Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

sábado, 22 de setembro de 2012

PRIMAVERA SETEMBRINA!

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES



As estações como nos conhecemos são marcadas por mudanças climáticas e estéticas, com duração aproximada de três meses para cada uma delas. A mais bonita das estações é, sem dúvida alguma, a Primavera. Esta é a que sucede ao Inverno e antecede ao Verão. É uma festa para os olhos, para o olfato e para o espírito.

É identificada como o período em que ocorre o desabrochar da flora e a renovação da fauna. Ocorre, em épocas diferentes conforme a situação geográfica da região enfocada. Assim, no hemisfério norte estende-se de 21 de Março a 21 de Junho e recebe o nome de Primavera boreal, enquanto que, no hemisfério sul ocorre de 22 de Setembro a 21 de Dezembro, sendo conhecida como Primavera austral.


Entre nós começará neste sábado (22) às 11h49, quando ocorre o equinócio, fenômeno no qual o dia tem a mesma duração da noite. O povo Celta celebrava o acontecimento como um marco que assinalava o começo de um novo ciclo, dirigindo suas atenções a uma outra divindade, por entender que cada estação seria regida por deuses diferentes. Essa, a Primavera, entre outros cultua Eostre, Freya (Nórdicas), Cibelle (Grega), Flora (Romana), Saraswati (Hindu).

A Primavera é vista, também, na literatura como um mito e apresenta interpretações variadas. A mitologia Celta nos oferta uma das mais belas. A maravilhosa obra da escritora Marion Zimmer Bradley, AS BRUMAS DE AVALON, escrita em quatro volumes e datada de 1979, nos mostra Arthur assumindo a pele do “Gamo Rei” (Solar), copulando com a Deusa (Lunar) e, em razão de tal fato tornando-se um Rei legítimo, avalizando e garantindo a prática da religião tradicional em comum com a oficial.

Arthur trocara a bandeira do Pendragon pela Cruz do Cristianismo, por amor a Rainha Guinevere. A partir do seu casamento o Rei sofre grande influência da Rainha que, entre outras coisas, amava Lancelot, filho de Viviane, cavaleiro da Távola Redonda e amigo do Monarca; odiava Morgana, amiga, inimiga, meio-irmã e amante de Artur, que fora educada por sua Tia, Viviane, para ser a senhora do Lago ou Senhora de Avalon (a deusa).  

Em Avalon, nas festividades do Gamo Rei, onde a Primavera era saudada, Arthur fecunda a sua irmã sem o saber; fruto desse ritual nasce Gwydion que posteriormente, na Corte, recebe o nome de Mordred. O rei Arthur faz de seu filho um conselheiro, cavaleiro da Távola Redonda, mas, as intrigas e revelações dentro da Corte os tornam inimigos, a desavença origina a morte de ambos e de Lancelot e, a decadência do reino.

A Primavera é muito mais que uma estação do ano. É aquela que faz aflorar o romance. Traz consigo a beleza, o colorido e o perfume das flores. Não fosse suficiente tem o dom de acalentar os amantes, com a beleza das paisagens e a diversidade dos matizes bem como com a esperança que advém da reprodução.

Na Primavera há o aumento da umidade e consequentemente um novo período com o acasalamento de muitas espécies. Desse modo se tem a revitalização da natureza onde os vegetais brotam nova folhagem e flores que por sua vez geram frutos e sementes, há em andamento uma sucessão de ações acelerando o processo reprodutivo.

Ora, as flores ofertam o seu néctar que alimenta várias espécies, essas, por sua vez, fazem no ato da alimentação a polinização; dessa resultam os frutos que nutrem outras espécies, essa fartura alimentar, esse ciclo buliçoso e cheio de sons e cores, envolve pássaros, insetos, mamíferos...resultando a Primavera e a estação seguinte, o Verão, como as que se caracterizam por anunciar, acolher e celebrar novas vidas. 

Os pássaros em festa chilreiam, em agradável serenata, do nascer do sol até o seu recolher num céu coberto de de um misto de rosa e alaranjado; uma bola de fogo incandescente que no Equinócio se mostra muito mais imponente, belo e misterioso.

É PRIMAVERA!

NOS CORAÇÕES:


O AMOR ESTÁ NO AR

NA ARTE:


A Primavera de Botticceli

NA POESIA:
Vania Staggemeier




Neste entardecer tão belo...
Entre todas as flores...
Existe uma rosa amarela...
Que vem ressurgindo...
Com a primavera...

Trazendo consigo...
Seu delicado perfume...
Assim como esperanças...
E oportunidades...
Para novas amizades...

A primavera é tão bela...
Porque traz com ela...
Todas as flores e aromas...
Revitalizando a inquietude...
De todos os corações...

As rosas colorem o amor ...
As vermelhas exalam paixão...
As amarelas trazem magia e a sedução...
As brancas com sua brandura...
Trazem paz para os corações...


NA MÚSICA:
Rancho das flores
Fagner


Entre as prendas com que a natureza
Alegrou este mundo onde há tanta tristeza
A beleza das flores realça em primeiro lugar
É um milagre do aroma florido
Mais lindo que todas as graças do céu
E até mesmo do mar

Olhem bem para a rosa
Não há mais formosa
É a flor dos amantes
É a rosa-mulher




Que em perfume e em nobreza
Vem antes do cravo
E do lírio e da hortênsia
E da dália e do bom crisântemo
E até mesmo do puro e gentil mal-me-quer
E reparem no cravo o escravo da rosa
Que flor mais cheirosa!
Que enfeite sutil!
E no lírio que causa o delírio da rosa
O martírio na alma da rosa
Que é a flor mais vaidosa e mais prosa
Entre as flores do nosso Brasil

Abram alas pra dália garbosa
A flor mais vaidosa
Do grande jardim da existência das flores
Tão cheias de cores sutis
E também para a hortênsia inocente
A flor mais contente
No azul do seu corpo macio e feliz
Satisfeita da vida vem a margarida
Que é a flor preferida dos que têm paixão
E agora é a vez da papoula vermelha
A que dá tanto mel pras abelhas
E alegra este mundo tão triste
No amor que há no meu coração

E agora que temos o bom crisântemo
Seu nome cantemos em verso e prosa
Porém que não tem a beleza da rosa
Que uma rosa não é só uma flor
Uma rosa é uma rosa, é uma rosa
É a mulher rescendendo de amor


NAS ÁRVORES:


Ipê Roxo





Ipê Rosa


Ipê Amarelo




Ipê Branco
NOS JARDINS:

Açucena
Orquídea

Coroa Imperial

Jasmim Vapor
Cravo
Rosa Vermelha
Hibisco

Flor do Cacto

Flor do Maracujá 
Flor de Lís
Orquídea azul
Orquídea Negra

Amendoeira


FELIZ PRIMAVERA A TODOS !



terça-feira, 18 de setembro de 2012

FILÕES JORNALÍSTICOS –


CATALISADORES -

Com minha natural curiosidade resolvi pesquisar sobre algo que sempre acendeu a minha tendência investigativa. Os assuntos que multiplicam a vendagem de jornais e revistas, enlouquecem os diários, os periódicos, os tablóides. Não falo dos ocasionais, mas, os que sempre causam sensação e aumentam a tiragem de qualquer publicação.


ATAQUES À RELIGIÃO. Observa-se no nosso cotidiano que matérias contrariando dogmas de fé, especialmente referentes à Igreja Católica e mais especificamente as figuras do Cristo e de Maria, sua mãe, tem sido um lugar comum entre escritores, jornalistas, cronistas, contistas, enfim, rende, invariavelmente, fama, boa ou má, pouco parece importar, para aqueles que se esmeram em invalidar, desmoralizar, inverter, tentar a dificílima missão de destruir mais de dois mil anos de fé, isso se não considerarmos a parte histórica que já registrava um Filho de uma Virgem que viria para Redimir a humanidade. Mas, através deste blog, esses não ganharão nenhuma notabilidade.

CORRUPÇÃO. O seu alcance, atuação e reincidência no cenário mundial chega as raias do absurdo. Constitui-se num acelerador poderosíssimo para holofotes, vendas de notícias e repercussão na sociedade humana. Esse assunto que não sai da mídia, assim entendida por  sistemas formados por Emissoras de Rádio e TVs, Jornais, Revistas e agora a Internet, a grande mídia internacional. 

Potencializa sobremaneira o interesse dos cidadãos particularmente neste momento, em que a mais alta Corte de Justiça no Estado Brasileiro, O Supremo Tribunal Federal, julga altas personalidades do nosso universo político e financeiro, apanhados em condutas criminosas, tipificadoras de vários crimes, entre esses a famosa associação para o crime, vulgarmente, formação de quadrilha. Mas, esse também não será o meu foco.

A CRIMINALIDADE, sempre crescente, que parece encharcar de sangue das vitimas, inocentes ou não, as páginas dos jornais diários, as telas de TV e computadores,também exercem um enorme fascínio sobre as populações. O noticiário em determinadas regiões tem sua audiência medida pelo número de homicídios e/ou agressões praticadas, que demonstram o total desconhecimento do mais natural dos Direito: o Direito à vida. 

Este assunto, por demais profundo e delicado exige bem mais que uma simples postagem, demanda sim, uma mudança de postura, a partir da vontade política dos gestores de políticas públicas de mudar o panorama, bem como pela conscientização da sociedade em relação aos seus Direitos e Deveres.

FUTEBOL! Já foi dito que o Brasil é o país do futebol, apesar de sua origem remontar a China Antiga, mais ou menos por volta de 3000 a.C, quando os soldados, criaram um jogo onde dois grupos de oito,  rivalizavam chutando as cabeças decepadas de inimigos. Jogar futebol também era uma prática no Japão antigo. 

No mundo Ocidental se tem notícias de que na Grécia antiga, aproximadamente no século I antes de Cristo, também se jogou futebol. Apesar de ter estado sempre presente nas sociedades antigas, foi na Inglaterra, no início do século XVII que foi jogado com regras, sistematização e organização.


Independentemente de sua origem o futebol é o esporte Nacional por Excelência. É praticado sem distinção de condição econômica, social, financeira, idade, cor ou sexo. Arrasta multidões, manipula altas cifras com seus contratos milionários e, suas estrelas, são fontes inesgotáveis de matérias jornalísticas, traduzidas na edição de publicações específicas e aumento na tiragem de jornais e revistas. Porém ante atuações melancólicas de nossos jogadores, o “Penta”, ao que parece, pertence à galeria de honrarias históricas e que não se repetem e não são acrescidas. Que 2016 nos seja leve.

MEMES, por toda a história da Humanidade há o relato de situações que surgiram do nada, estenderam-se para todos os lados, mostraram uma força  passional e do mesmo modo desvaneceram-se e desapareceram, sem deixar saudades. 

Tais notícias são informações reiteradas que, como os vírus, infectam o nosso pensamento, afetam o nosso comportamento, e se propagam de cérebro em cérebro, formando nossa cultura. Assim, MEMES é o gene cultural que se reproduz. No auge de sua vitalidade é um catalisador poderoso, capaz de movimentar como um instrumento de força física uma imprensa morna, paralisada pela mesmice, pela ausência do novo. Mas isso já foi analisado (postagem 21 de janeiro de 2012).

A FAMÍLIA REAL BRITÂNICA. É a nossa mola propulsora hoje. Caracteriza-se por ser aquela que não sai da Mídia. O assunto que vende jornais e revistas como se fosse a sua maior e melhor vocação é a família Windsor.  Tudo serve para impedir aos seus membros de viver com a privacidade que todo ser humano deseja. Nada parece satisfazer a horda midiática, desinteressada no que concerne a essência dos homens e mulheres que fazem a Realeza Britânica, porém, fanáticos quando se trata de persegui-los insanamente, transformando-os em notícias, manchetes e cifras.

A presença de quaisquer dos reais, nas páginas de um jornal, de uma revista, sob a lente invasiva de um fotógrafo não autorizado ou em compromissos sociais, na maledicência de editores maus intencionados, resulta em manchetes que ganham o mundo, monopolizam as atenções, revelando-se  verdadeiros filões  jornalísticos.

Não tem sido fácil. Recentemente o mundo assistiu, boquiaberto, a invasão de privacidade de Harry. O príncipe, exposto em sua intimidade, viu-se despido de suas vestes, de seu título, da fleuma que cerca a família real. 

O jovem que participava de uma festa íntima, com pessoas livres, capazes e conscientes, no interior de uma suíte, na cidade de Las Vegas, teve sua liberdade insultada, sua condição de cidadão aviltada pela indiscrição de algum dos participantes da festiva reunião e, endossada, a atitude vil de quem fotografou por jornais e revistas de todo o mundo, inclusive do Tablóide “The Sun” que denegriu, difamou, transtornou e humilhou a família Real ante seus súditos, perante o mundo Ocidental e, entretanto, faturou, ganhou, lucrou com a festa da imprensa marrom.

Tal acontecimento rendeu a Harry à censura de seus familiares, a solidariedade de milhares de Ingleses, inclusive, oficiais que compõe o efetivo do Exército Inglês, donas de casa e jovens de todo o mundo. Ao que sugere a recente missão do Príncipe Harry que foi mandado ao Oriente Médio, como co-piloto de Helicóptero, é uma tentativa de tirar o foco do ocorrido.

Arriscar a integridade do Príncipe no Afeganistão, numa área cheia de ressentimentos contra Ocidentais é uma arriscada decisão. Tanto é assim que, a base militar onde se encontra o príncipe Harry foi atacada na sexta-feira, dia 14 de setembro,  por rebeldes Talibãs, no sul do  Afeganistão. O jovem monarca escapou ileso, dois de seus companheiros foram mortos. Oxalá, o risco a que o Príncipe está exposto possa, de alguma forma, acalmar os paparazzi. 

Igualmente, numa situação de extremo desconforto, o Príncipe Consorte Philipe se deixou surpreender numa atitude não muito convencional, por ocasião de evento na Escócia, ao lado de sua mulher Elizabeth e  de seu filho Charles, vestindo clássico Kilt, na maneira tradicional, sem nada por baixo e deixando a mostra muito mais do que seria desejável, quando foi clicado em indiscreta posição. o site "TMZ" está entre os que exploraram a notícia.

 Não fosse ele o Duque de Edimburgo, marido da Rainha Elizabeth, tal episódio seria apenas desagradável; sua condição social, porém, multiplica a ocorrência, fazendo com que o Príncipe consorte assuma o seu constrangimento, o seu indisfarçável ato falho. 

A possibilidade de se raciocinar no sentido de que a idade pode ter contribuído para o afrouxamento de determinados cuidados, não foi ventilada. Os jornais limitaram-se a realçar o que estava sendo revelado, com sinais que pudessem cobrir e ao mesmo tempo chamar a atenção. Pobre Príncipe, sequer pode curtir a liberdade de estar sem cuecas de forma tranquila, sem grandes problemas.


 Mais uma vez a sanha sobre notícias com a família Real se configurou na violação de privacidade. Katie Mindetlon, mulher do Príncipe William foi surpreendida fazendo topless, numa praia. Os duques de Cambridge passavam férias num palacete em Provença, de propriedade do Lorde Linley, sobrinho da rainha da Inglaterra, Elizabeth II.   Katie foi fotografada, de longe, à vontade, ao lado de seu marido e teve suas fotos publicadas por um tablóide francês, sendo reproduzidas através de redes sociais.

Diferentemente do que ocorreu a Harry, não houve o interesse dos tablóides Ingleses e apenas a França publicou as fotografias. Tão grande a invasão, tamanha a grosseria que a Casa Real Inglesa, já ajuizou a competente ação judicial visando diminuir os danos causados a mais nova integrante da Casa Real.

Fica demonstrado que a falta de liberdade dos membros da casa real inglesa. Em declaração o Príncipe William registra o seu pesar pelo sofrimento imposto á sua mulher a quem prometera, tudo fazer para que a ela, Katie, não fosse infligida uma vida sem privacidade, sem reservas, cheia de perseguições e especulações.
  
Extremamente complexa é a situação dos que galgam postos na Família Real Inglesa, através de casamento com um de seus membros. Adquirem um Satus diferenciado, tornam-se vitrines para o mundo e, desse modo, sacrificam as suas vida, sua liberdade, sua paz e, até mesmo, sua vida no sentido mais literal que se possa imaginar.

Talvez numa visão plebéia, trago na minha experiência a ideia de que nada neste mundo vale a liberdade do ser humano. Os grilhões que nos são impostos tolhem nossos horizontes, modificam o nosso senso crítico, destroem, paulatinamente toda e qualquer esperança de felicidade.

Tais laços podem construir muros que aprisionam em doenças como anorexia, bulimia,  depressão e outras, que atingem vis mortais quando na tentativa de viverem um grande amor são enxergados pela sociedade de maneira grotesca  pois esses veem apenas a  ascensão social, o glamour, o status.

"Alguns grilhões são chamados até de algemas de ouro (golden handcuffs), isso porque nos sujeitamos pensando nos benefícios futuros, na maioria das vezes, puramente financeiras." O blog Serene Journey faz uma reflexão interessante sobre as algemas de ouro – A Maldição das Algemas de Ouro – The Curse of the Golden Handcuffs.Fonte: http://projetosejafeliz.wordpress.com


Olhando a juventude, elegância e independência de Katie Mindetlon, Duquesa de Cambridge, é inevitável uma comparação entre a Princesa e Diana, sua sogra, ambas bonitas, inteligentes, elegantes, esbanjando simpatia e charme. Por vezes não dá para lembrar o mistério de um olhar cada vez mais distante, de uma tristeza dolorosa espelhada nos olhos de Diana e já se anunciando no rosto de Katie.

Por último e para não perder o hábito a Star Magazine registra a gravidez de KATIE, após as calorosas férias, informando, ainda, que o anúncio oficial da gestação deverá ocorrer somente após o segundo mês e, rezar para que nenhum "paparazzi" surpreenda a Rainha trocando o soutien.

Resta torcer para que Ela, Katie, não seja tragada pela voracidade das águas palacianas, sufocada pelas convenções arcaicas e disformes que se esmeram em criar mecanismos de tortura mental. Vamos esperar confiando na juventude e capacidade de decisão dessa jovem que, vivendo seu conto de fadas, com direito a príncipe e tudo não se deixe estrangular pelos tentáculos terríveis da Casa Real Britânica ou abater por uma mídia escandalosa, por vezes incapaz de produzir uma única matéria suave, desprovida de malícia e mau gosto.

E que a Inglaterra não defenda apenas a expressão: “God save the Queen” e sim os seus cidadãos, nobres ou plebeus. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

CABO DE SANTO AGOSTINHO

NATUREZA E HISTÓRIA


Ruínas do Mosteiro Carmelita 

Hoje resolvi fazer algo diferente. Falar aos meus amigos virtuais e presenciais sobre o ganho, para o corpo e a alma, de um pequeno passeio. Um final de semana para sair da rotina, uma volta ao passado na expectativa de captar algum conhecimento e, gozar da deslumbrante visão ofertada pela natureza. Mesclar atualidade e história fez a diferença nesta aventura.
Bloco de apartamentos Aymara Hotel

A nossa viagem, com saída programada para 31 de agosto e destino ao “Aymara Hotel Fazenda”, localizada na zona rural do Cabo de Santo Agostinho, numa gleba com 14,00 hectares. O hotel, cercado por um tapete verde, possui vista privilegiada para a Mata Atlântica, com muitas flores e pássaros numa paisagem típica das reservas naturais.


Detalhe Parque Aquático
O ponto forte do Aymara é a paz que os hóspedes desfrutam, em total harmonia com a natureza. Ali  se pode desfrutar de passeio de charrete, trilha ecológica, "pesque e pague", piscina com bar molhado, um bonito salão de eventos, espaço para meditação, área reservada para crianças entre outra atrações, o tornam um local onde a família e casais podem desfrutar dos ares do campo e de mais privacidade sem perder o contato com a cidade.


Recanto de meditação á sombra de S. Francisco de Assis
Ainda deve ser destacado como atrativo, no hotel, a presença de animais típicos de fazenda. Assim, pudemos desfrutar do vôo de pequenas aves, em formação semelhante a uma flecha, veloz, cortando o céu de um azul maravilhoso, repetidas vezes durante o dia. 

Que tal beber o leite in natura, produzido por vacas da fazenda? Nos deliciar com o ativo e namorador “pai de chiqueiro”, sempre alerta ao lado das cabras; ver os carneiros e ovelhas caminhando em busca do melhor capim; conferir a beleza dos cavalos, do pavão e, ainda, voltar no tempo, revendo um bando de galinhas correndo soltas como se efetivamente estivessem livre na natureza. Ver  a engenharia do "casaca de couro" na construção de seu ninho é ter a certeza do que foi declarado por Lavoisier "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".

Matriz de Santo Antônio

Na cidade, propriamente dita, nos maravilhamos com a beleza da Catedral, erigida em honra a Santo Antônio e cuja construção ocorreu entre 1590 a 1595, pelos próprios moradores do Arraial. Merece destaque o altar-mor em pedra sabão  e estilo barroco, as imagens antigas e ricamente trabalhadas, a estrutura com torre em abóbada ogival, e excelente acústica; a presença de urnas funerárias datadas de 1800; sinos enormes, escada em aspiral para a torre,  enfim, a certeza de que estamos diante de um bem de inegável valor histórico para o Estado Pernambucano.


Explorando a cidade fomos ao Abrigo São Francisco de Assis, cuja fundação ocorreu aos 04 de outubro do ano de 1961, pela Madre Iva, que por longos sete anos permanecera paralítica, em consequência de uma enfermidade e, após ser desenganada pelos médicos sonhou com Francisco de Assis que falou à bondosa freira da seguinte forma:: “Iva por amor a Jesus crucificado, vou curar-te, minha filha, levanta-te e anda; constrói a minha Igreja, o Abrigo para os meus velhinhos…”

Abrigo S. Francisco de Assis
Desse sonho de amor e esperança surgiu casa que nós visitamos. Uma construção grande, sólida, com espaço confortável para oferecer aos abrigados – idosos carentes, na maioria vindos das ruas em condições de miséria e, alguns, encaminhados pelo Ministério Publico -  todo o necessário a acomodá-los dignamente, com adequação, inclusive às limitações de seus moradores.



No abrigo há, também, um espaço reservado ao seu patrono, São Francisco de Assis. Pequena e linda, a capela parece um pedacinho do céu neste mundo de Deus. Caracteriza-se por ser um recanto modesto porém, de uma beleza que nos emociona; em seu interior  encontramos uma imagem que mostra um São Francisco bem mais próximo à descrição de Celano, um homem de baixa estatura, de aparência tranquila, afável,  magro e com barba   pequena.  Ladeando a construção vitrais ricamente pintados com São Francisco e o menino Jesus, pássaros e, ainda, com imagem de Santa Clara. Ao centro um Sacrário e, em todo o ambiente uma paz contagiante.



Vitral da Capela
Os velhinhos e velhinhas bem cuidados, os dormitórios limpos, asseados e organizados. Conversamos com alguns e dois deles realmente mexeram com o meu emocional. Um senhor que estava um pouco afastado e que cumprimentei tentando entabular uma conversa, ele, calmamente tirou os óculos escuros e deixou a mostra olhos tão azuis que mais pareciam bolinhas de gude, elogiei falando da beleza de seus olhos e ele me disse: ”não adianta nunca mais vi minha nega”. Pela idade dele acredito que a musa daqueles olhos já se foi. 

Uma senhora com quem rapidamente me senti identificada, pequena, olhinhos apertados, bem arrumadinha, um diadema nos cabelos, uma flor presa no diadema e um colar  caprichosamente feito de botões coloridos, olhando firme para mim,  disse: “eu era como a senhora, gostava de me arrumar, de sapatos de salto alto, de sorrir e ser feliz”, me sensibilizou com seu queixume, com sua saudade, ao tempo em que não se curvou, permaneceu tentando conservar uma imagem pálida do que fora.

Na saída encontramos um Paraibano com um violão debaixo do braço. Todos os velhinhos, que estavam por perto, sorriam para ele e o artista nos informou que era de São José do Rio do Peixe, antiga Antenor Navarro, que era fã de Luiz Gonzaga e que a cada Domingo cantava e tocava o seu violão num abrigo de velhinhos e que fazendo um rodízio estava sempre em contato com todos. A capacidade de doação daquele senhor me trouxe lágrimas aos olhos.

Visão lateral antes da restauração
Fora da cidade fomos ver a parte histórica do Cabo de Santo Agostinho. Começamos pela Vila de Nazaré, que remonta ao Brasil colônia, especificamente ao século XVI; é um referencial na História do Brasil e segundo os historiadores na vila ocorreram inúmeros combates entre índios, portugueses, lusos brasileiros e holandeses. Quase nada existe que identifique o conjunto de casas, de hoje,  com a vila histórica.

Convento Carmelita Visão dos  Arcos
Entretanto ainda se vê a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré situada na Vila de mesmo nome, com sua construção datada do século XVI, pelos portugueses e, ao longo de sua história objeto de inúmeras reconstruções. Caracteriza-se por ser uma edificação com estrutura retangular e apenas uma cúpula, coro, capela principal e um corredor lateral que segue até a sacristia. Segundo informações do Instituto do Patrimônio Histórico sua forma, com uma única torre e sua localização no ponto mais alto do cabo fazia com que os navegadores se referissem a ela como “uma vela branca” a guiar os seus destinos.

Ruínas vistas acima do muro do cemitério local
Ao lado da Igreja estão as ruínas do convento Carmelita, também construído pelos descobridores portugueses entre o término do século XII e início do século XVIII. Mesmo as ruínas foram objeto de obras de manutenção e sua visão é fantástica. Para melhor vê-la fizemos o acesso pelo cemitério local e, somente subindo sobre um túmulo antiqüíssimo conseguimos a visão que nos encantou.


Descobrindo  a   História   in loco,  vimos,  um dos maiores  tesouros  históricos    do  Cabo   de    Santo    Agostinho.    Trata-se das  ruínas  do  antigo farol e da   casa do faroleiro.  Segundo   os    historiadores   o farol ,  antigo,    foi   movido   à  corda,   e a querosene,   tendo   sido  desativado na década  de   quarenta. Por  uma    descida  íngreme,    totalmente    danificada    pela   erosão,  distando   aproximadamente 800 metros  de  descida  se  vê, também,numa   visão  magnífica,   as    ruínas   da casa do faroleiro. Os restos de ambas estão  localizados em uma das extremidades de Cabo de Santo Agostinho.  


Vista do Farol 
Apesar  de    saber    da   existência  de   outros   pontos    históricos   no Cabo  de  Santo  Agostinho,    como  as ruínas    de    um    antigo quartel português,  do   forte   Castelo    do  Mar, a  bica  do ferrugem e a pedra sobre   pedra,   tal     prazer        foi adiado   pela necessidade de voltar ao   hotel  e  retornarmos  a    João Pessoa.

Em   quaisquer   dos    pontos  onde nos   estivemos    a     natureza  se impôs,  absoluta,    plena,   por sua extraordinária     beleza.     O  mar límpido,   de   um     azul inimitável, oferta  ao observador imagens belíssimas. 

O acidente  natural  do  Cabo,   cria   paisagens   deslumbrantes  onde  até mesmo  a  erosão  se  apresenta  com  contornos   e   desenhos  por vezes semelhantes um bordado.
Vista de Cima do Farol
Além das belezas conferidas nos resta uma reflexão. De acordo com historiadores nas primeiras décadas do século 16, franceses exploravam pau-brasil no litoral do Nordeste como se fossem donos do território. Há evidências de que já conheciam a costa brasileira bem antes de 1500. Um francês, Jean de Cousin, teria tentado se estabelecer na Amazônia em 1488. Entretanto os descobrimentos seguiam outras lógicas diferentes do fato de se chegar primeiro.


A História do Tratado de Tordesilhas, que  vale a pena ser revisitada nos livros de História, registra o seguinte: “No auge das grandes navegações, os portugueses concluíram, com razão, que a partilha estipulada pela bula papal "Intercoetera"  não os beneficiavam, pois apenas algumas ilhas ficariam sob seu domínio. Por esse motivo Portugal exigiu um novo acordo, que foi concretizado pelo já referido Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494. Com ele, ampliavam-se os direitos dos Portugueses com o aumento da distância de suas potencialidades ,como proprietários, de novas terras de 100 para 370 léguas a partir das ilhas de Cabo Verde. 

O novo documento, assegurou a Portugal o domínio das terras descobertas a oeste do Atlântico. D. Manuel organizou uma das maiores expedições que o reino já havia preparado, composta por uma esquadra formada por dez naus e duas caravelas e cerca de 1.500 homens, sob o comando de Pedro Álvares Cabral, nobre de tradicional família portuguesa. Foi erigido um monumento para lembrar aos povos a assinatura do Tratado.

Assim e não obstante a chegada dos franceses e espanhóis ao Brasil, ao Cabo de Santo Agostinho ou Cabo de ”Santa Maria de La Consolácion”, anteriormente aos portugueses, foi consolidada a posse da terra em nome de Portugal. Ante o quadro, decorridos séculos de tais fatos,  só nos restou concordar com inteligente crítica, que foi amplamente divulgada, em forma de pergunta: “Onde está escrito o testamento de Adão que dividiu o mundo entre espanhóis e Portugueses?

A expressão "o testamento de Adão" surgiu da insatisfação do Rei Francês Francisco I, que se opôs a divisão das terras de além mar entre os Portugueses e Espanhóis, determinada pela Santa Sé, posto que à Igreja Católica detinha a soberania sobre todas as ilhas da Terra, fato assegurado pelo Edito do Imperador Constantino que liberou o culto Cristão em Roma, isso no século IV . Consideradas pelos Europeus que todas as terras a serem descobertas "seriam ilhas", portanto, recairiam sobre o Papa os poderes para administrar tudo o que adviesse dos navegadores europeus que partissem em busca de novas terras, inclusive, destinar as descobertas, antecipadamente. 


"Com o processo de centralização política  ocorrido com os países europeus após a crise do feudalismo, Portugal e Espanha passaram a ser ameaçados pelas potências emergentes. As terras das Américas começaram a ser valorizadas, a tal ponto que o monarca francês Francisco I (1515/1547) contestou a autoridade do Papa, que havia interferido na divisão das novas terras entre Portugal e Espanha com legitimização através da Bula Inter Coetera (1493) e do Tratado de Tordesilha  (1494). 

Às pretensões ibéricas definidas pelo Papa Alexandre VI, respondeu o monarca francês pedindo pra ver o "testamento de Adão e Eva que dividira o mundo entre Espanha e Portugal". Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. A França demonstrou seu interesse no Brasil através de continuado contrabando de matéria prima, das constantes invasões e da permanência em território brasileiro.


Caravelas Santa Maria, Pinta e Nina
Pois é, logo ali, no vizinho Estado de Pernambuco, a cidade “Cabo de Santo Agostinho” que faz parte da região metropolitana do grande Recife. Esse Município, historicamente, foi povoado pelos índios Caetés. Segundo Martín Fernández de Navarrete em sua obra: "Viaje de Vicente Yáñez Pinzón", esse navegador, comandante da caravela “Nina”, foi o primeiro a chegar à costa do Brasil, através de uma península que denominou de ” Santa Maria de La Consolácion”, aos 20 de janeiro de 1500, tomando posse da terra em nome da Espanha. A área descrita pelo historiador corresponde ao cabo de Santo Agostinho.

Ainda há muito a ser contado mas, essa é outra história!






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