Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

DAS COMPRAS A AVENTURA DO DESCOBRIMENTO.

O PROFANO E O SAGRADO.




A cada ano enfrentamos as nossas batalhas, traçamos as nossas metas, buscamos a satisfação de nossos desejos e, invariavelmente, nos prometemos uma maior vigilância e mais atenção para aqueles objetivos que não foram alcançados. É o moto-contínuo do incessante recomeço. Como diz Ivan Lins: "Começar de novo e contar comigo, vai valer a pena ter amanhecido".
*Imagem: pt.wix.com.



Ora prometemos um maior controle sobre nossas opiniões, ora firmamos compromisso pessoal de ver, com olhos mais benevolentes, as posições dos outros.  Conjecturamos, até mesmo, com nossa pseudo boa vontade, justificarmos atitudes alheias até bem pouco tempo refutadas. É esse o nosso pensamento.
*Imagem: paralemdoagora.wordp...


Não há dúvidas. Há algo estranho no ar. Um perfume que envolve o frenesi.  Um burburinho, pessoas que andam apressadas, comunicam-se rapidamente, se esbarram e ainda assim continuam andando, uma energia quase palpável que paira sobre tudo e todos, como se fosse prenúncio de uma descarga elétrica capaz de criar um campo de energia imaginário.
*Imagem: macabrezablogspot.com.



E o que dizer do trânsito? Louco, muito louco. Os carros,  que parecem fazer parte de um imenso cenário cinematográfico,   surgem de todos os lados, de todas as cores e modelos; alguns silenciosos, outros , barulhentos; guiados com cautela ou imprudentemente comandados por maus motoristas que divertem-se em ziguezaguear, dar fechadas, buzinar insistentemente, gritar palavrões e desaforos. Enquanto isso cresce o número de acidentes. 
*Imagem: blogdopilako.com.br.


O que leva essas pessoas para a rua? Algumas parecem acostumadas ao percurso, o fazendo automaticamente. Outras balançam,  como roupas nos varais, para frente e para trás, pouco importa se o semáforo esta verde ou vermelho. Esses pedestres, alguns, urbanos casuais, enfrentam as habituais exibições de criaturas mau humoradas que não têm o mínimo respeito por seus semelhantes.  Há uma insegurança latente, típica dos que não possuem o hábito de circular entre os veículos e mesmo, meio a tanta gente.*Imagem:segurançanotrabalho.blogspot.com.br. 


Tão diversificada a multidão que nos leva a refletir sobre o milagre da Criação e a perfeição do Criador. Sim. Porque aparentemente somos iguais. Todos, conforme a natureza, nascem “iguais” aos demais de seu gênero, com as mesmas características físicas,  mas não existem dois indivíduos idênticos no reino animal.
*Imagem: porbella.blogspot.com.br.


Gente, gente, gente. Homens, mulheres, moças, rapazes, crianças e lojas superlotadas, o comércio informal a todo vapor; os vendedores ambulantes gritam a plenos pulmões. A oferta é variada. Há de tudo, para todos os gostos. Inclusive, aquelas coisas que não precisamos e de vez em quando nos surpreendemos por comprá-las. O momento é quase de compulsão nacional.
*Imagem: professorjoaocampos.blogspot.com.



Os rostos expressam as mais variadas emoções. A mocinha esbaforida que busca, incessantemente, algo capaz de superar o que a “amiga” escolheu para brilhar. A angústia no rosto da senhora que, pelo número de sacolas, parece ter gasto mais do que deveria. E o rapaz? Irreverente no seu desejo procura uma bermuda estampada de vermelho que não chame muita atenção...  . E aquele senhor, cuja acompanhante, sua mulher, foi confundida, pela vendedora, com sua neta...  
*Imagem: chargesdodenny.blogspot.com.



Que tal uma parada para um lanche? A praça da alimentação parece não suportar, sequer, mais um cliente. O zumbido toma conta do ambiente. Conversas paralelas, pessoas mastigando, meninos correndo, namorados se  “pegando”, mulheres censurando, homens, ávidos, olhando e deixando a imaginação correr. Ali, naquele espaço, a exceção de um cidadão que lança olhares assassinos para um enorme sanduíche a sua frente. Entretanto, o que parece ter  menor importância é o lanche. 
*Imagem: vivapocos.blogspot.com.


Pois é, foram apenas 03:00horas em plena efervescência da semana pré-natalina. As compras até que foram rápidas. O cansaço,  muito mais visual que motor, reflete-se numa tremenda dor de cabeça. Entretanto, algumas coisas foram especificamente produtivas: a oportunidade de estar no meio da rua, observando as pessoas e sendo observada, interagindo. A satisfação de realizar tudo o que foi programado. A emoção de ver que mesmo diante de acontecimentos de todos os tipos, um deles parece ofuscar, suplantar, tudo e a todos.
*Imagem: anjosamordosanjos.blogspot.com.


A data em que é celebrado o nascimento do Menino Jesus é suficiente para deixar em ebulição o Ocidente e, também, parte do Oriente. Vive, ELE vive. É, com toda a certeza, John Lennon não tinha razão, Jesus Cristo continua vivo nas mentes e nos corações dos que têm no amor a razão maior de existir. Mesmo que já vivamos o terceiro milênio após “o relógio atrasado, servir de sinal ao verbo encarnado.”   
*Imagem: omanacialzinho.blogspot.com.



Pois é o nascimento do menino Jesus, o  NATAL, nos faz vivenciar  irmanados,
AMOR, PAZ, FRATERNIDADE E ESPERANÇA.  
*Imagem: dalvaday.blogspot.com.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

POR QUE NÃO TE CALAS ?

PARAFRASEANDO




Algumas pessoas têm a infeliz prática de cuspirem sobre os que os cercam suas mais sombrias cogitações e seus infortúnios. As vésperas das celebrações mais importantes das civilizações Ocidentais e, de alguns países do Oriente, convivemos com o desatino oportunizado por  criaturas que repetem ciclos ao longo de suas historias. (Imagem: blogdoBenet)


Não é desconhecido que algumas frases infelizes sobreviveram aos seus pseudo autores. Mito ou realidade, se houve ou não a mal fadada verbalização, igualmente, se desconhece arrependimento. Apenas os "ilustres" cultores da vaidade, crédulos de que eram donos absolutos da verdade,  poderiam responder, cada um a seu tempo. (Imagem: biografando.blog)


Narcisista e apaixonado, John Lennon protagonizou uma célebre e curiosa polêmica com sua declaração: "O cristianismo vai desaparecer e encolher. Eu não preciso discutir isso, eu estou certo e eu vou provar. Nós somos mais populares que Jesus agora. Eu não sei qual será o primeiro - o rock 'n' roll ou o cristianismo. Jesus estava certo, mas seus discípulos eram grossos e ordinários." (Imagem: Fineartamerica.com).



"Somos mais populares que Jesus Cristo". Corria o ano de 1966, a infeliz construção baseada na carreira do conjunto musical que liderou a música popular de 1962 a 1970, criando o contexto conhecido como "Beatlemania" , parece marcar a derrocada do grupo que separou-se em 1967.  (Imagem: dev.snocassino.com)


 Num ambiente competitivo ( Yoko Ono versus Paul, George e Ringo), onde a genialidade deu lugar ao endeusamento próprio, ao culto de um amor que renegava o que o tornara um  Beatle, John sucumbiu vítima de um mundo moldado segundo sua visão existencial revelada numa de suas mais reproduzidas canções: "imagine que não houvesse nenhum país...Não é difícil imaginar...Nenhum motivo para matar ou morrer...E nem religião, também. (Imagem: lostmetalblog.com).



 As teorias buscando explicar o que aconteceu, oscilam entre o casuísmo, a CIA e o FBI, conspiração de autoridades americanas, o MI5 - oficialmente designado Security Service (Serviço de Segurança), que é o serviço britânico de informações (ou inteligência) de segurança interna  e, também, para os mais pios, um castigo dos céus por sua blasfêmia... (Imagem: oquetodomundoquerfalar.com)



Famosa e igualmente demonizada, a suposta frase atribuída a Thomas Andrews (o construtor) e engenheiro chefe do Titanic de que "Nem Deus pode afundar este navio". Pronunciada ou não, a frase, sobreviveu à tragédia ocorrida em abril de 1912, o navio afundou e levou consigo a vida de mais de 1.500 pessoas nas águas gélidas do Atlântico norte, passou a história como um dos mitos que cercam o maior dos naufrágios até hoje registrado. (Fonte. VEJA)


Envolvendo o horror do acontecimento,  sobressai o  Capitão Edward John Smith que comandava  o transatlântico e cuja história pessoal diverge completamente da roupagem heroica,  retratada pela sétima arte. Além das falhas do Capitão, apontadas por estudiosos do assunto, avulta a ideia de que houve insulto ao sagrado e castigo à soberba. (Fonte. VEJA)


Guardadas as devidas proporções, o Brasil tem se deparado com  espetáculos grosseiros, protagonizados por pessoas públicas que aviltam, vulgarizam sua condição de cidadãos e de indivíduos públicos, mostram-se inadequados, pondo em dúvida a credibilidade das instituições a que pertencem e bem assim àquelas cuja competência constitucional lhes outorgam a vigilância da Lei, da Ordem e dos Bons Costumes. (Imagem: acidblacknerd.wordpress.com)




O cenário de tais espetáculos pode ser a Tribuna, os palanques, as impensadas, apressadas e desinteressadas respostas a jornalistas e ou,  insultos dirigidos a pares.  Assistimos horrorizadas - dirijo-me as mulheres por serem alvo potenciais de tal vilania -, recentemente (3ª feira),  na  Câmara Federal, em plenário, o Deputado Jair Bolsonaro, GRITAR  que não estupraria a Deputada Maria do Rosário "porque ela não merece". (Imagem: escrevalolaescreva.com)




O que se dizer de tão indecorosa conduta? O que justifica tamanha violência e desprezo contra a figura feminina? O que se esconde por trás de tanto descrédito à instituição da qual faz parte o ultrajante parlamentar? Até quando a cidadania brasileira vai ser desrespeitada  pela incitação, apologia ao crime sexual, dentro de uma de suas casas Legislativas? (Imagem: blogsidcerveja.com).



Quem é Jair Bolsonaro? O Deputado que demonstrando total falta de decoro referiu -se acintosamente à colega e, posteriormente, TENTOU JUSTIFICAR SUA CONDUTA COM A ESTAPAFÚRDIA DECLARAÇÃO DE QUE APENAS REPETIRA O QUE JÁ DISSERA, reiterando ao Jornal Zero Hora: “Ela não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece.” ( Imagem: nicepinheiro.com.)


Não se pode dizer que é um novato. Que desconhece regras básicas de posturas sociais e parlamentar. Está no sexto mandato. Polêmico, dono de uma visão pessoal retrógrada, ganhou visibilidade com manifestações favoráveis a homofobia, racismo, sexismo, discussões atribuladas com o Deputado Jean Wyllys e uma suposta  agressão ao  Senador  Randolfe Rodrigues, além de insultos e discussões a professora e sindicalista Marinor Brito. Isso no âmbito daquilo que tem repercussão...(Imagem. gq.globo.com)


Certamente está muito longe de ser um homem comedido, cavalheiro. Também não nos parece que represente o pensamento da sociedade brasileira ou de gênero, quer masculino ou feminino. Me lembra figuras sinistras de alguns filmes, perdidas entre a  realidade e o mundo que projeta ao seu bel prazer. (Imagem:carcara-ivab.blog.com).


Como cidadã me questiono, ainda, se, entre tantos  dissabores e desenganos,  teremos que "engolir de goela abaixo" um deputado federal que incita publicamente o estupro, despreza as mulheres, zomba de seus pares  e ainda se dá ao desfrute de conceder entrevista repetindo a infâmia?  (IMAGEM: alinesetenta.blogspot).


A sociedade brasileira chora diariamente as vidas perdidas, as mulheres, as meninas, as crianças vítimas de estupro no seio de suas famílias, no círculo de amizades dos adultos, na  constante atuação de pedófilos. É claro, Jair Bolsonaro não deve ter vivido um drama como esse. Se houvesse experimentado a dor de uma mãe, de um pai, de um familiar ante um acontecimento tão doloroso, com toda certeza não falaria assim. E se o fizesse sequer conheço palavras que o qualificasse POIS ESTARIA MUITO ALÉM DA INSENSIBILIDADE. (Imagem:noticiasdaterra.com).

             

Que cérebro e esse que insiste em deletar tristes imagens. Não posso olvidar, minha memória está bem viva. ¿POR QUÉ NO TE CALLAS? Serviria bem melhor ao teu país e traria alívio aos teus pares com a ausência de tuas desastrosas  declarações. O Rei Juan Carlos bem poderia nos favorecer e visitar a Câmara Federal repetindo, com calma e ao mesmo tempo firmeza.    ¿POR QUÉ NO TE CALLAS? (Imagem: mimosoinfoco.com)

E, como diria meu Pai, ELE, O DEPUTADO, colocaria a viola no saco e iria pensar sobre suas asneiras fora dos olhares daquelas que foram vítimas de tão atroz acontecimento.

 

terça-feira, 30 de setembro de 2014

JÁ DIZIA ROBERTO FREIRE


“SEM TESÃO NÃO HÁ SOLUÇÃO”
 

 

É muito comum ouvir-se a expressão: está inspirado. Naturalmente traduzimos a deixa como se aquele ou aquela, a quem foi atribuída à inspiração, está apaixonado, motivado por algo que invadiu seu coração, tomou o seu ser.




A nossa imaginação imediatamente cria asas. Cogitamos as mais românticas e estapafúrdias suposições. Rapidamente vamos traçando uma série de possibilidades. Multiplicam-se, em nossos pensamentos, as opções e perguntas que buscam atender a curiosidade crescente. 



É impossível não reconhecer. A paixão tem que estar presente. Já dizia ROBERTO FREIRE, desde 1987 que “SEM TESÃO NÃO HÁ SOLUÇÃO”. E o que fala esse Médico Psiquiatra, autor dessa obra sob tão intrigante título? Com maestria, de modo original, transcreve um entendimento pessoal e livre, nos terrenos político e psicossocial, utilizando-se, para tanto, de ensaios, entrevistas e, finalmente, um manifesto. 


Há na obra tamanho apelo que a partir da indutiva contracapa, já se apresenta diante dos leitores um novo dínamo, um catalisador de emoções, senão vejamos o que diz o escritor: 




Descobri que é chegada a hora de acrescentarmos ao tempo e ao espaço mais uma dimensão fundamental à vida no universo: o tesão. Porém não me refiro ao tesão do Aurélio, mas sim ao do Caetano, por exemplo. Para mim esse tesão não habita dicionários oficiais; entretanto, é o que anima e encanta os  poetas tropicais. 


Tesão sem passado, apenas contemporâneo e vertical, ele é produto semântico e romântico dos que sentem desejo pelo desejo, alegria pela alegria e beleza pela beleza. Mas pode linda tesão de quem sente desejo pela alegria, beleza pelo desejo e alegria pela beleza.” Não há como fugir. Movimento, vida, paixão, tesão... impulso, ação e reação. Essa gana pela vida, por alguém ou por algo, se torna motor contínuo para nossas ações.

 

 
Engana-se quem reserva esse estado para um só aspecto: o sexual. Ora, aquilo que você faz por fazer, a exemplo do levantar-se, num dia comum, pode não lhe trazer prazer algum. Entretanto, se nessa ocasião você está fechando um grande negócio há meses perseguido ou, vai reencontrar um amigo querido, uma amiga do tempo de escola que você está curiosíssima para saber se está bem, se está realizada pessoal e afetivamente ou, ainda, se vai colher os frutos de um trabalho cuidadosamente elaborado, repentinamente aquela manhã lhe traz um ânimo novo, uma vontade que diferencia e motiva. Sair da cama deixa de ser um ato mecânico, transforma-se em prelúdio.



Ser morno, apático, insosso, não é exatamente a melhor coisa. A não ser que eu esteja sendo traída pela memória, há na Bíblia uma passagem que repele essa atitude.   Afinal a vida é cheia de escolhas e, obviamente, temos que tomar nossas decisões e responder, de uma forma ou de outra, por aquelas que fizemos ou que faremos. 




Vemos isso todos os dias e em relação a todo o nosso viver. Decidir nem sempre é fácil. Às vezes deixar-se levar oferece uma tentadora zona de conforto. Por que não aderir a aquele tipo de música? E por que não escutar o apelo comercial que invade nossos lares vendendo carros, eletrodomésticos, bebidas e outros artigos? Por que não aceitar como verdadeira a enxurrada de informações despejadas nas diversas formas de mídias?




Como é tentador não inquietar-se. Como é frustrante, para quem tem consciência de sua humanidade,  tornar-se lagartixa. Aceitar e balançar a cabeça para tudo e para todos. Isso é anular-se,  fechar os olhos e os ouvidos, bebendo da fonte ofertada pelos outros,  sem construir e evidenciar conhecimento próprio.



E nossas Paixões? Chamas que desequilibram a nossa capacidade de emitir julgamento, corroem nossas experiências, desviam a nossa conduta e cerceiam todas as tentativas de racionalidade. Transformadas em “pathos”, patologia, doença, vêm munidas de poderoso anestésico, privam-nos dos sentidos, espalham a dor, o horror e, as vezes, morte.


São múltiplas em suas apresentações. Ora é alguém que não mais convive com a criatura objeto de seu desejo e que, em represália, tira-lhe a vida sob a alegação de que não pode viver sem o seu “Amor”.  Ora é um “Esporte qualquer”, com especial ênfase para o futebol no qual torcedor ou torcedores ao invés fazerem vibrar seus corações com os hinos, os jogos, os gols de seus amados “Times”, em nome dessas paixões, apedrejam carros de cima de viadutos, espancam, matam, com requintes de crueldades, torcedores de times rivais.


E a Política? Instrumento de transformação da sociedade, registro vivo da atividade humana enquanto partícipe da polis. Também não é diferente. Em nome dessa,  vidas são ceifadas, lógica e ética jogadas ao lixo, comunidades destruídas, honras aviltadas num inabalável círculo vicioso, onde a tortura psicológica está sempre presente, constituindo na visão do sociólogo e autor Luciano Oliveira aquilo que deu título  a seu livro: “Do Nunca Mais ao Eterno retorno.”


Pois é a pressão psicológica se faz presente no âmbito da Política. É uma prática tão antiga quanto exitosa, principalmente entre os menos esclarecidos, mais fragilizados socialmente. Tais criaturas,      maltratadas pela vida, buscam consolidar suas esperanças depositando-as com esse ou aquele candidato. Até ai tudo bem. Os problemas se acentuam e as cidades se transformam em verdadeiros campos de batalha, quando o equilíbrio é substituído pela irracionalidade que transforma amigos em inimigos, parentes em desafetos, ambientes do dia a dia em odiosos nichos de angústia.



 Que tal fazer o caminho inverso? Sabendo que “Sem Tesão não há Solução” canalizar essa energia, dando o melhor de nós para que possamos ser construtores de um novo tempo.