Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

terça-feira, 30 de julho de 2013

A VISITA DE FRANCISCO



FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE.


  
O Papa Francisco esteve no Brasil. Chegou humilde, simples, com um sorriso largo, os braços abertos, as mãos estendidas. Trouxe mensagens de Fé, Esperança e Caridade estampadas no rosto.


Logo ao iniciar o programa previamente estabelecido foi apresentado ao jeitinho brasileiro. Viu-se preso num engarrafamento, cercado por pedestres ansiosos por um sorriso, um gesto, um toque ou até mesmo uma palavra. Francisco mostrou a que veio, paciente e sorridente abraçou a multidão distribuindo simpatia, docilidade, acessibilidade. O imprevisto – pelo menos para o visitante – não arranhou o seu humor, a sua disponibilidade.


Como todo homem público, abraçou a multidão, beijou e levantou nos braços criancinhas, distribuiu humildade, coerência e amor. Nele tudo é novo. É o 266º Pontífice, o primeiro nascido no Continente Americano. Em mais de  1200 anos de Papado é, também, o primeiro não Europeu e o primeiro Jesuíta a tornar-se Papa, sendo eleito aos 13 de Março de 2013, no segundo dia do conclave. A célebre indagação se aceitava a escolha? Disse: "Eu sou um grande pecador, confiando na misericórdia e paciência de Deus, no sofrimento, aceito". (Fonte Wikipédia – a Enciclopédia Livre) 


Nascido em Buenos Aires, filho de um trabalhador ferroviário e de uma dona de casa, foi batizado com o nome JORGE MÁRIO BERGOGLIO. Graduado e pós-graduado com Mestrado em Química, na sua juventude foi acometido por uma doença respiratória que o fez perder um pulmão. Em 1958 entrou para a Companhia de Jesus, fazendo o noviciado e, ainda em Buenos Aires, graduou-se em Filosofia e Teologia. Posteriormente fez seu Doutorado na Alemanha.


Francisco, além de sua língua materna o espanhol, fala, fluentemente, Italiano, Alemão, inglês e Francês. O anúncio de sua escolha – Habemus Papam – por Jean Louis Tauran informou aos Cristãos o seguinte: “Anuntio vobis gaudium magnum:  Anuncio-vos com grande alegria habemus Papam! temos um Papa! Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum, O Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Dominum Georgium Marium D. Jorge Mario Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinalem Bergoglio Cardeal da Santa Igreja Romana, Bergoglio qui sibi nomen imposuit Franciscum.


Um homem simples acostumado a uma vida de humildade e dedicação a sua fé e a humanidade.  No seu primeiro contato com a multidão que rezava pelo Conclave, disse:  irmãos e irmãs, boa noite! “Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo... Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo Emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde.”


Em sua missão ao nosso País Francisco quebrou o protocolo. Preferiu passar pela Catedral Metropolitana, ante de rumar para o Palácio Guanabara, como constava na programação. Sua necessidade de estar junto à população, sentir-se no meio da multidão, o  fez optar por um passeio no Papa móvel, na segunda feira, fato esse que não constava na agenda Oficial do Vaticano repassada as autoridades brasileira. Francisco inovou, ainda, quanto às características do veículo. O Papa móvel   aberto nas laterais, sem vidros de forma que houvesse contato físico do visitante com os visitados.


Todos os passos de Francisco no Brasil foram marcados por sua principal característica: a humildade.  Em seu segundo dia entre nós, reservado para descanso, rezou uma missa privativa aos Cardeais e freiras. Posteriormente tomou sorvete e comeu pão de queijo. A residência Assunção, em Sumaré, acolheu o seu repouso, natural e imprescindível para renovação física e preparação ao que deverá realizar. 


Cumprindo uma agenda cheia de interação, O Papa, em seu terceiro dia no Brasil deslocou-se à Aparecida, a 217 quilômetros de São Paulo, onde maravilhou-se com a demonstração de Fé dos peregrinos e, mostrou evidente emoção diante da Santinha que de seu nicho parecia abençoar aquele que, como ela, remete as pessoas a simplicidade, humildade. Nossa Senhora Aparecida, Padroeira de Brasil.


No Santuário celebrou uma Missa na qual enfatizou três aspectos que devem nortear a vida dos cristãos: “Conservar a esperança, deixar-se surpreender por Deus e viver na alegria”. Uma cerimônia belíssima, marcada pela fé e pela emoção, onde o Papa prometeu aos fiéis retornar em 2017, data em que serão celebrados os trezentos anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida  por pescadores, no Rio Paraíba do Sul, no ano corrente de 1717.


Retornando ao Rio o Papa visitou um Hospital para dependentes de drogas. – o Hospital São Francisco –  no Bairro da Tijuca, ali abençoou dez pacientes, fez um discurso forte, chamando os traficantes de “mercadores da morte. Em sua missão evangelizadora o Papa Francisco visitou, no seu quarto dia no Brasil, a favela Manguinhos, ali dirigiu-se as autoridades ao fazer a referência que “a pacificação é impossível, quando a periferia é ignorada”.


Em suas palavras foi mais longe ao dizer: " Queria lançar um apelo a todos que possuem mais recursos, às autoridades públicas e a todas as pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social : não se cansem de trabalhar para um mundo mais justo e solidário! Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo". afirmou também: "Não deixemos entrar no nosso coração a cultura do descartável porque nós somos irmãos. Ninguém é descartável."  


No quinto dia o Papa rezou pelos mortos da Boate Kiss, em Santa Maria, ouviu a confissão de peregrinos, visitou jovens infratores, rezou a Oração do Angelus e pediu que rezassem por ele. 


Tendo como principal compromisso do dia a Via Sacra, o Papa Francisco chegou a Copacabana e viu-se cercado por um mar de fieis, estimados em três milhões de pessoas, rios de gente, caracterizando a maior movimentação de pessoas numa cidade brasileira até hoje. De todas as partes do mundo, bandeiras tremulando, lençóis brancos nas janelas, pessoas chorando, rindo, todos integrados a uma só ideia: a fé.


Finalizada a Via Sacra por volta das oito horas, o Papa dirigiu-se a multidão falando sobre o significado da cruz de Jesus, esclarecendo que a cruz não é sinal de morte e fracasso, mas de vitória. Dizendo: “Vimos acompanhar Jesus no seu caminho de dor e amor”. “O que terá deixado a cruz de Jesus em  cada um de vocês? As palavras caíram sobre a multidão que vibrou em sintonia com o momento. Após seu discurso Francisco retirou-se.


Em seu sexto dia entre nós, Francisco celebrou a Missa na Catedral Metropolitana de São Sebastião para mais de mil  Bispos, Padres, Freiras, religiosos e seminaristas, exortando-os a deixarem de lado a indiferença e manterem diálogo, diálogo, diálogo,  e também buscarem a periferia onde as “pessoas têm sede de Deus”.


Saindo da Catedral  o Papa dirigiu-se ao Theatro Municipal onde encontrou-se com Autoridades, Diplomatas, Políticos e Artistas. Mais uma vez enfatizou o  diálogo  como  meio   de por fim a indiferença,  ao  egoísmo   e   a   violência.    No   almoço o Papa reuniu-se com Cardeais e Bispos no Palácio João Paulo II, na Glória, zona Sul do Rio de Janeiro.  E por fim, participou da Vigília de Oração, na praia de Copacabana, onde Ao falar de futebol, o pontífice disse que "Jesus é maior do que a Copa do Mundo".


Finalizando sua passagem pelo  Brasil, o Papa Francisco celebrou a Missa de Envio, em Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (28), fechando dessa maneira o ciclo da Jornada Mundial da Juventude. Entre os presentes a  presidente Dilma - acompanhada da presidente da Argentina - Cristina Kirchner e do presidente boliviano Evo Morales. O momento mais esperado ocorreu com o anúncio da cidade sede da próxima Jornada, o que foi feito seguido da Oração do Angelus, sendo escolhida a Cracóvia, na Polônia, cidade que receberá a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude.


A passagem do Papa Francisco entre nós foi marcada por palavras e atos que deram vida ao seu discurso como; solidariedade, participação, simplicidade – materializadas nas repetidas atitudes de descer do papa móvel pondo em alvoroço a segurança e, em meio à multidão, abraçar peregrinos,  pessoas que se colocavam nos lugares onde iria passar, pegar crianças em seu braços, abençoar a idosos, jovens, se solidarizar com portadores de deficiência, visitar comunidades pobres, ir a casa de pessoas extremamente carentes, conversar com pessoas com problemas com drogas, ir a um hospital para com problemas com drogas e chamar a atenção das autoridades e da sociedade para o egoísmo, a frieza, a ausência de compromisso real com os verdadeiramente necessitados.


O seu coração fraterno expôs-se ao se emocionar, ir as lágrimas,  com o pequeno Natan de nove anos que,  entre  lágrimas  pedia   para aproximar-se do Papa e que foi por aquele chamado ao papa móvel, sussurrando entre lágrimas ao Pontífice o seu desejo de ser Padre. A emoção demonstrada ante o agradecimento feito por D. Orani Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro que, inclusive, agradeceu, também, ao Papa Bento XVI que escolheu a cidade como sede da Jornada da Juventude.


Despedir-se de Francisco foi algo difícil, o Brasil, inconsciente, sem preocupar-se com a missão Universal do Pontificado, acostumara-se ao sorriso franco, a face receptiva, a voz mansa, porém firme, ao homem, ao Papa. Algo que coubesse na repetida afirmação de que “ Deus é brasileiro”, desse modo o Papa poderia tornar-se brasileiro e fazer do Brasil a sede da Santa Sé. Mas, sonhar já é suficiente, nosso povo, nossas autoridades, nós, temos muito ainda a caminhar e que essa caminhada seja profícua e sempre voltada no sentido do amor, da paz, da compreensão, da humildade.


Francisco já está de volta ao trono de Pedro. Que Deus o abençoe que a recíproca seja verdadeira. “ Não esqueçam de rezar por mim, o Papa precisa de vocês”. Eu digo, Não esqueça de nós, nos brasileiros precisamos muitíssimo de seu seu amor, sua humildade, sua lição de vida, suas orações. Obrigada Francisco.

PARA UMA REFLEXÃO DO QUE ESTAMOS FAZENDO DE NOSSAS VIDAS A FALA DO PAPA FRANCISCO AO FINAL DA VIA-SACRA:



"Queridos jovens,

Viemos hoje acompanhar Jesus no seu caminho de dor e de amor, o caminho da Cruz, que é um dos momentos fortes da Jornada Mundial da Juventude. No final do Ano Santo da Redenção, o bem-aventurado João Paulo II quis confiá-la a vocês, jovens, dizendo-lhes: "Levai-a pelo mundo, como sinal do amor de Jesus pela humanidade e anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção."

A partir de então a cruz percorreu todos os continentes e atravessou os mais variados mundos da existência humana, ficando quase que impregnada com as situações de vida de tantos jovens que a viram e carregaram. Ninguém pode tocar a cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da cruz de Jesus para sua própria vida. Nesta tarde, acompanhando o Senhor, queria que ressoassem três perguntas nos seus corações: O que vocês terão deixado na cruz, queridos jovens brasileiros, nestes dois anos em que ela atravessou seu imenso País? E o que terá deixado a cruz de Jesus em cada um de vocês? E, finalmente, o que esta cruz ensina para a nossa vida?

Uma antiga tradição da Igreja de Roma conta que o apóstolo Pedro, saindo da cidade para fugir da perseguição do imperador Nero, viu que Jesus caminhava na direção oposta e, admirado, lhe perguntou: "Para onde vais, Senhor?". E a resposta de Jesus foi: "Vou a Roma para ser crucificado outra vez". Naquele momento, Pedro entendeu que devia seguir o Senhor com coragem até o fim, mas entendeu sobretudo que nunca estava sozinho no caminho; com ele, sempre estava aquele Jesus que o amara até o ponto de morrer na cruz.

Pois bem, Jesus com a sua cruz atravessa os nossos caminhos para carregar os nossos medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos. Com a cruz, Jesus se une ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos; nela Jesus se une às famílias que passam por dificuldades, que choram a perda de seus filhos, ou que sofrem vendo-os presas de paraísos artificiais como a droga; nela Jesus se une a todas as pessoas que passam fome, num mundo que todos os dias joga fora toneladas de comida; nela Jesus se une a quem é perseguido pela religião, pelas ideias, ou simplesmente pela cor da pele; nela Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho.

Na cruz de cristo está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, dar-lhe vida.

E assim podemos responder à segunda pergunta: o que foi que a cruz deixou naqueles que a viram, naqueles que a tocaram? O que deixa em cada um de nós? Deixa um bem que ninguém mais pode nos dar: a certeza do amor inabalável de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento e nos dá a força para poder levá-lo, entra também na morte para derrotá-la e nos salvar. Na cruz de Cristo, está todo o amor de Deus, a sua imensa misericórdia. E este é um amor em que podemos confiar, em que podemos crer. Queridos jovens, confiemos em Jesus, abandonemo-nos totalmente a Ele! Só em cristo morto e ressuscitado encontramos salvação e redenção. Com Ele, o mal, o sofrimento e a morte não têm a última palavra, porque Ele nos dá a esperança e a vida: transformou a cruz, de instrumento de ódio, de derrota, de morte, em sinal de amor, de vitória e de vida.


O primeiro nome dado ao Brasil foi justamente o de "Terra de Santa Cruz". A cruz de Cristo foi plantada não só na praia, há mais de cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro e não só: o cristo sofredor, sentimo-lo próximo, como um de nós que compartilha o nosso caminho até o final. Não há cruz, pequena ou grande, da nossa vida que o Senhor não venha compartilhar conosco.

Mas a Cruz de Cristo também nos convida a deixar-nos contagiar por este amor; ensina-nos, pois, a olhar sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo quem sofre, quem tem necessidade de ajuda, quem espera uma palavra, um gesto; ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro destas pessoas e lhes estender a mão. Tantos rostos acompanharam Jesus no seu caminho até a Cruz: Pilatos, o Cirineu, Maria, as mulheres...

Também nós diante dos demais podemos ser como Pilatos que não teve a coragem de ir contra a corrente para salvar a vida de Jesus, lavando-se as mãos. Queridos amigos, a cruz de Cristo nos ensina a ser como o Cirineu, que ajuda Jesus levar aquele madeiro pesado, como Maria e as outras mulheres, que não tiveram medo de acompanhar Jesus até o final, com amor, com ternura. E você como é? Como Pilatos, como o Cirineu, como Maria?

Queridos jovens, levamos as nossas alegrias, os nossos sofrimentos, os nossos fracassos para a cruz de Cristo; encontraremos um coração aberto que nos compreende, perdoa, ama e pede para levar este mesmo amor para a nossa vida, para amar cada irmão e irmã com este mesmo amor. Assim seja!"




quarta-feira, 17 de julho de 2013

VELHICE! QUEM DISSE?


UMA REFLEXÃO. 


Amados filhos de meu ventre e filhos de meu coração, meus familiares, amigos, seguidores, colegas, hoje acordei com a sensação de que deveria falar sobre algo que amedronta muita gente. É fato que  alguns tentam de qualquer maneira enganar-se e enganar aos demais. O assunto que hoje acordou comigo é idade. Pois é, aqui em nosso pedaço do mundo, o Brasil, a Lei nº 10.741 de 1º de Outubro de 2003 – Estatuto do Idoso - dispõe: Art. 1º. É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos.


Numa primeira leitura coloca-se como Idoso a pessoa com sessenta anos ou mais. Diferentemente de algo a que chamamos de compulsório que compele, obriga. Por exemplo, a idade definida para a aposentadoria compulsória, daqueles que estão no serviço público é setenta anos. A previdência Social - INSS, entretanto,  encontra uma fórmula própria para definir a aposentadoria, combinando idade do segurado e o tempo de contribuição, entre outros.



Mas, hoje trago para vocês algo que gostaria de ter imaginado para a minha vida. Quase aos 61 anos fico feliz em identificar-me com algumas passagens de um texto maravilhoso  e  que me foi enviado pela Jornalista DENISE SANTANA FON, minha tia materna, a quem amo e admiro por demais. Deliciem-se e vejam quanta sabedoria:
  

“Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.  Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítica de mim mesmo. Eu me tornei minha própria amiga... Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou para a compra de algo bobo que eu não  precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio. Eu tenho direito de ser desarrumada, de ser extravagante.


Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.

Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até as quatro horas e dormir até meio-dia? Eu? Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 &70, e se eu, ao mesmo tempo, desejo chorar por um amor perdido… Eu vou.

 

Vou andar na praia em um maiô excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no jet set.

Eles, também, vão envelhecer.

Eu sei que eu sou às vezes esquecida. Mas há mais, algumas coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes.


Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado. Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.


Eu sou tão abençoada por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.

Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.

Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo. Você se preocupa menos com o que os outros pensam. Eu não me questiono mais.

Eu ganhei o direito de estar errada. Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser idosa.


 
A idade me libertou. Eu gosto da pessoa que me tornei. Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será. E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).

Que nossa amizade nunca se separe porque é direto do coração!”


Eu quero pensar desse modo daqui a alguns anos. Hoje me sinto maravilhosa, cheia de vida, risonha, bonita. Não tenho limitações, não tenho sobrepeso, doença crônica ou depressão. A vida me sorriu a partir do nascimento. As dores que sofri são naturais, embora indesejadas. DEUS está e sempre esteve em meu coração.



 
Sou o que sou. A minha formação devo-a, inicialmente, a minha família primeira, meus pais, avós, tios e demais parentes com os quais convivi nessa fase; posteriormente fui sendo burilada no seio doutra família, os colégios por onde passei. Não foram poucos. Estudei no Colégio Nossa Senhora de Lourdes – Lourdinas; no Instituto Nossa Senhora Verônica (Santa Rita); no Colégio Nossa Senhora das Neves; no Colégio Estadual em Santa Rita; no Lins de Vasconcelos e no LICEU. Em todos fiz amigos para a vida inteira.



Depois fiz Direito na UFPB, casei, tive meus filhos, me divorciei - nesse período fiz duas pós-graduações e cursei Filosofia -, namorei, casei novamente.  e me sinto realizada como mulher, mãe e filha. A VIDA continua, tenho, ainda muitos planos e desejos. Entre eles viajar um pouco mais, ver coisas maravilhosas que homens e mulheres construíram e legaram à posteridade.



Uma parte de minha vida a que devoto muito carinho é o exercício da Advocacia. Nele tive grandes vitórias pessoais e não foram exatamente as ações que melhor me remuneraram. As mais gratificantes foram exatamente as da Justiça Gratuita. Desconstruir a hipocrisia, demonstrar que o dinheiro tem usos bem melhores do que comprar testemunhos e/ou desqualificar os menos favorecidos não tem preço. Ver o sorriso misturado às lágrimas de alegria energizam e nos dá a convicção de que estamos no caminho certo.



Assim colecionei realizações, frustrações, sucessos, insucessos, como uma pessoa qualquer. Nada em especial, exceto o meu amor pela verdade, pela família, pelas pessoas, por tudo aquilo em que acredito. Logo em meu vocabulário velhice é apenas a fase que vem após a idade adulta, sequência lógica, regra imutável da natureza. Ser velha, entretanto é outra coisa. É estado de espírito, opção de vida. Na minha trajetória optei por ser experiente, atraente, sorridente e vivente, é claro. Desejo a todos que em suas vidas optem por boas coisas, sejam limpos no pensar, saudáveis no agir e divertidos no viver. Chegarão aos 100 anos com rostinho e corpinho de 99...