Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

terça-feira, 24 de abril de 2012

EDUCAÇÃO – FATOR DE DESENVOLVIMENTO HUMANO PARTE I I –


AS ORIGENS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL –

NOÇÕES –


Buscar as raízes históricas da Educação no Brasil nos leva a constatação de que essas são marcadas por mudanças perceptíveis e, claramente evidenciadas. Tomando por ponto de partida o acontecimento da presença de portugueses no que se supôs ser uma ilha, carregando consigo um arquétipo de educação européia,  invariavelmente colidindo com o aprender livre dos índios, até porquê aqueles não estavam acostumados aos rigores da civilização com suas repressões, castigos e regras.



A diversidade
Todavia, o conquistador trouxe, também, educadores no sentido pedagógico da palavra. Vieram a reboque, padres Jesuítas com a missão de introduzir a moral, a religião e os costumes do colonizador, inclusive,  quando os jesuítas aportaram  aqui não trouxeram somente a moral, os costumes e a religiosidade européia, trouxeram também, na bagagem, a metodologia, doutrina e princípios pedagógicos que difundiam, originalmente em suas instituições. 


O Marquês d e Pombal

 A absorção do povo brasileiro a técnica de ensino trazida pelos Portugueses foi de tal forma recepcionada que do ano de 1549 a 1759, portanto por longos 210 anos, permaneceu vigente e único. Nesse momento ocorre um segundo dissenso, esse capitaneado pelo Marquês de Pombal - Sebastião José de Carvalho e Mello, considerado, ainda hoje, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História de Portugal que bane os Jesuítas do solo brasileiro, por concluir que o ensino daqueles Padres servia a Fé e, ele, o Marques de Pombal, queria uma educação para servir ao Estado. Sua atitude ocasionou a total desestruturação da educação em território nacional,

Como formas de reorganização da educação no Brasil surgiram, no período Pombalino, aulas régias de Latim, Grego e Retórica que eram aulas separadas, cada uma com um professor sem que se estabelecesse qualquer interação entre essas; resultando infrutífera; posteriormente Portugal criou o chamado o subsídio literário, visando manter o ensino primário e médio, instituindo um imposto  sobre a aguardente, o vinho, o vinagre e a carne verde,  também sem qualquer efeito positivo, dês que era baixíssimo, não tinha continuidade, resultando na ausência dos pagamentos dos professores.




 Muito embora não tenha se estabelecido nova metodologia de ensino, a chegada da fugitiva Família Real ao Brasil, com a implantação do Reino em nossas terras, ocorre mais uma alteração na educação no solo brasileiro.  Assim, assoma realmente positiva para o Brasil, em termos de educação, o novo direcionamento haja vista que, de imediato, criou a Biblioteca Real, fundou Academias Militares, criou os Cursos de Medicina e de Direito, o Jardim Botânico, trazendo, ainda, para o território brasileiro a Imprensa Régia. Registre-se, por oportuno que tais providências foram tomadas por D. João VI que evadiu-se  de Portugal ante a ameaça de Napoleão Bonaparte. 



A Família Real
A vinda da família real para o Brasil é o marco inicial de  mudanças no cenário da educação. Porém os cursos superiores criados por Lei, tiveram resultado prático, com a criação, em 1808, das Cadeiras de Cirurgia e Anatomia que, em 1832, deram origem às Faculdades de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro e, a instituição Faculdades através da Lei Nº 1.827, de 11 de Agosto de 1827 , que “Crêa dous Cursos de sciencias Juridicas e Sociaes, um na cidade de S.Paulo e outro na de Olinda.”


 
Faculdade de Medicina

Segundo nos informa Maia, G. D. (1996). Biografia de uma faculdade. História e estórias da Faculdade de Medicina da Praia Vermelha. São Paulo: Atheneu: “ o ensino oficial de medicina teve.início logo após a chegada de D. João VI ao Brasil, através da criação da Escola de Cirurgia da Bahia e da Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, em 1808 (Santos Filho, 1991). Ambas funcionaram no Hospital Real Militar das respectivas cidades. Em 1813 (4) a Escola do Rio de Janeiro transformou-se na Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro, tendo o mesmo acontecido, dois anos depois, com a Escola da Bahia.

No ano de 1829 é fundada a Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro. Chamada, em 1830, a dar parecer sobre os planos de reorganização do ensino médico, tem seu anteprojeto aprovado com pequenas alterações pela Comissão de Saúde Pública da Câmara, e promulgado como lei em 1832. A partir deste momento, estavam criadas as Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia.”

D. Pedro II

 Com a análise da trajetória brasileira, seja no Império com as presenças de  D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II, verifica-se que a educação não obteve a qualidade pretendida sendo, criticada por aqueles que sonhavam com algo melhor para  pouco se pudesse ter um futuro melhor para os nacionais e para a nação.   O advento da  Proclamação da República em 1889, ensejou repetidas tentativas de melhoria, entretanto, segundo vários especialistas, não houve uma adoção de metodologia de desenvolvimento que proporcionasse um grande passo na educação brasileira.  

 Até os dias de hoje muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação continua a ter as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é a de manter o "status quo" para aqueles que freqüentam os bancos escolares.


Podemos dizer que a Educação Brasileira tem um princípio, meio e fim bem demarcado e facilmente observável. Entretanto a educação como problema,  com mordazes críticas aos erros e acertos, no momento atual, mostra-nos  esse aspecto da nossa vida como fator de efetivo desenvolvimento, muito embora a busca por perfeição tenha sido alvo, constante, de comentários, por vezes coerentes e, d'outras  os mais contraditórios.



Assim deixo para nosso próximo encontro, alicerçado na   genialidade de  um Paulo Freire, para discutir a utopia na Educação brasileira, trazendo, todavia, a mensagem fantástica desse revolucionário do ensino e da aprendizagem: " "Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino"."A educação necessita tanto de formação técnica e científica como de sonhos e utopias".

Vamos em busca de utopias onde, sonhar é iluminar as trevas da ignorância, da mesmice e das tendências derrotistas. Sua participação é fundamental.

Um comentário:

Anônimo disse...

E nestes tempos, onde se leva arma e drogas para dentro das escolas e se ameaça Professor para passar de ano? Como diz Roberto Carlos: "...daqui pra frente, tudo, tudo, vai ser diferente..."
Ricardo Pereira