Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A BELEZA , O BELO

Imensurável
O ser humano independentemente da época, de sua origem, condição, sexo, cor, etnia, meio, crenças, motivação, valores e/ou aspectos, qualquer que seja o prisma adotado, sempre  buscou o belo. A beleza em cada coisa, em cada gesto, em cada ser.  Assim, alguns perseguiram a simetria, outros a harmonia, o físico, o espiritual, o sentimento subjetivo, a essência da arte, o sublime, o bem e o antagônico  mal. Observa-se que a beleza foi e continua sendo,  rotineiramente associada ao bem, porém o reverso da medalha, a fealdade, por sua vez, é sistematicamente associada ao mal.

É evidente que os padrões encontrados sofrem a influência de fatores internos e externos, numa visão macro ou em particular. Nenhum ser humano deixa de fazer adaptações no seu modo de perceber a beleza, haja vista as informações coletadas ao longo de sua história. Desse modo os conceitos são moldados conforme esteja o indivíduo na infância, na juventude, na idade adulta ou na velhice. Igualmente a bagagem cultural,  a experiência, a cognição, tudo permeia o olhar lançado sobre a diversidade humana onde a fantasia desconhece limites, renovando-se, continuamente na caça à estética. 

A beleza, a luz
Se pensarmos num conceito de beleza vamos encontrar uma gama muito grande de definições, para uns “A beleza é uma experiência, um processo cognitivo ou mental, ou ainda, espiritual, relacionada à percepção de elementos que agradam de forma singular aquele que a experimenta.” Suas formas são inúmeras, e a ciência ainda tenta dar uma explicação para o processo. Fonte - Wikipédia, a enciclopédia livre.


Uma das mais concretas descrições de beleza foi feita por S. Tomás de Aquino, que a descrevia como “aquilo que provoca um conhecimento gozoso”, ou seja, a emoção que nos é provocada pelo estético. Na Grécia Antiga, a tese de corpo são em mente sã não era garantia apenas de saúde, mas também de beleza e proporcionalidade. Se na Idade Média, as senhoras de formas generosas eram as mais apreciadas pela sociedade, no Renascimento a beleza baseava-se na representação do Homem de Vitrúvio, de Leonardo da Vinci, devido à sua proporcionalidade.

A beleza espiritual, adorno da alma

Tem-se por beleza espiritual aquela que nos fala a alma, a essência, ao ser. Num mergulho em busca de raízes vamos encontrar a beleza espiritual nos livros sagrados.  A Bíblia Sagrada,  diz em na Primeira Epístola de São Pedro 3:3-4 “O vosso adorno não seja o enfeite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de jóias de ouro, ou o luxo dos vestidos, mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e tranqüilo, que és, para que permaneçam as coisas.”



A Bíblia Sagrada
Ainda, a beleza verdadeira não é egocêntrica. A Bíblia, também quando na Primeira Epístola de Paulo a Timóteo, seu filho na Fé, segundo capítulo e versículos transcritos: 2:9-10 “Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.” Igualmente, diz  o Livro Sagrado dos Cristãos: A beleza verdadeira encontra-se no Senhor. Na Bíblia, no Livro dos  Salmos 90:17 “Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus …”. 

Depreende-se dos textos Bíblicos que no contexto theocrático a beleza não é referência física e sim adorno da alma. Para a religião, portanto," a verdadeira beleza está na integralidade da propriedade da conduta do indivíduo para com um plano sagrado, em detrimento do mundo físico. Quanto mais completa é a imersão e desprendimento do mundo vulgar, maior beleza há naquele que a faz viver." (Fonte Wikipedia)



 Para os Gregos, a simetria constituia o encontro entre a beleza física e a a espiritual.  A prece de Sócrates, anunciada por Platão, em FEDRO, deixa claro o limite estético a ser atingido: “Divina Pã – e vós deuses outros destas paragens! Dai-me a beleza da alma, a beleza interior e fazei com que meu exterior se harmonize com essa beleza espiritual. Que o sábio me pareça sempre rico; que eu tenha tanta riqueza quanto um homem sensato possa suportar e empregar.”   Prece de Sócrates. In PLATÃO. Fedro: texto integral. São Paulo: Martin Claret, 2003. pg. 125.

Afrodite a Deusa da Beleza e do Amor
Assim Platão considerava que a beleza era a idéia (forma) acima de todas as outras idéias.  Aristóteles, por sua vez, viu uma relação entre o belo e a virtude, argumentando que "A virtude visa à beleza."  É puramente filosófica a idéia de que " a beleza advém da pureza do raciocínio, da surpresa e da consistência dos axiomas. Raramente está relacionada à aparência superficial (salvo no caso das correntes como o hedonismo, por exemplo).Podemos dizer que na antiga Grécia a beleza era o encontro da estética, da moral e da filosofia.


O reconhecimento da beleza
A Beleza, enquanto sentimento subjetivo – A humanidade é dotada de sensibilidade, a que  se aliam múltiplos conceitos, ou diferentes caracterizações, ou ainda várias maneiras de se apresentar, podendo sugerir alguma coisa boa e prazerosa. Nesse liame, nesse tecido emaranhado ato, fato, coisa e a percepção agradável, situa-se a beleza – percepção  festiva aos olhos. 

Parecer belo não depende tanto das características do objeto como da forma de o sujeito o perceber e sentir. Ser belo para um não significa ser belo para todos, ou mesmo para muitos.  A percepção é algo individual, subjetivo, próprio de cada um.  

A beleza ideal
 O filósofo francês Voltaire, que há dois séculos tentava através da sátira pôr fim aos padrões invioláveis que definiam a beleza, dizia: "Para um macaco não existe não existe nada mais belo do que uma macaca". Para Voltaire, o conceito de beleza residia nos olhos de quem a observava. "A cegueira do amor não equipara uma camponesa vesga e nariguda à Vênus de Botticelli?", argumentava ele. Certamente, Voltaire não encerrou, nem encontrou solução para a antiga polêmica para as visões subjetiva e objetiva da beleza.

No imaginário da criança
 A sabedoria popular tem cunhado expressões que revelam situações cheias de nuances filosóficos, nessa escala há um adágio popular que demonstra o objeto, sua apresentação e as diferentes percepções, desse modo temos a expressão: “QUEM AMA O FEIO BONITO LHE PARECE”. Ora, o sentimento modifica a percepção. A apresentação, o invólucro não tem para o amante a mesma resposta visual que teria para outros, destituídos do apelo emocional.  Como negar os olhares de cumplicidade dos personagens do estúdio Disney- Pixar.


Na natureza
A coruja da filosofia é a Coruja de Minerva que é uma deusa romana e seu equivalente grego é Athena. Diz a mitologia que Athena, a deusa grega da Sabedoria e da Justiça, possuía uma Coruja de estimação que permanecia sempre em seu ombro e lhe revelava as verdades invisíveis. Essa Coruja tinha o poder de iluminar o lado obscuro da deusa.

Assim a coruja tem sido símbolo da sabedoria, da paciência e, também, da fealdade, para os humanos. Todavia em sua especíe, como no seio de todas as outras, o indivíduo que lhe pertence não destoa, ao contrário, com rarissímas exceções,  como é o caso de animais albinos, com má-formação, atende o que dele se espera: que represente-a de forma inconfundível.

O amor é lindo
A beleza, na maioria das vezes aliada ao Amor, esse sentimento maior da Cristandade e quiça de todo o universo, assume  variadas formas e expressões. É percebida conforme a sensibilidade de quem a  vê e, por vezes, a experiência de quem está arrebatado pelo  encantamento, de modo que  encontrar alguém e vivenciar o amor, de forma intensa e prolongada vai muito além da aparência física, da presençã ou não do belo.

A literatura nos tem brindado com situações onde a diferença, a aparência fora dos padrões dita a aceitação ou não do indivíduo, seja em relacionamentos amorosos ou fora dele. É célebre a historia de Quasimodo, o corcunda de Notre -Dame de Paris, que se enche de amores pela bela cigana Esmeralda, desafiando as regras de então e, também o seu padrinho, Frollo, arquidiácono que o adotara e que igualmente amava Esmeralda. 


Amor a luz das estrêlas
No aspecto beleza física, atualmente podemos enumerar, casais bem diferentes, a exemplo de Jennifer Lopez e Marc Anthony; Josh Holloway - galã de Lost - e Yessica Kumala; Evan Rachel Wood, muito bonita e dezenove anos mais nova que Marilyn Manson ( que foi casado por sete anos com a belíssima Dita Von Teese, stripper americana); Catherine Zeta-Jones, 25 anos mais nova que seu amado, Michael Douglas.  Soon-Yi Previn e Woody Allen, 35 anos de diferença. Ron Wood (guitarrista dos Stones) e Ekaterina Ivanova, 42 anos de diferença. Os contrários continuam em constante atração.




O casal Mahal
A beleza, do sentimento - Amor -  a saga dos amantes, belos ou não, sempre foi e será alvo de legados à humanidade. Nessa seara  os  historiadores, escritores, romancistas, filósofos e artistas são pródigos ao cultuar e imortalizar os protagonistas. Assim foi com Cleópatra e Marco Antônio;  Caio Calígula e Drusila (ele imperador, ela sua irmã)Shah Jahan e Mumtaz Mahal (ele o príncipe que construiu o Taj Mahal, ela a sua amada que morrera); Orfeu e Eurídice (Mitologia grega); Cirano e Roxane ("Cirano de Bergerac"); Dante e Beatriz (Dante Alighieri existiu de verdade, mas aqui ele aparece como personagem do seu próprio livro: "A Divina Comédia"); Dom Quixote e Dorotéia ("O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha");  Cathy Linton e Heathcliff ("O Morro dos Ventos Uivantes"); Olga Benário e Carlos Prestes; Tomás antônio Gonzaga e Maria Dorotéia Seixas; Anita Garibaldi e Giuseppe Garibaldi;  Werther e Carlota; Tristão e Isolda; Eros e Psique; Bentinho e Capitu. 


Romeu e Julieta
 Quem desconhece os belos jovens que formaram o mais famoso casal da literatura:  Romeu e Julieta, de  William Shakespeare; e lembrança alegre dos personagens brasileiros que povoaram a literatura dos gibis; Zé Carioca (papagaio e malandro) e  Rosinha  (periquita e bonita); Donald e Margarida, Rosinha e Chico Bento, Mickey e Minnie; Luluzinha e Bolinha. Outrossim, como deixar de lado a saga de beleza, sangue e tragédia que acompanhou o cangaço com Lampião e Maria Bonita( Maria Déia); Corisco e Dadá; Galo e Inacinha; Moita Brava e Sebastiana; José Sereno e Cila; Labareda e Maria; José Baiano e Lídia;  Luís Pedro e Neném.


O amor posto que é chama...
 Algumas frases sintetizam o quão é maravilhoso e belo o sentimento que rende homenagem á beleza, senão vejamos: Amor é quando as diferenças não são mais capazes de separar. (J. de Bourboun Busset).  "O essencial é invisível para os olhos" - Saint-Exuperry, escritor de O pequeno príncipe. "O amor é quando a gente mora um no outro." (Mário Quintana). Sobre o  amor escreveu o nosso poetinha - "Que não seja imortal posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure. E, ainda, "As muito feias que me perdoem mas a beleza é fundamental." Vinicius de Moraes.




A filosofia, a beleza
Para Immanuel Kant, filósofo alemão,   a beleza traduz-se num juízo que exprime um sentimento de prazer. Kant, para evitar o relativismo estético, tem contudo o cuidado de mostrar que quando dizemos “Algo é belo” o fazemos como se a beleza fosse uma qualidade do objeto, isto é, uma propriedade objetiva, apesar de ter a sua origem num estado subjetivo.
Kant vê na experiência do belo (e mais ainda do sublime) a realização das capacidades mais elevadas do ser humano. A riqueza do real admitida na contemplação estética é experimentada como afirmação prazerosa de sua ampla determinabilidade por nós. (Seel, 2004)

Falar de beleza e deixar de lado a fealdade seria como dar a uma moeda, uma única face. Rotineiramente colocamos como feio, num primeiro momento, aquilo que não agrada aos nossos olhos. Entetanto quando refletimos sobre o que é a fealdade nos deparámos com imprecisões, dificuldades. Para Félicité, condessa de Brusbart e madame de Genlis, "A fealdade é a melhor guardiã de uma jovem, a seguir a virtude."
O riso que suaviza

A fealdade atravessa a história da humanidade quase sempre associada ao Mal, assim desde a mais tenra infância de nossos ancestrais seus medos foram alimentados com bruxas, sempre horrorosas, com grande nariz e verruga na ponta, corcundas ou simplesmente vergadas, vestidas de preto e capazes de lançar feitiços, voar em vassouras, cozinhar pessoas e porções em grande caldeirões,  e/ou bruxos, homens coxos, barbudos, cobertos de andrajos e pestilentos,  devoradores de criancinhas. 

A literatura por sua vez não se dissociava da idéia, o mal era sempre vestido de preto, o vilão rotineiramente feio, a maldade anunciada com a chegada de um ser que se caracterizasse por sua feiura, de sorte que os ogros, os anões, os dragões, as serpentes, o ciclope, as harpias, os gigantes, o minotauro, os sátiros. A peversão e a peversidade constituiam degraus da fealdade, tanto é assim que a desconstrução dessas "certezas", desde o genese, até os dias atuais tem se desenvolvido de forma lenta, num compasso em desacerto com a pressa da humanidade.


A beleza que transcende
Porém a associação do belo com o bom e, do feio com o mal, é frágil e não se sustenta ante as mais simples idéias. A Bíblia trata a maciera como a árvore da vida e da verdade, no sentido de sabedoria. O seu fruto é lindo, a maçã. Ora, através da maçã o homem conheceu a maldade, o pecado e a expulsão do paraíso. A fruta, diga-se de passagem, muito bela, é responsável, ainda, com a ajuda de sua beleza, pelo envenamento de Branca e Neve... 

Não há uma correspondência entre o belo e o bem, o feio e  o mal. Césare Lombroso, Médico Psiquiatra, Antropólogo e Político, italiano, nascido em 1835 cunhou um tipo físico para   "O criminoso nato seria caracterizado por uma cabeça sui generis, com pronunciada assimetria craniana, fronte baixa e fugídia, orelhas em forma de asa, zigomas, lóbulos occipitais e arcadas superciliares salientes, maxilares proeminentes (prognatismo), face longa e larga, apesar do crânio pequeno, cabelos abundantes, mas barba escassa, rosto pálido. Posteriormente, estas associações foram consideradas altamente inconsistentes ou completamente inexistentes, e as teorias baseadas na causa ambiental da criminalidade se tornaram dominantes.

Lucrécia Bórgia
 Mulheres lindas foram assassinas a serviço de interesses próprios ou de outrens, como Lucrécia Bórgia que  por sua beleza, aos treze anos já provocava discussões entre seus irmãos que disputavam a sua preferência e, que passou a história como uma das mulheres mais cruéis da humanidade, sendo ela uma entre muitas; o Pastor norte-americano Jim Jones, bonito, jovem, comunicativo, fundadador da seita "Templo do Povo", leva ao suicídio coletivo 900 (novecentas) pessoas.

Na atualidade as pressões ditadas pela moda, pela sociedade criam normas e tabus que impõem estereótipos muitas vezes nocivos não apenas ao indivíduo em si, mas na formação de opiniões desvirtuadas e que repelem aqueles que não se apresentam como tal. Assim não há e também nunca houve um consenso sobre a beleza. 

Todavia é possível que se não há um consenso, muitos, vejam a BELEZA nas seguintes imgens:

Taj Mahal

Catedral de Notre Dame

Phaternon

Jardim Suspenso da Babilônia

Veneza

Natureza

A beleza de Botticelli

A Madona, de Rafael

Monalisa ou Gioconda

Davi, de Michelangelo

Vênus de Milo

O Pensador, de Rodin

A Pietá, de Michelangelo
Coroa afegã - século  I

Coroa de Henrique XVIII

Coroa de S. Venceslau - Tcheca

Coroa da rainha Vitória

Jóias da Coroa inglesa

Jóias da coroa espanhola

Diamante Hortênsia - Coroa francesa

KOH-I-NOOR
Estrela da África - maior diamante do mundo - Coroa inglesa


BELAS E BELOS 
Angelina Jolie

Gisele Bundche

Lucy Liu

George Clooney

Brad Pitt

Eric Bana

                                                                                

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A mulher na História - parte 4 - CONTINUAÇÃO



A IDADE CONTEMPORÂNEA               

O tempo em movimento
  Segundo Machado de Assis.”O tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo, uma flor, um pássaro, uma dama, um castelo, um túmulo. Também se pode bordar nada. Nada em cima de invisível é a mais sutil obra deste mundo, e acaso do outro."

                O tempo sobre o qual estamos falando é o conhecimento normal e rotineiro, comum a todos os seres humanos, que revela-se  na capacidade de identificar, reconhecer e localizar os fatos aprendido por nossa sensibilidade, alinhando-os em compartimentos estanques que podem significar, segundos, minutos, horas, dias, meses, anos, séculos, milênios, eras.

o diáfano tecido do tempo
               O nosso tempo, a que nos referimos, é a Idade Contemporânea, que a humanidade vivencia, com erros e acertos, ganhos e perdas, alegrias e tristezas, num eterno caminhar que nos leva a descortinar situações inovadoras ou repetidas, todavia e sempre á frente. Por mais que a ciência tenha se desenvolvido nunca se ouviu dizer que alguém tenha conseguido retornar ao dia de ontem ou mesmo viver, hoje, o dia de amanhã. Cada dia é próprio, cada dia é o dia.

Portal do tempo
            O dia de hoje, a atualidade, traz para nós, mulheres que mudaram a história, que sofreram, ultrapassaram barreiras, que conseguiram se sobressair, muitas vezes lutando consigo, com os seus, com o seu dia a dia. Ainda que não possamos contemplar todas, conheçamos algumas dessas pioneiras, que lutaram, sobretudo contra o seu próprio gênero e, até mesmo, contra os seus familiares que desconheciam a genialidade e preocupavam-se tão somente com o sexo: feminino.


1° Ministra israelense
GOLDA MEIR, nascida Golda Mabovitch, em Kiev, no dia 3 de Maio de 1898 e falecida em Jerusalém aos 8 de Dezembro de 1978, foi uma das fundadoras do Estado de Israel. Emigrou para a Palestina no ano de 1921, onde militou no sindicato Histadrut e no partido trabalhista Mapai.Sobre ela, em determinada ocasião : “David Ben-Gurion disse : "Golda Meir é o único homem do meu gabinete".

                Sua carreira política vai desde a Militância Sindical, até tornar-se, sucessivamente, primeira Embaixatriz Israelense na extinta URSS em 1948, Ministra do Bem-Estar Social, Ministra do Exterior, Secretária-Geral do Mapai e foi o quarto Primeiro-Ministro de Israel, entre 1969 e 1974.

 
Interlocutora persistente
        Após a morte do Presidente Levi Eshkol, Golda Meir forma um novo Governo sendo primeira-ministra de Israel por cinco anos (1969-1974). Ao falar pela primeira vez à imprensa, como primeira-ministra, clamou aos árabes que se dispunha a qualquer coisa pela paz, exceto o suicídio nacional. E acenou diretamente, ao então presidente da República Árabe Egípcia, Nasser, incitando-o a mesa de negociações, falando que iria até mesmo ao Cairo, se necessário, para negociar a restituição de território, pacificamente. Embora este tenha recusado, seu sucessor Sadat atendeu aos pedidos.


                        No cargo de Primeira Ministra, recusou-se a aceitar as resoluções da ONU, que nulificavam a anexação israelita de Jerusalém oriental e que determinavam o êxodo de Israel dos territórios árabes ocupados em 1967 na guerra dos seis dias, por acreditar que, como não existiria equivalência para evitar agressão dos palestinos e de nações árabes, tais medidas poriam em risco a existência do Estado de Israel. Golda Meir fez uso de uma política de medidas extremas contra membros de organizações que realizavam atentados, chegando a ordenar o assassinato de suas lideranças.
               
                Aos 6 de Outubro de 1973 ocorreu a quarta guerra do conflito árabe-israelense, chamada "Guerra do Yom Kippur" (os israelitas celebram nesse dia a grande data religiosa de "Yom Kippur", onde se faz jejum completo por 24 horas, daí o nome atribuído ao conflito). Contaram, os agressores, com o elemento surpresa considerando que nesse dia os Israelense não cogitavam de qualquer ataque. Os conflitos seguiram causando grandes baixas nas forças de Israel. Todavia Israel conseguiu, com suas tropas, chegar até bem próximo do Cairo, capital do Egito e de Damasco, obrigando os agressores ao recuo. Em represália os paises Árabes deixaram de exportar petróleo para os Estados Unidos. 

Guerra do Yom Kippur
        Debaixo de duras críticas Golda Meir apresentou sua demissão em Abril de 1974. Volta a cena política em 5 de março de 1976, publica um livro biográfico sob o título “Minha Vida”. Finalmente, aos 80 anos de idade, morre, vitimada por um câncer, em Jerusalém. Foi uma das mulheres que escreveu seu nome na História Universal, posto que, israelita, mostrou ao mundo que ser mulher não significa ser condescendente. Lutou, disse não e sobressaiu-se num espaço tipicamente masculino. Golda Meir é uma dessas mulheres que engrandece sua pátria, seu povo, sua crença e revela significativa consciência social.



Filósofa existencialista
 Nascida em Paris, aos 9 de janeiro de 1908 e, falecida em Paris em 14 de abril de 1986, foi uma escritora,  filósofa, existencialista e feminista, cujo nome SIMONE LUCIE ERNESTINE-MARIE BERTRAND DE BEAUVOIR, foi sintezado em SIMONE DE BEAUVOIR, como ficou mundialmente conhecida.

                Ainda adolescente já havia decidido ser escritora. Juntamente com sua única irmã, foram educadas no Institut Adeline Désir ou Cour Désir, um colégio católico feminino, o que naquela época era repudiado pela elite pensante; ali conheceu aquela que seria a sua melhor amiga:. Elisabeth Le Coin, a ZaZa nas recordações de Beauvoir. Simone amou sua escola e no ano de 1924, concluíu, com distinção, os seus estudos. A morte prematura de sua  amiga trouxe-lhe profunda tristeza e pesar.

                Prestou vestibular em Matemática e Depois de passar nos exames de bacharelado em matemática e filosofia, estudou filosofia na Universidade de Paris (Sorbonne) e, matemática no Instituto Católico. Estudou, ainda, literatura e línguas no Instituto Sainte-Marie. Corria o ano de  1929, quando na Sorbonne, Beauvoir fez uma apresentação sobre Leibniz. Ali encontrou e fez amizades com jovens intelectuais, dentre eles, Maurice Merleau-Ponty, René Maheu – que deu-lhe o apelido de Castor, que a seguiu por toda a vida; conheceu, também, Jean-Paul Sartre. Em 1929, com apenas vinte e um anos de idade, Beauvoir começa a escrever o seu nome na Filosofia  ao se tornar a pessoa mais jovem a obter o Agrégation na filosofia, e a nona mulher a obter este grau.

                Simone de Beauvoir dona de uma personalidade forte, uniu-se a Jean Paul Sartre numa ligação diferente; embora assumissem a postura de casal e houvesse entre eles sentimento, ambos viveram outros relacionamentos, onde, viajavam a quatro, Simone com Claude Lanzmann e Sartre com sua amante Michelle Vian, ex-esposa do escritor Boris Vian. Inclusive, Simone de Beauvoir teve com o escritor norte-americano Nelson Algren uma relação duradoura. A  escritora morreu em 1978, de pneumonia e foi enterrada no túmulo de Sartre.

                Em sua obra, muito rica, ressaltam-se: A convidada (1943), O sangue dos outros (1944), Os mandarins (1954) - obra pela qual recebeu o Prêmio Goncourt e que é considerada a sua obra-prima., Memórias de uma moça bem-comportada (1958), A força das coisas (1963) e Tudo dito e feito (1972), O Segundo Sexo (1949) A velhice (1970) A cerimônia do adeus (1981). 
 
Madre Tereza
 AGNES GONXHA BOJAXHIU, posteriormente, MADRE TEREZA DE CALCUTÁ, nasceu no dia 26 de agosto de 1910 em Skopje, Macedônia, no seio de uma família de descendência albanesa. Transcorria o mês de setembro de 1928 quando Agnes deixou o seu lar, entrando no convento de Loreto a Rathfarnam, em Dublim, na Irlanda, onde foi recebida como postulante no dia 12 de outubro, sendo denominada de Tereza, numa homenagem a sua padroeira, Santa Tereza de Lisieux.

               
  A postulante Agnes foi encaminhada pela abadia de Loreto para a Índia, tendo chegado a  Calcutá no dia 6 de janeiro de 1929. Imediatamente entrou no noviciado de Loreto, em Darjeerling. Posteriormente, aos 24 de maio de 1937 fez sua  profissão perpétua, na condição de irmã de Loreto, passando, a partir daí, a ser chamada de Madre Tereza. Na década de 1930 a 1940, viveu em Calcutá, ocasião na qual ensinou na escola secundária Bengalese, Sta Mary.


      Era o dia 10 de setembro de 1946, quando em viagem de trem de Calcutá a Darjeeling, Madre Tereza sentiu aquilo que denominaria de “a  chamada na chamada” no trem que a conduzia, dando origem a família dos Missionários da Caridade, Irmãs, Irmãos, Padres e Colaboradores. O insight é revelado no objetivo e na missão que ela teria no seu novo Instituto: “Saciar a infinita sede de Jesus sobre a cruz de amor e pelas almas, laborando para a salvação e para a santificação dos mais pobres entre os pobres”. No dia 7 de outubro de 1950, a nova congregação das Missionárias da Caridade foi instituída oficialmente como instituto religioso pela Arquidiocese de Calcutá.

 
A mãe dos pobres
Ao longo dos anos de 1950 a 1980, a Congregação cresceu muito. As missionárias da Caridade operavam em quase todo o mundo. Madre Tereza abriu fundações na Austrália, no Vizinho Oriente, na América do Norte, e o primeiro noviciado fora de Calcutá, em Londres. Em 1979 Madre Tereza recebeu o Premio Nobel pela Paz. No mesmo ano existiam 158 casas de missão. Madre Tereza estendeu o alcance de sua Missão até os Países Comunistas, abrindo uma fundação em Zagabria, em Berlim. Nos anos de 80  abriu casas em quase todos os países comunistas, incluindo 15 fundações na ex União Soviética. Todavia e não obstante seus esforços, Madre Tereza não conseguiu abrir nenhuma fundação na China.

Com graves problemas de saúde, no final dos anos 80 e durante os anos 90, Madre Tereza continuou a viajar pelo mundo para a profissão das noviças, para abrir novas casas de missão e para servir os pobres e aqueles que tinham sido atingidos por diversas calamidades. Também foram constituídas novas comunidades na África do Sul, Albânia, Cuba e Iraque, que estava dilacerado por causa da guerra. Em 1997 as irmãs eram cerca de 4000, presentes em 123 países do mundo em aproximadamente 600 fundações.


Retornando a Calcutá em 1997, Madre Tereza  morreu às 9:30 da noite do dia 05 de setembro de 1997, na Casa Geral. O seu corpo foi transferido para a Igreja de São Tomas, conjugada ao Convento de Loreto, precisamente no local onde tinha chegado 69 anos antes. Centenas de milhões de pessoas de todas as classes sociais religiões, da Índia e do exterior lhe renderam homenagem. No dia 13 de setembro recebeu o funeral de Chefe de Estado e o seu corpo foi conduzido em um longo cortejo através das estradas de Calcutá, sobre uma carreta de canhão que tinha trazido também os corpos de Mahatma Gandhi e Jawaharlal Nehru. Chefes de nações, primeiros Ministros, Rainhas e enviados especiais chegaram para representar os países de todo o mundo.

 
A saudade
Merece destaque o seu carinho, seu desvelo no trato com os acometidos pela Hanseníase, é celebre  a sua frase: “O senhor não daria banho em um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho em um leproso”. Fundou uma casa para doentes de hanseníase nos arredores de Calcutá, num terreno cedido pelo governo indiano. Os hansenianos estavam por toda a Índia, em cada canto de Calcutá, mas ninguém os ajudava. Para a população em geral o terror maior era o medo do pobre, do moribundo e, usando um termo bíblico, do pestilento. A partir de então Madre Tereza não era mais uma evangelizadora cristã. O seu trabalho com os hansenianos mudou a mentalidade de muitos habitantes de Calcutá.

Irmã Dulce
             IRMÃ DULCE, nasceu no Estado da Bahia, na cidade de Salvador, no dia 26 de maio de 1914. Recebeu, na pia batismal, o nome de MARIA RITA LOPES PONTES, filha do casal Augusto Lopes Pontes e Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes. Desde criança rezava constantemente e pedia a Santo Antônio que lhe enviasse sinais se deveria seguir a vida religiosa ou não. De 1927 a 1932, termina seus estudos, manifesta se desejo de entrar para um convento, entra para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição das Mães de Deus, do Convento de São Cristóvão, em Sergipe.Em 15 de agosto de 1934, faz os votos de profissão de fé religiosa, recebendo, numa homenagem à sua mãe o nome de Irmã Dulce. Posteriormente, como freira, é enviada novamente a Salvador, para trabalhar como enfermeira voluntária, no Sanatório Espanhol por 3 meses.

Irmã Dulce amor aos necessitado
Extremamente amorosa, com uma capacidade enorme de solidarizar-se com a dor alheia, dedica-se a abrigar e tratar de pessoas doentes. A Associação "Obras Sociais Irmã Dulce" foi fundada em 26 de maio de 1959, e instalada em 15 de agosto de 1959, data em que a Irmã Dulce recebeu o estatuto de fundação, de caráter filantrópico, elaborado pelo seu pai.

 
Alagados
 O seu trabalho com pobres e doentes repercutiu internacionalmente, valendo-lhe o título de “mãe dos pobres”. No ano de 1980, Irmã Dulce encontra-se, pela primeira vez, com o Papa João Paulo II, o qual já a conhecia por sua dedicação aos pobres e doentes, em Salvador, na região de Alagados, onde as pessoas residiam sobre palafitas. Irmã Dulce fundou também "O Círculo Operário da Bahia", que além de escola de ofícios, oferecia atividades culturais e recreativas. De baixa estatura e compleição frágil, Irmã Dulce quase não comia e não dormia. Para ela os sacrifícios resultavam felicidade. Amava os pobres, devotava a eles a sua vida e queria morrer junto a eles.

Retorno ao Pai
           Irmã Dulce morreu em 1992 de causas naturais. Foi beatificada em 2011 na cidade de Salvador, numa cerimônia presidida pelo Arcebispo emérito de Salvador Dom Geraldo Magela Agnelo, enviado do Papa Bento XVI. A beata teria realizado um milagre, em Sergipe, por meio de uma mulher que lhe teria intercedido para que sobrevivesse após uma hemorragia no parto. Irmã Dulce, com seu carisma, sua humildade e doação, é, para muitos, independentemente de formalidades, uma criatura Santa. Os pobres, os doentes, os excluídos pela vida tinham naquela figura frágil um porto seguro onde sentiam-se alimentados, nutridos com o amor e as bençãos daquela que os amava incondicionalmente.


Indira, a força feminina
 INDIRA GHANDI - Indira Priyadarshini Nehru Gandhi, nascida em Allahabad aos 19 de Novembro de 1917 e falecida em Nova Délhi, 31 de Outubro de 1984) Era filha de Jawaharlal Nehru (*1889 †1964), primeiro chefe de governo da Índia pós-independência, de 1947 a 1964. Desde a mais tenra infância Indira convive com a Política. Tendo: no poeta e místico bengali Rabindranath Tagore. - que recebeu o Prëmio Nobel de Literatura em 1913 -, seu grande preceptor. Além de Tagore, duas pessoas notáveis ajudaram a moldar o seu caráter: Mahatma Gandhi e Nehru, seu pai.

                Num ambiente conflituoso e de lutas contra o domínio inglês, Indira. foi para a Europa, onde estudou História, Administração e Antropologia. Estudou, ainda, na Suécia e na Inglaterra, na Universidade de Oxford. Retornando a Índia no ano de  1941, aos 24 anos. e fazendo uma opção de risco, num país onde etnias e religiões rivais se digladiavam. Ela, hindu, em 1942 casou-se com um membro da etnia Parse, ativista político, amigo de infância, Fcroze Gandhi, que, não obstante o sobrenome não guardava qualquer parentesco com Mahatma Ghandi. Do casamento que fracassou,  resultou o nascimento de dois filhos.

A 1ª Ministra
  Indira exerceu a secretaria política de seu pai quando ele  ocupava a chefia do governo, adquirindo experiência política e peso ante os embates que eram travados, diariamente, junto ao poder. Desconfiada e meticulosa, acabou, entretanto, se acostumando com a política e com os políticos. Adquiriu, com o passar dos anos experiência política, sendo conduzida pelo pai, a um cargo importante. Inicia em 1959, aos 24 anos, uma vitoriosa carreira política, sendo eleita a presidente do Partido de seu pai e, com a morte desse, tendo assumindo Bahadur Shastri, esse a chama para um cargo discreto, Ministra da Informação, aos 47anos. Em 1966, morre Shastri e o partido procurou alguém de influência para conduzir o país.

                Assim, com 49 anos, em 1967, Indira Ghandhi foi escolhida e tornou-se a Primeira-ministra de seu país, embora com minoria no congresso.Seu temperamento determinado cheio de vitalidade e ousadia criaram um novo tempo político no país. Aos 54 anos, em 1972, consegue uma esmagadora maioria no congresso. Em certa ocasião questionada a respeito da diferença na força do homem e a da mulher declara: “"Alguns dizem que a mulher não tem tanta força quanto um homem. Não sei, não posso dizer nada, nunca fui homem, mas eu tenho com certeza mais força física do que qualquer um daqui".

Falando ao povo
 Dotada de grande força moral, venceu crises, determinou a prisão de líderes da oposição, foi presa, lutou bravamente por uma Índia mais forte. Reprimiu a insurreição dos SIKHS, grupo religioso extremista – o que parece ter sido determinante á sua morte. Em 31 de outubro de 1984, Indira Gandhi foi assassinada por sikhs, membros de sua guarda pessoal, em Nova Delhi. Seu filho, Rajiv Gandhi, que ocupou seu posto mais tarde, na condução do país, também foi assassinado, em 1991.

O cérebro feminino
  Entre as mulheres que abrilhantaram a era contemporânea  merece registro algumas que receberam, o Premio Nobel. Entretanto se analisarmos a conjuntura estrutural da sociedade, facilmente concluíriamos que aquelas jamais seriam agraciadas com tamanha honraria e reconhecimento, notadamente se relacionado a ciência.
Todavia a evolução dos costumes, as mudanças impusionadas por pioneiras que sofreram os reveses típicos daqueles que marcham contra os estereótipos, nos brindam com as seguintes ganhadoras do Nobel:

  
Marie Curie, a física
MARIA SKLODOWSKA - MARIE CURIE nasceu na atual capital da Polônia, Varsóvia, em 7 de novembro de 1867, quando essa ainda fazia parte do Império Russo. Em 1897 aos 30 anos de idade, ainda era uma pessoa desconhecida. Uma polonesa, de família pobre, porém conseguiu, com muitas dificuldades estudar em Paris, onde obteve as licenciaturas em Física (1893) e Matemática (1894). Casou-se no ano seguinte com Pierre Curie, um pesquisador oito anos mais velho do que Marie. Foi a primeira mulher na história a receber o Premio Nobel em Física, por suas descobertas com radioatividade. O Nobel da Química foi-lhe atribuído no mesmo ano em que a Academia de Ciências de Paris a rejeitou como sócia, após uma votação ganha por Eduard Branly, com diferença de apenas um voto. Sendo a primeira pessoa a receber duas vezes o Prêmios Nobel. Também Linus Pauling repetiu o feito, ganhando o Nobel de Química, em 1954 e o Nobel da Paz em 1962 e tornou-se a única personalidade a ter recebido dois Prémios Nobel não compartilhados.


Por outro lado,a já laureada Marie Curie foi a única pessoa a receber duas vezes o Prémio Nobel, em áreas científicas. Morreu perto de Salanches, França, em 1934, havendo divergência sobre as informações da causa de sua morte,  se foi Anemia Falciforme ou Leucemia, em razão da maciça  exposição  a radiações durante o seu trabalho. Igualmente, o seu marido com quem dividiu o Nobel também morreu vitimado  por consequências de exposição a radiação. Sua filha mais velha, Irène Joliot-Curie, recebeu o Nobel de Química de 1935, ano seguinte à morte de Marie. 
  
GERTY CORI - Gerty Theresa Radnitz Cori nascida em Praga a 15 de Agosto de 1896,  Foi agraciada com o Nobel de Fisiologia/Medicina de 1947, por melhorar a compreensão do diabetes . Com dupla cidadania foi reconhecida como uma bioquímica estadunidense, nascida na República Tcheca, então Áustria-Hungria. O premio Nobel com que foi agraciada , em 1947, reconheceu a importãncia de seus estudos  e consequente perfeiçoamento da concepção do diabetes. Era casada com Carl Ferdinand Cori, co-outorgado com o prêmio. 


BARBARA MCCLINTOCK, nascida em Hartford, aos 16 de Junho de 1902, falecida em  Nova Iorque, 2 de Setembro de 1992, foi uma botânica estadunidense, especialista em genética. Ganhou o Nobel de Fisiologia/Medicina de 1983, por ter descoberto o acontecimento identificado como transposição genética e sobre elementos genéticos móveis nas décadas de 1940 e 1950.Sendo reconhecida, ao lado de Gregor Mendel e Thomas Hunt Morgan, uma das três mais importantes figuras da história da genética. Empreendeu uma das mais espetaculares descobertas da genética, os genes saltadores ou transposões. Passaram-se mais de trinta anos entre a sua descoberta, fundamental para a genética, e o recebimento do Prêmio Nobel em 1983. 

RITA LEVI MONTALCINI Nasceu de parto gêmeo, em Turim, numa família judia, em 1909 Graduou-se em Medicina em 1936, chamando a atenção por sua beleza e dedicação aos estudos. Proibida, por Decreto de Mussolini, de exercer a medicina na Itália, por não ser de descendência italiana ou ariana, partiu para Bruxelas, mas voltou para Turim com a invasão alemã em 1940, escondendo-se em Florença e ajudando os refugiados de guerra. De 1945 a 1947 foi assistente do Prof. Levi, em 1947 partiu para Washington para a Universidade de Saint Louis, caracterizando-se como pesquisadora, investigadora. Persistente, deu continuidade aos estudos sobre o sistema nervoso, chegando à descoberta de uma proteína que regula o crescimento dos tecidos, a que foi dado o nome de Nerve Grrowth Factor (NGF). Em 1986 recebeu o Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina, partilhado com Cohen..No ano de 1989, retorna a Itália e passa a morar com sua gêmea, Paula. Em 1999 ainda estava no activo e Roma organizou um simpósio científico na passagem dos seus 90 anos. Com dupla nacionalidade. Italiana e norte-americana,  a sua contribuição  à neuro-ciência é notável. Tornou-se presidente honorária da Associação Italiana de Esclerose Múltipla.




GERTRUDE BELLE ELION, nascida em Nova Iorque aos 23 de Janeiro de 1918, descendente de Lituanos, faleceu em Chapel Hill, na Carolina do Norte, aos 21 de Fevereiro de 1999, foi uma bioquímica estadunidense., vencedora do Nobel de Fisiologia/Medicina de 1988, que dividiu com outros bioquímicos. Como pesquisadora, expert em tratamentos de leucemia e gota, desenvolveu drogas para o tratamento dessas doenças, encontrando novos e importantes princípios de quimioterapia, incluindo o dos betabloqueadores. Dedicou toda a sua vida á pesquisa, a medicina. aos estudos., obtendo vários títulos de Doutora Honorária Mesmo aposentada permaneceu como cientista emérita e consultora, inclusive, com intensa participação em semanários, palestras, e encontros especialmente sobre bioquímica e farmacologia dos tumores.
 
                      
Rosalyn Yalow
ROSALYN YALOW –Médica norte-americana nascida  em Nova Iorque, aos 19 de Julho de 1921. Partilhou o Prémio Nobel da Fisiologia e da Medicina, em 1977, com o endocrinologista Andrew Schally e com o fisiologista Roger Guillemin, pelo desenvolvimento de uma técnica muito precisa e simples de medir pequenas concentrações de substâncias biológicas e farmacológicas em sangue, ou outras amostras líquidas (radioimmunoassay - RIA). Fonte – Infopédia

 
Fisica Gêrmanica
MARIA GOEPPERT MAYER, Física germânica nascida em Kattowitz, na Alemanha, em 1928, hoje Katowice, Polônia, foi uma extraordinária pesquisadora. Educada na Universidade de Göttingen, onde seu pai era professor de pediatria, doutorou-se (1930), casou com o físico-químico americano Joseph E. Mayer (1931) e foi morar nos Estados Unidos, passando a ensinar na Johns Hopkins University (1930-1939). Fonte wikipedia. Conseguindo a cidadânia americana (1933) comprovou que o núcleo atômico tinha uma estrutura de prótons-nêutrons encapsulados e mantidos juntos por uma força de natureza complexa e trabalhou na separação de isótopos de urânio, para construção da bomba atômica no Manhattan Project. Continuou suas pesquisas no Institute for Nuclear Studies da Universidade de Chicago (1945) e no Argonne National Laboratory (1946-1960). Publicou Elementoary Teory of NuclearShell Structure (1955). Após sofrer um derrame cerebral (1960) que a deixou parcialmente paralítica, trabalhou para a Universidade da Califórnia, em San Diego (1960-1972) onde morreu (1972).


Biológa Alemã
CHRISTIANE NÜSSLEIN-VOLHARD, bióloga alemã nascida em Magdeburgo, 20 de outubro de 1942, recebeu, no ano de 1995,  o Prêmio  Nobel de Fisiologia/Medicina, juntamente com outros pesquisadores. Doutorou-se na Universidade de Tübingen. Juntamente com Edward B. Lewis e Eric F. Wieschaus, foi galardoada, em 1995, com o Prémio Nobel da Medicina e da Fisiologia, por estudos relacionados com o desenvolvimento de embriões, demonstrando que  todas as faculdades das células são formadas em última instância por seu fator hereditário. Recebeu muitas honrarias na Alemanha e exterior entre elas do Brooks Lecturer, Harvard Medical School (1988), o Mattia Award, Roche Institute, New Jersey (1990), Dr h.c. Utrecht University, Dr h.c. Princeton University (1991), Dr h.c. Universität Freiburg , Dr h.c. Harvard University (1993), e muitas medalhas e prêmios em Genebra, Leverkusen, Londres, Würtzburg, Berlim, Bertner Award, Anderson, Houston, Texas, Indiana, etc.


A entrega do Oscar
LINDA B. BUCK, nascida em Seattle, Estados Unidos, aos 29 de Janeiro de 1947,  é uma bióloga especializada em imunologia, foi agraciada, juntamente com o compatriota Richard Axel, com o Nobel de Fisiologia/Medicina de 2004, por trabalhos sobre os receptores de odores e a organização do sistema olfativo. A elucidação do sistema olfatório a partir da constatação de  receptores que estão localizados nas células receptoras olfativas e que ocupam uma pequena área na parte superior do epitélio nasal e detectam as moléculas odoríficas inaladas. Cada célula receptora tem um único tipo de receptor para cheiro e cada um deles é capaz de detectar um número limitado de substâncias aromáticas. Com o fenômeno do cheiro, as células mandam um impulso elétrico ao cérebro que inicia toda uma gama de procedimentos que nos faz reconhecer cada cheiro e relembrá-lo.

Doroty
DOROTHY CROWFOOT HODGKIN foi Nobel da Química em 1964 por ter conseguido descobrir a estrutura molecular da penicilina, da vitamina B12 e da insulina, permitindo, com suas descobertas,  o surgimento de novos remédios. Britânica, porém nascida no Egito, formou-se em bioquímica na Universidade de Oxford. Revolucionou, com os seus procedimento investigatórios, para determinar estruturas moleculares complexas. a química do século XX .

Depois de passar um ano em Cambridge, Dorothy regressa a Oxford em 1934 , continua seu estudo dos esteróides, mas também de moléculas como a insulina. Em 1942, durante a II Guerra, começa a estudar a estrutura de moléculas como a penicilina e, anos mais tarde, a vitamina B12. Encontros, nos quais Dorothy Hodgkin era o cérebro das investigações, deram origem à formação, em 1947, da União Internacional de Cristalografia. A cristalografia é a ciência experimental que tem como objecto de estudo a disposição dos átomos em sólidos. Após desvendar a estrutura química da penicilina em 1946, anuncia 10 anos mais tarde a estrutura molecular da vitamina B12.

Estas descobertas, com a utilização da técnica do raio-X, valeram-lhe o Nobel da Química em 1964. Quatro anos depois, em 1969, Hodgkin anuncia a estrutura química da insulina.Morreu a 29 de Julho de 1994, na sua casa em Inglaterra.



O Cérebro e o cheiro
Além dessas maravilhosas mulheres ressaltamos, ainda MARIA AUGUSTA GENEROSA ESTRELLA que foi a 1ª brasileira a receber um diploma de Medicina, em Nova York em 1821. RITA LOBATO VELHO LOPES, Em 1887, que foi a primeira mulher brasileira a cursar e se formar em Medicina no Brasil; DRª. CARLOTA PEREIRA DE QUEIRÓS, primeira mulher a ser eleita  Deputada Federal no Brasil em 1933; MARIA RITA SOARES DE ANDRADE, a primeira juíza federal do Brasil, nasceu em Aracaju (SE) em 3 de abril de 1904 . EUNICE MICHILES, é eleita a primeira Senadora brasileira no ano de 1979. ESTHER DE FIGUEIREDO FERRAZ, Foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 1949, a primeira Reitora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, foi, também a primeira mulher a possuir um cargo de Ministra no Brasil, ocupando a pasta da Educação no governo do general João Figueiredo, de 24 de agosto de 1982 a 15 de março de 1985. MARIA PIO DE ABREU, primeira mulher a  candidatar-se à Presidência da República no ano de 1989.ROSEANA  SARNEY, 1995, primeira Governadora no Brasil; ELLEN GRACIE NORTHFLEE, é nomeada em novembro de 2000 e torna-se a primeira mulher a ocupar um cargo de Ministra no Supremo Tribunal Federal, em 2006 foi eleita Presidente do Supremo, sendo, também a primeira mulher a alcançar este posto. No ano de 2010, DILMA ROUSSEFF é eleita a primeira presidenta Brasileira.

Com esta postagem fechamos um ciclo mas, não esgotamos a matéria. Há milhões de heroínas conhecidas ou anônimas que lutaram ou lutam pelo mundo a fora em busca de dias melhores, de mais justiça, de equidade.