CHOQUE!
Acredito que, entre outra coisa, o
bom senso é algo a ser utilizado em qualquer faceta da vida humana e,
invariavelmente, resulta em ganho à convivência das pessoas, isso até mesmo sem
que se examine a questão da aprendizagem que provêm de tais direcionamentos.
A interpretação de fatos e atos
comuns pertence a cada um dos que
integram a ação ou apenas a observam. Aprendi que a mais simples das
explicações acerca de algo é a literalidade da coisa. Ao ler um texto, o mais
simples é apreender o sentido das palavras e do conjunto, a literalidade do que
está escrito. Se é um fato, a príncipio e
a forma mais natural é ver o quadro que se desenrola diante dos olhos sem
buscar outros significados. É por assim dizer, uma visão reta, sem entrelinhas,
sem atalhos.
Pois é, hoje quero abordar a
questão da sexualidade. Não a opção exercida por adultos que têm o direito de
livre escolha, de exercer a sua preferência, o seu comando íntimo. Falo de algo
mais emocional, algo que influi deformando a natureza dos seres.
Li e não acreditei. Numa publicação
da revista Veja, datada de 19 de dezembro de 2012, às folhas 92, 94 e 96, há
uma matéria que registra inovação nas propagandas das filiais das lojas de
brinquedo Touys ”R”Us e BR Toys, no que tange a confecção dos novos catálogos
destinados a época de Natal.
Seguindo “uma orientação da Swedish Advertising
Ombudsman, uma das organizações que regulam a propaganda na Suécia", nos
anúncios destinados a venda de brinquedos, naquelas especializadas, as crianças
foram fotografadas de forma inversa ao que tradicionalmente ocorre em tais
ocasiões.
Vê-se sob o título “EDUCADOS NO
SEXO NEUTRO”, fotografias de crianças, de ambos os sexos, onde o menino, passa
roupa usando um ferro cor de rosa, sob uma mesa de passar também cor de
rosa; uma menina faz pose usando uma
metralhadora. Normalmente tais brinquedos estariam nas mãos inversas. A criança
do sexo masculino com a arma e a do sexo feminino com os costumeiros
instrumentos á moda das donas de casa. Inclusive, há o registro de que no
impresso promocional " as fotos mostram as meninas com carrinhos e armas
de mentira e meninos se divertindo com bonecas e utensílios
domésticos...".
Sob o argumento de que foram
inúmeras as reclamações da propaganda conservadora praticada pelas lojas, o
órgão orientou que se adotasse uma visão “ de uma corrente pedagógica que
defende a tese de que meninos e meninas devem ser criados da mesma forma”.
Leia-se criação sem observação, distinção do sexo das crianças. Isenção de
Gênero.
Pois é, me defino como uma pessoa
simples. Sem o verniz dos intelectuais. Sem o conhecimento dos Mestres. Sem a
petulância e a certeza dos “donos da verdade” que encontramos no nosso dia a
dia. Me vejo como uma amante da natureza, acredito que deixá-la seguir o seu
curso é uma grande escolha.
A condução deliberada de atos
contrários ao que se apresenta com naturalidade, pelo menos para mim, é algo
que ressoa assustador. Demonstrar total desprezo ao sexo pode resultar em algo
extremamente nocivo aos envolvidos.
Realmente eu já havia visto imagens
de crianças trajadas diferentemente do que seria comum ao sexo, mas, em momento
algum me deparei com artigos onde a situação fosse tratada com a clareza e detalhes expostos na revista Veja. Há explicações
sobre a atitude, as suas origens, adeptos e
resultados visíveis de tais opções.
Assim causou-me um misto de dor e
pena ver uma das filhas de um casal famoso,
que desde bebê – foi vestida
pelos pais como se fosse um menino. A criança, uma linda menina, aparece,
talvez beirando sete anos, vestida de menino, com uma expressão masculina,
totalmente descaracterizada de sua natureza feminina. O gênero feminino parece
fazer parte de uma ficção, pelo menos para aqueles pais em relação à filha.
E não foi opção, tal
caracterização foi imposta, lhe foi tirado o direito de se mostrar como menina,
criança do sexo feminino, uma direção escolhida por quem a educa e que,
necessariamente, não teria de ser a
adotada, por inclinação natural, da maior interessada. Há uma violação, uma
indução que, inclusive, a uma pessoa dotada de senso comum, sem especialização
sobre o assunto, poderia sugerir problemas psicológicos, confrontos e
indefinição.
Para mim a sexualidade é algo
extremamente pessoal. Vi ao longo de sessenta anos as mais estranhas situações
envolvendo tão importante aspecto da vida humana. Conheci alguém que durante
muitos anos foi vista e tratada pelos pais como menino porque eles desejavam um
filho homem. Esta menina, embora muito nova, tem apenas dezoito anos, comporta-se como se fosse um
adolescente. Cerca-se de amigos, faz referências a si como do sexo masculino,
veste-se e assume posições extremamente masculinas. Hoje há um visível arrependimento
dos pais.
Nesta mesma linha de ação, um
menino que foi tratado por sua mãe como se fosse menina, sempre recebeu
presentes de meninas, tinha toda a coleção da boneca Barbie, era vestido sempre
com roupinhas rosa, shortinho com babado nas pontas, blusas e não camisas. É
hoje um jovem totalmente despersonalizado em sua masculinidade, não se
reconhece como do sexo masculino. Cito um exemplo de cada caso. Conheço muitos
outros com maiores ou menores repercussões, em todos observei a ausência de respeito
dos pais e dos cuidadores e o total aborrecimento quando se lhes fazia alguma
observação.
Estranho mundo esse onde os
responsáveis pela formação de seus filhos, influenciados até mesmo por
decepções, sonhos que não conseguiram realizar ou por orientações de
profissionais descompromissados com a boa mídia e que, por anos a fio erotizam
crianças através de anúncios, artigos e outros, negam-lhes o direito de serem –
enquanto crianças, em formação física e psíquica - ajustados a realidade de
seus corpos. O tratamento de crianças deve ser igualitário, respeitadas as
diferenças próprias dos sexos, da idade, da condição física e psicológica.
A repulsa à orientação sexual, na
conformidade do que é natural pode levar a erros incorrigíveis. A Veja o citou
e a enciclopédia Wikipédia registra: “
David Reimer - nascido saudavelmente do sexo masculino, mas que teve sua
identidade sexual modificada e foi criado como uma menina depois que seu pênis
foi acidentalmente destruído durante uma circuncisão. Nascimento: 22 de agosto
de 1965, Winnipeg. Falecimento: 4 de maio de 2004, Ottawa. Cônjuge: Jane
Fontaine (1990 a 2004). Irmão: Brian Reimer. Filiação: Janet Reimer, Ron
Reimer.
Resta informar que a mesma fonte –
A Veja – publicou, que David jamais aceitou ser tratado como menina, aos dois
anos rasgava os vestidos, recusava-se a brincar com bonecas, sofreu bulliyng na
escola e somente veio a saber da mudança de sexo aos 14 anos. Os seus pais, sob
a orientação de um psicólogo nos Estados Unidos foram aconselhados a uma
cirurgia para construção de uma vagina artificial.
O profissional buscava comprovar
uma teoria segundo a qual não eram as características físicas que determinavam
o sexo e sim a forma como as crianças eram criadas por seus pais. Mais uma vez
a minha visão de leiga sugere deduções diferenciadas quais sejam: o remorso
ditou a opção dos pais e a ânsia de comprovar uma teoria e ser reconhecido por tal, ditou a conduta do
profissional. Ambos fracassaram. David pagou com sua vida o erro desses. Não só
ao suicidar-se em agosto de 2004, mas e principalmente, durante toda a sua
atormentada existência.
Os problemas decorrentes da
ausência de definição foram abordados em Tomboy que é um longa-metragem
escrito e dirigido por uma francesa, Céline Sciamma, sobre a atração na
adolescência, quando a personagem título se revela atraída por outra do mesmo
sexo, assumindo personalidade dupla, identificando-se mais como do sexo oposto
ao seu, criando um nome diferente e o utilizando fora de sua casa.
O filme não define o que
acontecerá no futuro, mesmo assim mostra a flexibilidade dos pais que estão
preocupados com a gravidez da mãe, a adolescência da irmã mais velha e sequer
se vê um só diálogo que passe informações, esclareça dúvidas, demonstre
interesse dos pais em relação à filha. Será essa a ideia de família a que
devemos nos acostumar?
Aos pais um apelo no sentido da
preservação de seus filhos. Não há pieguice, redundância ou atraso, em prover
as crianças da proteção necessária enquanto não estão desenvolvidas, física,
mental, moral, espiritual e socialmente em condição de liberdade e dignidade,
conforme estabelece o Estatuto da criança e do Adolescente.
Ainda, o direito ao respeito
consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança
e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais (Art.
17 ECA).
Imagine-se adulto, exercendo plenamente a sua sexualidade e de repente tomar
conhecimento, através de pessoas ou de fotografias, que em determinado período
de sua vida você foi tratado e caracterizado como sendo do sexo oposto. Ou você
que vive em conflito com seu corpo descobrir que ouviu de seus pais, durante
toda a sua infância o quanto foi decepcionante ter uma filha ao invés de um
filho homem? Ou vice-versa.
Os ensinamentos, a orientação, a
educação no lar é a primeira que um ser humano recebe. Na Bíblia Sagrada em João 8:38 há a seguinte
passagem:” Eu falo das coisas que o meu Pai me mostrou, mas vocês fazem o que
aprenderam com o pai de vocês.” O Cristo assinalou a importância da postura,
das escolhas feitas pelos pais como caminho indicado aos filhos. O desprezo
pela natureza desses certamente não poderá repercutir bem em sua intimidade.
Espero jamais ter que conviver com
um desrespeito tão grande as nossas crianças!
6 comentários:
OXE,
ESSE POVO É DOIDO É? PRA GENTE DESSA QUALIDADE CADEIA É POUCO.
Excelente postagem!
Assunto necessário, mas infelizmente a sociedade brasileira não tem cultura e ação suficiente para trazer abertamente esse pensamento, você está de parabéns.
Deixo um grande abraço fraterno,
Nicinha
Lourdes, admitir que os pais estão errados na criação dos filhos que você citou suaviza a culpa deles. Não é erro, é falta de amor e de respeito coisa que indica maldade mesmo. Não tem como acreditar em alguma coisa diferente.
Lourdes o povo que faz isso com os filhos deveria consultar demoradamente sua consciêcia, sua haromonia interna. Se indagar, fazer silêncio e ouvir sua própria voz eter a coragem de deixar a verdade aparecer. O fisco como pai ou mãe.
Oi querida amiga!!
Quanto tempo passei sem vir aqui.
Asunto e texto muito bom e muito bem escrito. Aqui em casa sempre procuramos dar bons exemplos, mostrar o que é certo perante as Leis de Deus e dos homens.
Quanto ao futuro, só dependerá deles e de suas escolhas. O importante é que lhes mostramos o caminho.
Querida um felíz natal e um ano novo próspero de saúde, amor e alegrias.
Vc é um ser especial que este ano fez diferença em minha vida com suas palavras cheias de sabedoria.
Espero que posamos estar juntas no próximo ano também.
Um grande abraço pra vc e toda sua família.
essa pessoas não tem sequer compaixão com as pessoas, que deveria da bom exemplo com seres humanos.Eu acho que os pais deveria ter um pouco de carinho com seus filhos.o que está acontecendo na mente desse malucos.
Gilson da Silva
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