrões, chefes e chefiados, em conversações destituídas do “EU posso, EU mando, você é subordinado a MIM e, portanto, vai fazer o que EU disser? Seria muito bom. Não apenas politicamente correto, mas, totalmente adequado para que houvesse a boa prática de cordialidade e educada convivência.
E o que se dizer de empregados e patrões, chefes e chefiados, em conversações destituídas do “EU posso, EU mando, você é subordinado a MIM e, portanto, vai fazer o que EU disser? Seria muito bom. Não apenas politicamente correto, mas, totalmente adequado para que houvesse a boa prática de cordialidade e educada convivência.
Infelizmente estamos nos distanciando cada vez mais de práticas públicas
saudáveis. Digo públicas porque excedem os lares, extrapolam o privado, ganham às
ruas, empresas, indústrias, lojas, as administrações nas diferentes esferas de governo e, até mesmo, aqueles nichos que sempre buscaram abrigar a excelência no serviço público.
A
nação assiste, envergonhada, sucessivos escândalos e tentativas de blindagem.
Ora são ocupantes de altos cargos Políticos no Executivo e/ou cargos Legislativos, como os envolvidos no caso do
mensalão. Ora cai sobre todos nós, como
uma bomba, outros
desmandos.
O mais recente envolvendo a
Chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo e, indivíduos à
frente de Agências Reguladoras, criadas para fiscalizar a prestação de serviços
por seus regulados. Todas, estratégicas ao funcionamento da máquina
administrativa no cenário da União. O imenso poder de Rose, as viagens
reveladas, os diálogos mantidos e divulgados não deixam dúvidas sobre as
falcatruas. Inclusive, ainda se insiste em demonstrar, no mínimo a título de
“anunciada inocência” que: “O tempo passou e, na janela, só o Lula não viu.”
Enquanto
isso, no Rio de Janeiro, as autoridades constituídas ameaçaram a não realização
da Copa, se debateram, exigiram, xingaram
e conseguiram: o petróleo não é mais nosso, é das grande construtoras, dos
cartolas e dos políticos cada vez mais articulados. O veto presidencial baseado
em "Direito Adquirido", esqueceu, entre outros, a cobrança de INSS para aposentados – e aí,
nesse caso, onde foi parar o direito
adquirido?
Aos gestores parecem não importar o caos
instalado a partir de:
hospitais sucateados nos quais falta o
básico, o essencial; as filas quilométricas em busca de atendimento na área de
saúde, com espera de até de 10 (dez) anos, conforme reportagem realizada pela Rede Globo de Televisão, essa semana.
A insegurança em todos os setores, com o
banditismo circulando livremente entre ricos e pobres; nas repartições públicas instaladas na periferia e grandes centros, igualmente, nos altos escalões administrativo, inclusive, eles, os
bandidos, não têm preconceito na hora de assenhorear-se do alheio,
independentemente da condição social, estado civil, cor ou credo, todos são
vítimas em potencial.
O déficit na educação pública, que não
prepara o alunado, aprova os que não poderiam ser aprovados, em face de uma
política de não reprovação e que recebe premiação em forma de engodo pela
criação de sistema de cotas, quando a tônica
teria de ser o investimento maciço na
escola. Já dizia Pitágoras: “Eduquem-se os meninos e não será preciso punir os
homens.”
Rogo, incessantemente, que o nosso despertar, qualquer dia desses, não encontre manchetes escandalosas denunciando a “subversão da hierarquia”, com o baixo clero impondo suas aspirações; ou mesmo um estranho quadro onde comissionados, cuja qualificação é a truculência, assumam, de direito, o comando de servidores e ações necessárias ao funcionamento dos órgãos.
Torna-se assustador pensar algo pior, como "a galinha pintadinha", adorada pelas crianças, por conhecimentos impensáveis de alcova, passar a dar ordens, nomear e exonerar altos escalões.
Mais terrível ainda, imaginar uma hipotética dupla do "Patati e Patatá", envolvidos em propinas, obtenção de vantagens, defendendo interesses escusos, ganhando dinheiro sujo (desculpem o pleonasmo) e fazendo tráfico de influência.
Peço, ainda, o direito de não ter que enfrentar, para meu particular sofrimento, a notícia de uma CPI contra "anjinhos barrocos", sim - porque aquelas caras interrogativas e risos sarcásticos -....hum..., é melhor não deixar passar pois se poderá incorrer em impunidade. Afinal, a inquisição queimou mulheres que sorriam demais.
A Operação Porto Seguro, traduzida na costumeira sátira nacional como "Rosegate", mostra a sedução e o poder. Além de ratificar a insegurança do Estado Brasileiro em confronto direto com a corrupção traduzida em nomeações para postos estratégicos, venda de pareceres fraudulentos a vigaristas travestidos de empresários - por quadrilha especializada - e a compra de diploma universitário falso, tudo sugere um polvo que lança seus tentáculos sobre o poder.
Como se não fossem
suficientes tais revelações, somos surpreendidos com a
inimaginável situação do romance entre o homem que não sabia de nada e a
mulher que sabia de tudo. Só DEUS, onipotente e onipresente, dará o discernimento para que se consiga
permanecer sadio ante às pressões exercidas pelo mal, institucionalizado ou não, sob aqueles que repudiam “a pseudo normalidade de tais ingerências”.
Por outro lado refletindo sobre partidos políticos e uma possível analogia a aventura
real e atual de uma mulher que usa e abusa do poder, corrompe e se deixa
corromper, RESTA ESCOLHER, como último refúgio às almas incansáveis na busca do
ético, a doce alienação patrocinada pelo
PAÍS DE ALICE ou pela PASÁRGADA.
No país de Alice há
criaturas extraordinárias e situações, a um só tempo absurdas, incoerentes, que
levam a aventura e a identificar, na mesma obra, ocasiões criadas visando
adultos e outras, declaradamente escritas para crianças.
Na Pasárgada, paraíso
imaginado por Manuel Bandeira há o registro dos dois mundos: o dos sonhos, onde
só existe a felicidade e o real com suas dificuldades e negações. É a
realidade, permutada pelas infinitas possibilidades do imaginário.
Assim é o ser humano. Se
há sofrimento e dor, a fantasia é válvula de escape que não implica em
pagamento, na aquiescência do outro e, que mesmo sem plástica estética, sem o embelezamento de uma polpuda conta
bancária, ou a virilidade conferida pela
potência dos motores (leia-se: Lamborghini, Porshe, BMW, Mercedes-Benz, Ferrari),
todos tornam-se super homens, senhores e autores de seu destino.
Enquanto o espírito “dezembrino” não se instala, resta-nos compartilhar o equilíbrio patrocinado ora pela alternância de Manoel Bandeira, ora pelo esculacho do inigualável Bezerra da Silva. Reflitam e Divirtam-se.
Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
SE GRITAR PEGA LADRÃO -
Bezerra da Silva.
Se gritar
pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Você me chamou para esse pagode,
e me avisou: "Aqui não tem pobre!"
Até me pediu pra pisar de mansinho, porque sou da cor,
eu sou escurinho...
Aqui realmente está toda a nata: doutores, senhores,
até magnata
Com a bebedeira e a discussão, tirei a minha
conclusão:
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Lugar meu amigo é a minha Baixada,
que ando tranqüilo e ninguém me diz nada
E lá camburão não vai com a justiça, pois não há
ladrão e é boa a polícia
Lá até parece a Suécia, bacana, se leva o bagulho e se
deixa a grana,
Não é como esse ambiente pesado, que você me trouxe
para ser roubado....
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Você me chamou para esse pagode,
e me avisou: "Aqui não tem pobre!"
Até me pediu pra pisar de mansinho, porque sou da cor,
eu sou escurinho...
Aqui realmente está toda a nata: doutores, senhores,
até magnata
Com a bebedeira e a discussão, tirei a minha
conclusão:
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Lugar meu amigo é a minha Baixada,
que ando tranqüilo e ninguém me diz nada
E lá camburão não vai com a justiça, pois não há
ladrão e é boa a polícia
Lá até parece a Suécia, bacana, se leva o bagulho e se
deixa a grana,
Não é como esse ambiente pesado, que você me trouxe
para ser roubado....
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar
pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Você me chamou para esse pagode,
e me avisou: "Aqui não tem pobre!"
Até me pediu pra pisar de mansinho, porque sou da cor,
eu sou escurinho...
Aqui realmente está toda a nata: doutores, senhores,
até magnata
Com a bebedeira e a discussão, tirei a minha
conclusão:
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Lugar meu amigo é a minha Baixada,
que ando tranqüilo e ninguém me diz nada
E lá camburão não vai com a justiça, pois não há
ladrão e é boa a polícia
Lá até parece a Suécia, bacana, se leva o bagulho e se
deixa a grana,
Não é como esse ambiente pesado, que você me trouxe
para ser roubado....
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Você me chamou para esse pagode,
e me avisou: "Aqui não tem pobre!"
Até me pediu pra pisar de mansinho, porque sou da cor,
eu sou escurinho...
Aqui realmente está toda a nata: doutores, senhores,
até magnata
Com a bebedeira e a discussão, tirei a minha
conclusão:
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Lugar meu amigo é a minha Baixada,
que ando tranqüilo e ninguém me diz nada
E lá camburão não vai com a justiça, pois não há
ladrão e é boa a polícia
Lá até parece a Suécia, bacana, se leva o bagulho e se
deixa a grana,
Não é como esse ambiente pesado, que você me trouxe
para ser roubado....
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Um comentário:
Lourdes, no Brasil estamos necessitando de pessoas com dignidade, que conduzam com coerência , seu credo, suas ações, seus discurso e seus valores diferentemente da confusão generalizada que temos. A esperança é nossa forma de resistência.
Postar um comentário