Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

AS MAIS BELAS MULHERES DE HOLLYWOOD - 2ª PARTE


DIVAS 


 
A Beleza, o Talento, a Fascinação que acompanham e acompanharam as Divas desde sempre, fazem-nas atemporais. Nesse particular, as que ora trazemos marcaram não só as suas épocas, mas se fixaram na história da humanidade e perpassam as exigências  de tempo e lugar. Primeiro, Ela,a deusa da beleza.


Elisabeh Rosemond Taylor, nascida a 27 de fevereiro de 1932 e que encantou o mundo como Liz Taylor,  foi uma atriz consagrada pela mídia e pelo público. Embora tenha nascido na Inglaterra tornou-se uma poderosa norte-americana capaz de traduzir, com a simples menção do seu nome, sexo, escândalo, corrupção, fama e, sobretudo, beleza, perfeição talento. 


Liz viveu intensamente seus erros e acertos. Conforme a Wikipédia – A Enciclopédia Livre, “foi reverenciada como uma das mulheres mais bonitas de todos os tempos; a sua marca registrada são os traços delicados de seu rosto e seus olhos de cor azul-violeta, uma cor rara, emoldurados por sobrancelhas desenhadas e espessas, de cor negra.”


A diva tinha compulsão por joias, possuiu peças lindíssimas que agregaram ao seu valor de mercado o fato de pertencerem a estrela. Tudo o que pudesse realçar sua beleza era do agrado da atriz. Cercou-se de jóias raras e caras, roupas das mais desejadas grifes, sapatos e adereços caríssimos, perfumes, maquiagens as melhores existentes a serviço de seu encanto.


Tudo em Liz era superlativo. Sua vida afetiva foi tumultuada por oito casamentos. Teve três filhos biológicos:  Michael Howard Taylor Wilding, Christopher Edward Taylor Wilding, Eliza Frances Todd e uma filha adotiva Maria Burton.


Viveu intensamente. Com ela nada era superficial por suas paixões arrebatadoras movia montanhas. O grande amor de sua vida Richard Burton, um belo homem com dupla nacionalidade, que proporcionou a Liz paixão, arrebatamento e escândalos, em dois casamentos intensamente vividos. Com uma saúde frágil foi submetida a diversos procedimentos cirúrgicos, vindo a falecer em virtude de problemas cardíacos aos setenta e nove anos.


Considerada por muitos a mais bela mulher do mundo, a atriz foi a primeira a comandar campanhas filantrópicas especialmente voltadas para os pacientes com AIDS. Foi, também, amiga, confidente e conselheira do rei do pop: Michael Jackson. 



LIZ MUITO MAIS QUE UMA ATRIZ TORNOU-SE SÍMBOLO DE UMA EPÓCA, ESTILO DE VIDA, PADRÃO DE BELEZA E GUERREIRA INCANSÁVEL NA BUSCA DO AMOR PERFEITO.





BRIGITTE ANNE-MARIE BARDOT, uma legítima Parisiense nascida aos 28 de setembro de 1934. Tornou-se conhecida mundialmente por suas iniciais. “BB”, faz parte de um universo de mulheres que além de lindíssimas, sobressaíram-se, motivaram discussões, acalentaram sonhos, potencializaram desejos e escreveram seus nomes na história da sétima arte. 


Francesa, dona de um rosto encantador, cantava, dançava e sabia explorar, como poucas, um corpo voluptuosamente recortado onde a natureza extrapolara no melhor estilo sex-simbol, aliada a uma boa cultura característica de bem nascidos. Filha de um alto industrial da burguesia francesa, foi orientada por sua mãe que a levou a desenvolver o gosto pela dança e pela música. Brigitte foi aceita em 1947 no conservatório de dança e música de Paris – Conservatoire National Supérieur de Musique et Danse de Paris, além do que cursou as aulas de balé por três anos.



Aos quinze anos fazia trabalhos de moda. Aos dezesseis foi capa da Revista Elle francesa. Aos dezessete, em 1952, estreou no cinema. Dois anos depois casou, contrariando seus pais, com o cineasta Roger Vadin, que a projetou mundialmente, ao produzir o controvertido filme “E DEUS CRIOU A MULHER”. Atriz, jovem, linda, sensual, Bardot brilhava, ainda e também junto à intelectualidade francesa. A premiadíssima Simone de Beauvoir batizou-a como “uma locomotiva da história das mulheres”, sendo, ainda vista e descrita como a mulher mais livre do Pós-Guerra na França.


Brigitte tornou popular o uso de camisetas pretas, vestidos vaporosos, leves onde os decotes se sobressaiam; lançou, ainda, a moda de sutiã com armação que erguia o busto, sendo uma das primeiras a usar o biquíni como roupa de praia, escandalizando e encantando, também, ao vestir xadrez Vichy em seu casamento. Pós-moderna dispensou meias finas, filmando sem aquelas, induziu muitas mulheres a dispensar a charmosa, porém incômoda peça do vestiário feminino.

Aparentemente despudorada, mostrar o corpo jamais constituiu problema para BB. Naturalmente loira, inteligente, com estilo próprio, influenciou gerações com o seu o visual e, influenciando a maneira de pensar de milhões de mulheres que idolatravam sua figura libertária de Deusa do cinema.



Além de Vadim, seu primeiro marido, amou Jean-Louis Trintignant que foi o pivô de seu divórcio e com quem filmou o antológico "E Deus Criou a Mulher". Terminado o romance, casou em 1959 com o ator Jacques Charrier, com quem filmou “Babette Vai a Guerra” e teve  seu único filho: Nicolas-Jacques Charrier. 


O casamento, entretanto não deu a "diva" a paz, a tranquilidade desejada. Sequer o nascimento de seu filho demoveu as pessoas do propósito de confundirem a vida pessoal e profissional de BB. Uma relação altamente conturbada, principalmente pelos paparazzi que a sufocavam esquecidos que a diva, era, também, um ser humano, uma mulher, esposa e mãe. A relação não sobreviveu a invasão, continuada, da privacidade do casal. Assim, divorciou-se do pai de seu único filho.



Casou a terceira vez com o multimilionário e playboy alemão Gunter Sachs, quatro semanas após terem se conhecido e o pretendente ter despejado, de um helicóptero de sua propriedade, uma chuva de pétalas de rosas vermelhas sobre a casa de Brigitte. Teve um relacionamento com Bob Zaguri, um Produtor marroquino, radicado no Brasil e que era Playboy internacional. Em razão de suas constantes vindas ao Brasil ganhou uma estátua em sua homenagem. Seu quarto e último casamento aconteceu em 1992, com Bernard D’Ormale, Conselheiro Político de Jean-Marie Le Pen, que presidira a Frente Nacional Francesa, principal partido de Extrema-direita da França.


Idosa, sem o brilho e a beleza da juventude, continua com o seu estilo individual e inconfundível – eternamente elegante. BB permanece com um discurso atual, com um visual único. Uma militante e obstinada na luta contra o uso de pele animal pela moda. Não se abala em exibir suas rugas e sua idade quando se trata de defender animais em situação de risco.


Brigitte Bardot era endeusada por John Lennon e Paul McCartney. Uma DIVA COM CERTEZA, NA TELA E NA VIDA e com ela, para ela, nada a define melhor que a ideia que a acompanhou por toda a sua trajetória - a condição de ser mulher e de encantar a todos. Seu passaporte para o sucesso, o filme  "E DEUS CRIOU A MULHER...merece registro a proibição de sua exibição em alguns países e a condenação da atriz pela Liga da Decência Católica. Além das cenas em que corria de bikini pela praia, altamente censuradas, destaca-se aquela onde, descalça, dança sobre uma mesa. A cena passou para a História da sétima arte como uma das mais eróticas de todos os tempos.



Uma Diva Sueca, nascida em Malmô aos 29 de setembro de 1931, cujo nome de batismo Kerstin Anita Marianne Ekberg, foi abreviado para ANITA EKBERG. Famosa após sua atuação no filme "La Dolce Vita", obra prima do grande cineasta Frederico Felinni. Linda, loura natural, atriz, miss Suécia de 1951, modelo, de beleza estonteante, dona de atributos físicos poderosos, foi  reverenciada como “sex symbol” nos anos 60.


Iniciou sua trajetória de sucessos substituindo Marilyn Monroe, numa turnê com Bob Hope. Sua beleza e estilo de vida levaram-na rapidamente a ser uma figura bastante conhecida pelo público masculino, tornando-se uma das maiores “pin up” dos anos 50 (Fonte; Wikipedia – A Enciclopédia Livre).


Protagonizou uma das cenas mais famosas do cinema mundial, ao banhar-se,  vestida com um vestido de noite negro na Fontana de Trevi, na pele de uma atriz sueca de nome Sylvia. Sucesso de crítica Anita,  finalmente,  fizera jus ao “não” dado ao milionário Howard Hughe que exigira dela – ao ser contratada pela Universal Stúdio- que trocasse de nome, fizesse plástica no nariz e nos dentes. Dona de forte personalidade a sueca respondera que se fizesse sucesso seu nome seria lembrado, mesmo sendo de difícil pronuncia. Se não fizesse o nome não importava.



Abalou os anos 70 com declarações fortes, carregadas de  acusações sobre inveja, ciúmes, encontros e desencontros com os ídolos da época, censuras a atrizes como Brigitte Bardot, Sophia Loren e outras. Afirmações um tanto narcisistas trouxeram-lhe a desconfiança de muitos, assim ao dizer “...só encontrei uma explicação para tanta negligência: os homens não me perdoavam o fato de seguido o meu próprio caminho e as mulheres invejavam o meu sucesso, a minha personalidade, a minha estatura, os meus cabelos louros, ou tinham ciúmes de mim porque seus companheiros ou maridos se voltavam na rua para me olhar.” 


Sua vida particular foi cheia de agitação e declarações fortes. Casou duas vezes, a primeira com Antony Steel, um ator britânico e, posteriormente com Rick Van Nutten que trabalhou com a atriz no filme "007 Contra a Chantagem Atômica". Todavia a imprensa registra como seu grande amor o industrial Gianni Agnelli, dono da FIAT. Aos 82 anos vive numa vila no sul de Roma.


CLAUDE JOSEPHINE ROSE CARDINALE ou CLAUDIA CARDINALE,  filha de sicilianos, nascida em Túnis aos 15 de Abri de 1938. Como muitas atrizes, chegou ao mundo do cinema após ganhar um concurso de Miss no ano de 1957. Desde o princípio filmou com grande nomes da sétima arte na Itália, Franco Cristaldi – em "Goha"; Luchino Visconti em "Rocco e seus Irmãos", Frederico Fellini em "8 ½ "e Sérgio Leone na saga "Era uma vez no Oeste". 




Estava fadada ao sucesso. Sua beleza, seu tipo italiano de exuberante beleza, sua voz rouca e sensual, tudo aliado ao seu talento, teriam levado-a de imediato à fama se não persistisse em permanecer na Europa. Entretanto foi vencida e trabalhou em Hollyood em produções com qualidade, algumas vistas como inesquecíveis.




A estrela escolhida por Visconti para interpretar a jovem sobrevivente do holocausto, que vive uma relação incestuosa com seu irmão em "Vagas Estrelas da Ursa Maior" deu-lhe projeção e status de Diva. Igualmente forte e marcante a viúva por ela vivida durante a segunda guerra mundial no brilhante “La Storia” de Luigi Comencini.


Politizada, dona de princípios liberais foi uma mulher atenta e envolvida nas questões do gênero feminino, dos homossexuais.  Escritora de uma autobiografia a que denominou "Moi Claudia, Toi Claudia," Devotava um profundo respeito e orgulho à sua herança árabe, sendo uma militante de causas humanitárias.


Uma beleza lendária a Cardinale foi uma das mulheres mais desejadas de toda a década de 60. Jamais filmou nua e declarou que “não queria vender o corpo”. Assediada por Alain Delon e Jean Paul Belmondo, consegui, com firmeza resistir a ambos. Cheia de energia elegeu para ídolos Brigitte Bardot e Marlon Brandon que em uma de suas viagens – a primeira aos Estados Unidos – foi ao seu apartamento com flores e champanhe, recusou e depois disse para si mesma: “Sono uma Stronza”.




Sobre o belo Delon afirmou: Alain Delon, Alain Delon. “Quando filmamos a cena do beijo em O Leopardo, Luchino Visconti me chamou no canto e disse que seria um plano próximo e que ele queria ver minha língua entrando na boca do Alain.” ** Rindo e em tom de ironia a estrela  declarau, também: **“Sempre fui pela superioridade feminina. Luchino era gay assumido. Gostava de explorar minha força. (* ** Entrevista dada ao Jornalista Luiz Carlos Merten, do Jornal o Estado de São Paulo por ocasião da 36ª Mostra de Cinema em São Paulo.) Com um histórico irretocável de filmes grandiosos acresceu a sua biografia o fato de ter recusado o homem mais desejado da época e que encarnava a sedução em Hollyood.



CATHERINE FABIENNE DORLEÁC DENEUVE ou apenas CATHERINE DENEUVE, Parisiense, nascida  no dia 22 de Outubro de 1943,  fez sua primeira aparição no cinema aos 13 anos de idade. Atuou em vários filmes, durante sua adolescência, sob a direção de Roger Vadim . Ascendeu ao estrelato em 1964 quando estreou “Os Guarda chuvas do Amor”, sob a direção de Jacques Demy, com Nino Casteulnuovo, em cores. "Belle de Jour" de Luiz Buñuel e "Repulsa ao Sexo" de Roman Polanski não poderiam ter tido uma intérprete mais fidedigna.




Padrão de elegância e beleza, teceu sob sua imagem uma ideia mística e contraditória de símbolo sexual frio e inalcançável, até mesmo pelo fato de viver mulheres tão belas quanto frígidas. Em "Repulsa ao Sexo", Caherine Deneuve estrelou aquele que foi considerado o melhor filme de terror psicológico de todos os tempos, dando vida a Carol Ledoux, uma mulher desnorteada, psicologicamente transtornada, sexualmente oprimida que não conseguia estabelecer a diferença entre seus delírios e a realidade. Obcecada por limpeza, é, psicologicamente dependente da irmã, não se relaciona com as pessoas, especialmente com homens. O filme, do cineasta Roman Polanski, foi premiado com o Urso de Prata no Festival de Berlim de 1965.




Dois anos depois, com a personagem Séverine Serizy, jovem, bela, rica, casada e infeliz que passava as suas tardes trabalhando como prostituta no bordel de Madame Anais, vive mais uma mulher com problemas de ordem sexual. Frígida, é torturada por fantasias masoquistas que levam-na a uma vida dupla de burguesa e meretriz. O pseudônimo “Belle de Jour” é assumido no trabalho e aceito pela proprietária do prostíbulo. A princípio e segundo o que era mostrado nas telas lhe foi atribuída à imagem dúbia de símbolo sexual e mulher fria.



Sua vida pessoal, registra o romance com Roger Vadim, seu “descobridor” e com quem teve um filho, de nome Christian Vadim; posteriormente casou com David Bailey, um londrino e famoso fotógrafo de moda -  cuja vida inspirou Michelangelo Antonioni ao criar o personagem principal de sua obra prima Blow-Up. E uma história de amor com Marcelo Mastroianni. Com ele teve sua filha Chiara  Mastroianni e, estava ao seu lado, no apartamento do ator no momento de sua morte, em companhia da filha de ambos.


Incrivelmente bela, simétrica, pele, dentes, cabelos perfeitos, teve uma carreira cinematográfica muito rica. Brilhou no mundo da moda como musa da alta costura e escolhida por Yves Saint Laurent, tornou-se sinônimo da beleza francesa. Personagem símbolo emprestou o seu rosto, a sua imagem, ao mais famoso e vendido perfume do mundo: O Chanel nº 5, por mais de vinte anos. Substituiu Brigitte Bardot dando nova face a Marianne, que personifica, na França, a figura feminina da República.



Sua grandiosidade sobreviveu aos anos 90, onde conquistou seu segundo César, prêmio maior do cinema Francês e, em 1992 foi indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro da Academia de Hollyood. Em 2000 recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes. UMA ATRIZ, ESTRELA, DIVA, UMA BELA DA MANHÃ, DA TARDE E DA NOITE. UMA DAS MAIS BELAS MULHERES DA SÉTIMA ARTE.

As estrelas maiores desse céu chamado Hollyood tiveram alguns pontos comuns além de serem atrizes, belas e talentosas. Todas casaram mais de uma vez; duas foram mulher de Roger Vadim; todas possuíam forte personalidade encantaram, surpreenderam e inovaram conceitos. 

Quem sabe, noutra oportunidade possamos ver as belas mulher do cinema atual ou os homens mais belos e que mexeram com a fantasia feminina...

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

CRER OU NÃO CRER? EIS A CONFUSÃO!



CÉTICA, EU?


Parodiando Willian Shakespeare na famosa fala do príncipe na sua  peça “A TRAGÉDIA DE HAMELET: TO BE OR NO TO BE, THAT’S THE QUESTION” , OU: SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO, surge do meio do caos que estamos vivenciando uma outra possibilidade. CRER OU NÃO CRER, EIS A CONFUSÃO.


Não estou fazendo piada. Até poderia, pois segundo o cancioneiro popular e oportunidades vivenciadas, o que dá pra rir dá pra chorar, questão só de peso e medida. Problema de hora e lugar... Também não estou me referindo a Credos, Religiões. A minha tenho-a bem definida, sem dúvidas e sem fanatismo.



Uma outra questão, com múltiplas facetas,  me fez ver a dificuldade do povo brasileiro, pelo menos a parcela que se dispõe a pensar, a construir verdades sobre complexas atuações das populações, dos governantes, de corporações. São muitas as identidades que podemos atribuir aos atores sociais que enchem os noticiários de forma tão antagônicas e que colocam em xeque direitos universalmente consagrados.


Num momento tão crucial para o Estado brasileiro desacreditar é extremamente prejudicial. A sociedade mesmo diante da diversidade constrói pontos comuns em que alicerça suas crenças. Ações afirmativas repetidas qualificam o grupo, o indivíduo e corroboram seus argumentos criando verdadeiras identidades sociais.


Ter consciência de como a comunidade reagirá diante de um problema cria uma assinatura para o grupo. Sempre que ressurge aquela situação há a possibilidade de se fazer uma previsão sobre o que advirá dela.



Um povo tradicionalmente leve, até certo ponto despreocupado. Sem grandes indagações e que foi visto, erroneamente, com preocupações tão somente relativas a Futebol, Carnaval e Mulatas.    Entretanto, aparentemente, houve uma mudança substancial no marasmo em que se encontravam as populações adormecidas.  Infelizmente e como diria o magistral Francisco Milani: há controvérsia.


Gostaria muito de não ter visto, por vezes, o efeito boiada. Poucos sabendo o que estavam querendo e muitos seguindo os guias sem avaliarem exatamente o que estava acontecendo. Outros, ainda, como uma manada enfurecida aproveitando o momento e dando vazão a instintos puramente animalescos.
Torna-se difícil a missão proposta. 



Os Movimentos Sociais, em sua condição histórica reformadores das Sociedades, na atualidade, na efervescência das reformas, mostra novos cenários que mudam a cada hora sem que consigam demarcar territórios, sem que se legitimem nas defesas ou consigam perpassar o impacto inicial trazidos nos primeiros momentos.


É inegável que junho de 2013 trouxe um marco para o Brasil. A presença de milhões de pessoas espalhadas por todo o território federal proporcionou aos jovens, aos adolescentes e aos adultos já esquecidos de conceito básicos de liberdade, democracia, luta pela diminuição da desigualdade social, fazer memória de tempos idos quando a mobilização social mostrava a cara da insatisfação, do desejo de mudanças, da conscientização.


É junho passou. Ficou para trás levando consigo toda aquela comoção patriótica no seu mais belo sentido. O povo, pelo povo e para o povo. E o que se vê? Manifestações canhestras, Black blocs, governantes que fazem de conta, políticos que empurram sujeiras com a barriga, numa bem sucedida tentativa de manter tudo como está. Raios, tempestades, cobras, lagartos, discursos, quebra-quebra, políticos posando de salvadores da pátria fazendo teatrinhos internacionais, rios de dinheiros desviados e, enquanto isso, pelo menos dois dos cavaleiros do Apocalipse correm solto pelo Brasil.


Em quem acreditar? Segundo Guilherme Fiuza – jornalista, autor do livro “Meu nome não é Johnny”- “SE VOCÊ SEU DISTRAÍDO AINDA NÃO ENTENDEU O QUE DIZEM AS RUAS, AQUI VAI, NUMA PALAVRA: NADA.” E diz mais:  “O Brasil anda muito ocupado com passeatas para ficar prestando atenção a escândalos...enquanto isso  os escândalos continuam, esquemas parasitários continuam assaltando os cofres públicos, com seus convênios de capacitação do nada, e sua tecnologia de institutos mundiais de empulhação.”


Bom, vocês não sei como recebem tão explícita síntese do momento brasileiro. Confesso que me “agradaram” em cheio  os convênios de capacitação do nada e a tecnologia de institutos mundiais de empulhação. Sim, porque  sempre me perguntei a razão de tantos convênios assinados antes que se fizesse a prestação de contas em aberto ou que os capacitados empregassem  as novas  habilidades no seu dia a dia funcional. Quem sabe lendo  a "Desinstalação da Empulhação" de Affonso Romano de Sant'Anna , pobres mortais consigam entender tão refinada situação.


A tecnologia dos institutos de empulhação, essa é magistral. Afinal se vê todos os dias parlamentares, altos funcionários, dirigentes e governantes distribuindo títulos “honoris causa” a ladinas figuras que crescem em conceito e remuneração sem contraprestação de qualquer espécie. Torna-se cada vez mais complicado acreditar em alguma coisa no cenário atual.



E os black blocs brasileiros, cujo crescimento nesse último trimestre deixa claro o espírito de imitação de uma parcela de falsos militantes. Tais “cópias”  conseguem superar os originais nos quesitos sordidez e violência. Assim, como alemães dos anos 70, os Black  blocs usam preto, cobrem o rosto, praticam toda sorte de vandalismo quebrando bancos, estabelecimentos comerciais, incendiando ônibus,  depredando equipamentos públicos. A Edição de VEJA, cuja capa é ilustrada, aparentemente com participantes do grupo, trouxe em seu interior a matéria "O BANDO DOS CARAS TAPADAS". Interessantíssima.


O cidadão consciente sabe a meta dos desordeiros: tirar das ruas as pessoas de bem. Não são militantes, não são cidadãos lutando por direitos, são bandidos, desocupados, baderneiros. Mas, há  perguntas que não se calam: haverá orquestração por trás de tudo isso?  Os gestores tão hábeis em atribuir a oposição a culpa de tudo está muda? A quem interessa retardar mudanças?  Novamente a inquietação, não há para quem ou no quê creditar o crescimento de tão pernicioso grupo.


E a polícia como se porta num momento de tanta controvérsia? Em completa sintonia com a ocasião. Ou seja, como um saco de gatos. Puxa para um lado, puxa para outro, arranha quem se aproxima e parece caminhar as cegas. É lógico que seria imprudência, loucura, tentar dialogar com indivíduos como os Black blocs, que vão para esvaziar as ruas daqueles que buscam direitos, ainda que não saibam quais. 


O problema está em não saber diferenciar as pessoas. Assim receber professores com balas de borracha, spray de pimenta e pancadaria mereceu registro na mídia em todo o Brasil. O jornalista Wellington Bahnemann – Agência Estado – publicou o seguinte texto: “Na manifestação do último dia 1º, o comportamento da PM foi bastante criticado. As imagens flagraram policiais alegando injustamente que um jovem carregava um morteiro e captaram um policial em cima do prédio da Câmara Municipal jogando pedras contra os manifestantes. Além disso, a foto de um policial, postada no facebook, com um cassetete quebrado e a legenda "foi mal, fessor" gerou também bastante polêmica e críticas.”


Mais uma vez a indagação: acreditar? Em que? A Polícia que teoricamente estaria presente para garantir o direito de manifestação, a ordem a integridade física das pessoas – dos cidadãos – tem reproduzido ações extremamente nocivas, equivocadas, inclusive, com declarações inoportunas.
Quero acreditar que benéfico à sociedade, ao povo brasileiro seria a invenção de Ruth Aquino: Um recall para políticos com defeito. E como sempre acontece,  por imitação, se faria recall para: cidadãos que abaixam a cabeça e seguem a turba; “Movimentos sociais” cegos que não sabem para onde vão ou o que pretendem;  Policiais que descontam suas frustrações no ambiente de trabalho – nas ruas; governantes inocentes que desconhecem espionagem internacional;  tiranos de operetas que jogam as regras para debaixo dos tapete...a lista é longa e a paciência das pessoas há muito chegou ao limite.



O recall que segundo o Aurélio “é a convocação que o fabricante ou distribuidor faz ao consumidor, para retorno do produto já vendido, no qual se descobriu, posteriormente, defeito ou problema”, cai como uma luva  ao nosso presente e  talvez trouxesse de volta a crença nas pessoas, nas instituições.