Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

domingo, 27 de novembro de 2016

A MEDIDA DA CORRUPÇÃO

ISCA PARA SENADORES

O Brasil é ou não diferente? Dono de um território que o torna Continental e de uma diversidade que desafia padrões econômicos e sociais, não há como deixar de pensar no quanto a nação brasileira é rica em tradições, manifestações religiosas e culturais e, na mesma proporção, é múltipla em práticas nefastas, corruptas, desonestas e vergonhosas.
* Crédito da Imagem:cartaovermelho.tv.com.br

Lamentavelmente registra-se um declínio Nacional nunca visto na história desse País. A nação brasileira tal qual um fruto apodrecido pelo ininterrupto sugar da seiva por anos a fio, murcha, fenece, mergulhada num mar de lama.  Quase tudo no Brasil vai de mau a pior.  As Mídias trazem noticiários carregados de tragédias físicas, morais e éticas. Todos os dias repetem um ciclo vicioso de rotinas trágicas.
* Crédito da Imagem:jornalggn.com.br



Esse modo assombrado do viver é diuturnamente acompanhado por escândalos, armações e desengano. Estar inteirada do dia a dia Político em nosso envergonhado País traz, a reboque, a revolta típica dos que não se conformam com as práticas e tão ardilosamente defendida por interesses próprios e escusos.  E ainda criticaram Moreira da Silva. 
*Crédito da Imagem:saladeleitura.blogspot.com.br  

 
A sociedade brasileira debate-se em agonia entre a desesperança, a fraude, o conluio, a roubalheira, a defesa do indefensável.  Está estabelecido, em grande parte da classe política, um pânico que derruba a prudência, revela elos e comprova: “a medida do T nunca enche”; aprendi logo cedo o significado de tal expressão.* Crédito da Imagem:blocomatosinho.blogspot.com.br

Diz a sabedoria popular: a medida do ter nunca enche. Ora, a cada dia essa sabedoria popular é ratificada por excelências engravatadas, entrincheiradas em seus gabinetes luxuosos, refrescados por ar condicionados, servidos por um batalhão de assessores misturados aos incontáveis “puxa sacos”, especialistas nas artimanhas, nos conchavos, nas barganhas, nos desvios de conduta e de dinheiro.Tais excelências estão em quase todos os lugares. 
* Crédito da Imagem:opensatoriodalucta.Word.Press

O desmedido desejo de ter, tem mostrado sua preferência pelo Parlamento, em quaisquer de suas esferas. Podemos encontrá-lo nos Legislativos Mirins/Câmaras Municipais, nas Assembléias Estaduais, na Câmara Federal e no Senado. Muitos dos representantes do povo estão, particularmente afetados por uma doença que se caracteriza pela falta de decoro, excesso de arroubos, amnésia seletiva, ideia fixa, ausência do sentimento de censura, incapacidade de cognição daquilo que lhe contradiz. Enfim e em rápidas palavras: falta-lhes  vergonha, decoro, honestidade, vocação política: no sentido de ter por ideal o servir a Polis e aos cidadãos.
*Crédito da Imagem:anonimousitiuba.blogspot.com
Reflexo dessa inclinação é o crescente número de notáveis recolhidos em prisões. Nada mais inusitado que o encarceramento de dois ex governadores, de um dos Estados mais ricos do País – Anthony Garotinho e Sérgio Cabral, ambos ex Mandatários do Rio de Janeiro. * Crédito da Imagem:blogdojuarezsilva.Wordpress.com

Além disso, cresce a olhos vistos, a mudança de intelecto, comportamento, status e condição financeira da nossa população carcerária. Caso alguém necessite de Executivo altamente qualificado, um Doleiro; Lobista; Operador de Câmbio e/ou Operador Financeiro - com experiência na área internacional- ou, até mesmo um “Consegliere”, todos extremamente “respeitados” no seu métier, poderá escolher entre os já condenados na Operação Lava Jato.
 * Crédito da Imagem:bigstock.com.br

Pois é, quando se acreditava ter visto de tudo, inclusive, a transformação da máxima Franciscana “é dando que se recebe”, em escabroso roteiro de crimes (Propinas em troca serviços, cargos...),  tem-se o desprazer e a vergonha de se ver Parlamentares digladiando-se, verbal e em vias de fato, para transformar algo benfazejo á Nação Brasileira em verdadeiro habeas-corpus preventivos para corruptos e ladrões.* Crédito da Imagem:blogdocidadaobrasileiro.com.br


 
Como se não bastasse, Renan Calheiros – que responde a 12 INQUÉRITOS NA MAIS ALTA CORTE DO PAÍS, com a finalidade de investigação de crimes de lavagem de dinheiro e peculato, sendo OITO relacionados a investigações da Operação Lava jato – lastimosamente, AINDA,  Presidente do Senado e consequentemente do Congresso Nacional, com um sorriso no rosto e expressão irônica dá o golpe de misericórdia, fechando a quinta feira.
* Crédito da Imagem:blogdobg.com.br

Com mais motivos para se envergonhar,  o Brasileiro, por veiculação Nacional, viu Sua Excelência ridicularizar o colega Senador Magno Malta, por ter reclamado de manobra, a partir do engodo – leia-se: alteração de texto  proposta pelo Senador Romero Jucá, AUTORIZANDO PARENTES DE POLÍTICOS a repatriar dinheiro não declarado à Receita Federal. Ora, afastada a “isca” de Jucá, distraídos os senhores Senadores, foi muito fácil o cometimento do engano de lesa a Pátria. NÃO HÁ AUTORIZAÇÃO, TAMBÉM NÃO HÁ MAIS PROIBIÇÃO.
* Crédito da Imagem:sanatoriodanoticia.blogspot.com.br

Confesso que aguardei Renan, com seu sorriso de lagarto e visível satisfação, colocar as mãos nos quadris e soltar: “sabe nada inocente...”. Fala-se em repatriação de dinheiro de parentes de Jucá. Sucumbindo à sabedoria popular vislumbra-se a medida da corrupção: se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.
* Crédito da Imagem:ambientelegal.com.br
 

São dias difíceis, uma semana muito tensa respingada pela renúncia do Ministro da cultura, Marcelo Calero, na sexta-feira, 18 de novembro,  com direito a admiração,  apoio público e um balanço negativo para o governo federal. O episódio, denúncia do uso de cargo para interesse próprio, patrocinou mais uma crise no conturbado governo Michel Temer. Na sexta-feira,  25 de novembro, um segundo de alívio por uma notícia diferente. 
 * Crédito da Imagem:blogdomagno.com.br



Alçado ao cargo de opressor, sob suspeita verossímil, de ter tentado usar o seu cargo para obter do colega a liberação de obra embargada pelo IPHAN, o então ministro Gedell,  sob a proteção de líderes de partidos e de alguns de seus pares, encastelou-se em seu reduto político e, DIANTE DA REAÇÃO POPULAR AOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS, renunciou a seu cargo. 
* Crédito da Imagem:blogdomagno.com.br



Acreditem, não é para chatear o inocente ex Ministro. A obra de “seu interesse” é significativa. Abençoada com uma vista da Baia de Todos-os-Santos, teve o início de sua construção no ano de 2015, foi denominada La Vue, tem seu metro quadrado avaliado em R$ 10 mil, com unidades  de quatro suítes e 259m², possui, ainda, cobertura chamada “Top House” com 450m², e variação no preço final que oscila entre R$2,6 a R$ 4,5 milhões.  
* Crédito da Imagem:tijolaço.com.br

Gedell dmitiu ser proprietário de uma unidade. Fala-se que é sócio no empreendimento e que uma sobrinha  sua também possui ali uma unidade. Até onde se tem notícia Geddel não é exatamente um novato. Enquanto não chega a nova semana, com a desavergonhada proposta de “retaliação” ao Ministério Público, Procuradores, Juízes, Desembargadores e demais autoridades que arregaçam as mangas no combate à corrupção, fale, grite, insista, não perca o bonde da história e dê sua opinião.* Crédito da Imagem:politicasbrasileira.blogspot.com.
 

PREPAREMO-NOS PARA A PRÓXIMA SEMANA DE GRANDES EMOÇÕES.
* Crédito da Imagem:neipies.com.br

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O MUNDO ASSOMBRADO

TRUMPALHADA OU TRAPALHADA
Cada pessoa reage de forma particular às situações a que é submetida. Todavia, é histórica a reação em cadeia de nações completamente absorvidas pelas doenças sociais do ultra-nacionalismo, do racismo, da xenofobia, da desigualdade de gênero, do repúdio à diversidade de opção sexual. A cultura do braço forte do Governo continua a embalar sonhos e alienação, produzindo, por vezes, o retorno à barbárie. 
*Cred. iImagem:O Tempo - Opinião


O risco da repetição de erros clássicos, o dizer não a tudo aquilo que destoa do padrão genético, gentílico e social de uma Nação, reflete um recrudescimento cruel e desumano, com possibilidades de resultados que não podem ser apagados. Esse o quadro que nos foi apresentado durante meses a fio e que, hoje, bate como uma fantasmagórica aparição à nossa porta. 
*Cred. Imagem:youtube.com


Afinal o Trumpalhado candidato estava certo? O dinheiro compra tudo? Como entender a eleição de um Presidente que critica publicamente um militar – herói de guerra - que foi capturado defendendo o País? Um homem público que, em plena campanha, ridiculariza profissional da Imprensa, portador de deficiência, gesticulando de modo ofensivo e grotesco e, ainda, com voz de falsete, usa e abusa do deboche?  
*Cred. Imagem:filosofiahoje.com


Como acreditar que a misoginia; a grosseria; o desrespeito; o racismo; a aversão à imigração; à concepção: cidadão de segunda classe, dedicada às mulheres; a negação das terríveis decorrências ecológicas, ambientais e econômicas em face da poluição; a ridicularizarão do conceito de aquecimento global e defesa da expansão da indústria de carvão, tudo isso tenha passado em brancas nuvens e conduzido o Eleitor - indivíduo e, o Colégio Eleitoral Americano nessa nefasta escolha? 
 *Cred. Imagem:apokalipik.blogspot.com
Donald Trump – Um nome para ser guardado. Não por admiração, confiança, esperança! Exatamente o contrário. Mais que um nome. Uma autoridade com infinitos poderes. Em sua plataforma de campanha, pregou abertamente a xenofobia, propondo o impedimento da entrada de Muçulmanos nos Estados Unidos, a construção de um muro na fronteira com o México, identificando seus  imigrantes ilegais como ladrões e estupradores. Não foi só isso. Disseminou o mau estar por sucessivos xingamentos, atitudes mesquinhas e total ausência de caráter. É muito? Não para ele. 
*Cred. Imagem:baixomanhattan.blogspot.com


Falou, repetiu em alto e bom som que o sistema eleitoral americano é fraudulento. Que não aceitaria o resultado das eleições caso Hillary Clinton fosse eleita pois teria sido fraude. Tachou com incompetência o FBI por não ter encontrado provas contra a candidata. Esbravejou que sua oponente deveria estar na cadeia e não candidata a Presidência. Jactou-se por sua omissão no pagamento de impostos. Deixou por terra todo o secular institucionalismo americano. Jogou na lata do lixo a tarja de País das oportunidades.
*Cred. Imagem:br.finanças.yahoo.com
Mas será que inaugura-se, nesse dia 9 de Novembro, uma nova era, pautada no retrocesso, na garantia da ordem pública pelas armas, na Lei de Talião?  Que pena! Uma data tão significativa, onde se comemora um marco de liberdade com a queda do Muro de Berlim em 1989.
*Cred. Imagem:micajeho.wordpress.com

É preciso lembrar que vivemos uma realidade semelhante às que antecederam as duas guerras mundiais. Crise sem precedentes; super-populações;  escassez de alimentos; desesperança; grande aporte bélico; governantes com “qualificações” dissociadas do cargo.Um cenário pronto a espera de um estopim. Será necessário o assassinato de um "Francisco Ferdinando"? Ou talvez uma nova invasão à Polônia? Não. Os governantes garantem o grau necessário de loucura para uma grande guerra. 
*Cred. Imagem:sementesdasestrelas.com.br

Um  acredita na tese do super-homem branco, armado e perigoso. Outro se vê num roteiro produzido às avessas, no melhor estilo Hollywood, com direito a envenenamento, abate de aviões, genocídio e o que mais a sua sanha determinar. Um terceiro brinca de “todo poderoso” anuncia ensaios e testes nucleares, assassina pessoas que tenham seus nome, roda em torno de sua figura. Há. Inclusive, aqueles  sob regimes totalitários que esfolam, matam, oprimem e praticam o genocídio sob as asas de poderosos amigos.
*Cred. Imagem:baderna.com.br
Também não dá para esquecer outros tiranos de operetas que, governando a título de esdrúxulas Democracias, prendem, matam, fazem desaparecer, suspendem eleições e ainda assim se sentem legítimos representantes do povo. Senhor da vida e da morte. Bem mais da morte, posto que os nacionais estão morrendo de fome: não têm alimento, não têm remédios, não tem respeito, cidadania.
 *Cred. Imagem:marioalberto.blogspot.com

Temos ou não uma super conjuntura para o mal? A vida nos armou mais uma: um sonegador, que mente sobre sua fortuna, fala mal de raça e de religiões, grotesco em relação as mulheres.  Politicamente incorreto, colecionador de armas e adepto de sua venda irrestrita, eudonista... é o homem mais poderoso do mundo...
*Cred. Imagem:operamundi.uol.com.br

Só resta apelar para DEUS. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A MORTE DA JUSTIÇA?

AS TENSÕES NO JUDICIÁRIO



Falar sobre assuntos sérios exige contextualização. Isolar ou generalizar fatos, para torná-los protótipos do cotidiano é correr o risco de escolher o nefasto caminho de dizer não, caso a situação analisada não se adéque a necessidade daquele que se expressa.
*Crédito de Imagem:palavradedeusparahoje.com


Normalmente utilizo essa forma de me comunicar com os demais, O BLOG,  enfocando fatos e momentos que dizem respeito a sociedade como um todo. Já o fiz com um viés pessoal, mas em situações especiais e que diziam respeito a família, a dedicação de seres humanos, ao dia a dia. Sem o ônus da queixa, sem a sensação da exteriorização de algo que insiste em mostrar a Justiça como terra de ninguém, ou de alguns privilegiados.
*Crédito de Imagem:Blog da Professora Renata


Os que me conhecem sabem que sempre me senti  honrada e feliz com o exercício da Advocacia – sou Advogada. Transcendi ao título de Bacharela em Ciências Jurídicas e Sociais,  pela Universidade Federal da Paraíba, graduada que sou desde 29 de Dezembro 1977, tendo me tornado militante do Direito e da Justiça, como estagiária inscrita na OAB/PB, antes do término do curso.
*Crédito de Imagem:g1.globo.com
  
Confesso a vocês que foram intensos os sofrimentos experimentados e, grande as alegrias vivenciadas no exercício da profissão abraçada. Por ser um sonho e uma decisão a partir da minha adolescência – onde disputei com um grande amigo da família, Deputado Estadual, tão sarcástico quanto profundo no seu domínio sobre a arte da oratória, a consulta e leitura dos Discursos de Marcus Tullius Cícero ou, CÍCERO, chamados de Catilinárias, me apaixonando pela ideia símbolo da defesa do justo, carreado pela ética, pela moral. *Crédito de Imagem:Sebo do Messias.


Talvez eu não tivesse o alcance do que exatamente significavam as palavras que exprimiam o pensamento do imortal orador, filósofo e estadista romano. Porém, o espírito livre e irrequieto, liberto das convenções, amarras que a idade e o conhecimento trazem a reboque, semeou no meu âmago uma visão “paladina” que só poderia ser executada através do Direito, do aprendizado contínuo, da prática diária.
*Crédito de Imagem:www2.uol.cm.br


Pois é, continuei na minha infância, adolescência e juventude a boa prática da leitura. Não tardei a ser imensamente grata aos meus pais – Álvaro e Luzia -, pela proibição de irmos brincar na rua quando um deles não estivesse por perto. Isso fez com que meus irmãos e eu, dedicássemos boa parte de nossas vidas a leitura. Entrar na Universidade Federal da Paraíba, ainda no "básico", me fez ver a diferença entre os que liam e os que ouviam.
*Crédito de Imagem:Awebic
Em nossa casa tínhamos de tudo: Érico Verissímo, Jorge Amado, José Lins do Rego, José Américo, o proibido Júlio Ribeiro, Monteiro Lobato, Os Irmãos Grimm, Andersen, Dickens, Júlio Verne ..., nosso viver era compartilhado com as aventuras de Robin Hood, o infortúnio de Robinson Crusoé, a perícia e tensão de Guilherme Tell, com príncipes - mendigos ou não -, princesas,  mascarados, magos, florestas, arqueiros, máscara de ferro, espadachins, Távola Redonda, piratas, tesouros, náufragosMitologia Grega e Nórdica, índios, justiceiros, cowboy. Contos de mula sem cabeça, boitatá, saci, cuca, comadre “fulozinha”, boto cor de rosa e histórias de terror com vampiros, especialmente o conde Drácula, Frankensteins e outros.
*Crédito de Imagem:jlcfriends4ever.blogspot.com


Porém a mais cobiçada e ao mesmo tempo assustadora, pelo menos para mim,  era a  "Clássicos Jackson" – uma coleção com capa de couro e gravação de titulo em baixo relevo e dourada, 40 volumes de pura erudição. Ali as excursões eram mais cuidadosas. Afinal era o xodó de minha mãe. Mesmo assim, com cuidado e compreensão que a idade permitia, por volta dos 13, 14 anos, comecei um caminho mais lúcido, passei a ter contato com autores como Cícero, Virgílio, Horácio, Camões, Dante, Voltaire, Tchecov e outros, alguns cuja apresentação assustavam a partir do nome, caso de Xenofontes - que me deixou vários dias pensando como seria se eu me chamasse assim ou com algo parecido.
*Crédito de Imagem:lista.mercadolivre


Bom já fiz minha catarse.  Agora, liberta da indignação, posso tratar do assunto que me trouxe. A Justiça – o ideal – foi e será sempre um referencial em minha vida.  Por isso questiono o que faz um(a) Magistrado(a) – mesmo quando decorridos meses sem qualquer movimentação no feito, atravessadas três petições solicitando impulso processual -,  reiterado, verbalmente o andamento pelo Advogado; solicitado pela  parte, informado e mais uma vez reiterado o assunto e a urgência, não dele, o profissional, e sim dos que necessitam da prestação jurisdicional, permanecer inerte? E, ainda assim ostentar uma postura de benevolência, destinada, certamente, a sua coleção de poses, pois não mais convence a ninguém.
*Crédito de Imagem:pensadoruol.com.br


Fica impossível trabalhar diante de tamanha frieza. Lembro-me e lanço para vocês uma passagem trazida à minha vida pelo grande Prof. Ismael Marinho Falcão, modelo de vida, humildade e conhecimento profundo sobre a natureza humana. Trata-se de um questionamento feito por um agricultor ao Ilustre Professor Mestre Doutor PhD Paulo Sodero Martins, em forma de versos:
*Crédito de Imagem:pensadoruol.com.br

Pergunta o agricultor:
“Se é certo que a terra morre
Quando no trato se erra
Responda, Dr. Sodero
Onde se enterra a terra? 

Seguindo o iluminismo típico de homens que verdadeiramente dedicaram seu amor a questão agrária, responderam:

1º.Dr. Sodero
Por mau uso ou abandono
Dá-se o óbito da terra
Mas quem perece é seu dono
É ele próprio que se enterra. 

2º.Esmerino Ribeiro do Vale Filho
A terra quando morre
Por mau trato, sede e dor
Não se enterra fica exposta,
Acusando o lavrador. 

3º. Jairo Navarro de Magalhães
A terra que não se trata
A produção pouco importa
Cerrado não chega a mato
Mesmo viva a terra é morta. 


Com a certeza de que por mais simples que seja o ser humano, é capaz de distinguir o certo do errado, o BEM do Mal, minha luta, meus anseios serão sempre direcionados  ao crescimento, ao desenvolvimento de meus ideais. Ainda que tropece em muralhas erguidas por desserviços e altares em culto próprio, a vida segue seu curso. 
*Crédito de Imagem:publik ador.com


A Justiça não está morta. Não podemos assim considerá-la pela inércia de quaisquer de seus membros. Alguns que deveriam contribuir para sua distribuição, infelizmente, estão letárgicos. Podem até, com suas atitudes estarem em processo de autodestruição pública. Suas omissões são sentidas e divulgadas. A máscara funcional e a forma de agir no dia a dia, como a do lavrador que não ara e no trato erra, certamente, um dia, cairá por terra.*Crédito de Imagem:angelinipereira.adv,br
E por favor, não me falem em volume de trabalho. Se assim fosse os tardios e morosos não elegeriam preferências, exceto as da Lei. Não se sabe o porquê ou mesmo o que fazer, para despertar a sensibilidade desses operadores do Direito, posto que instrumento capaz de graduar a maior e menor urgência, necessidade.
*Crédito de Imagem:br.pinterest
Aos que, por suas imparcialidades, ética e conhecimento, respeito e admiro,  deixo esse retrato deprimente do que ocorre hoje, na situação descrita e noutras, existiu no passado e escuto, diuturnamente, de colegas que não se sentem a vontade, sequer para reclamar. Novos tempos virão, com outras pessoas e novas visões do Serviço Público. Se estarei aqui não importa, outros virão depois de mim com o mesmo amor e zelo pelos Direitos.
*Crédito de Imagem:jucelinosouza.wordpress