PARTE I –
Impulsos Neurais |
Falar
sobre a educação é sempre um desafio, especialmente hoje quando se multiplicam
as fontes, os autores, os conceitos, os vieses. Quando o acesso à educação
torna-se fator de transcendência do homem porquanto permite a correta apreensão
de seu Ser, de seu habitat, de suas origens e possibilidades, o aprimoramento
de sua inteligência, conferindo valores a ética e a dialética, a liberdade e a
sensibilidade.
Todo
e qualquer olhar sobre a sociedade humana, se não o faz, deveria fazê-lo:
definir a historia, os acontecimentos, a relação entre as ocorrências e as
mudanças, como ponto de partida para análise e inserção do assunto referido,
desse modo a primeira abordagem, sob qualquer interesse da sociedade, torna-se
efetivamente coerente quando se dá dentro de evolução histórica.
Naturalmente, torna-se impossível, num texto sem maiores pretensões, fazer toda exposição cronológica dos fatos que escreveram o percurso histórico da educação na civilização humana, tal cronologia já foi reiteradamente estabelecida e nos permite ser mais objetivos.
Naturalmente, torna-se impossível, num texto sem maiores pretensões, fazer toda exposição cronológica dos fatos que escreveram o percurso histórico da educação na civilização humana, tal cronologia já foi reiteradamente estabelecida e nos permite ser mais objetivos.
BREVE CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS -
EDUCAÇÃO PRIMITIVA –
Enquanto
fase Histórica, a educação primitiva, no alvorecer da humanidade,
ocorria com base na observação, na repetição e no sucesso da resposta produzida
ante a reiteração de determinada prática.
Assim, sem uma base científica, a maioria dos autores, ao discorrer sobre essa fase incivilizada, colocam a educação quase como sinônimo de aprendizagem, acontecendo através da observação, ora das tarefas, a caça, da pesca, ora dos costumes religiosos - mais precisamente rituais -, dos acontecimentos relativos a fenômenos naturais bem como, dos atos e preparativos concernentes à guerra.
Assim, sem uma base científica, a maioria dos autores, ao discorrer sobre essa fase incivilizada, colocam a educação quase como sinônimo de aprendizagem, acontecendo através da observação, ora das tarefas, a caça, da pesca, ora dos costumes religiosos - mais precisamente rituais -, dos acontecimentos relativos a fenômenos naturais bem como, dos atos e preparativos concernentes à guerra.
A encenação da caça |
Aprender
e apreender era uma questão, por vezes de sobrevivência e, invariavelmente de observar atitudes mecânicas – o fazer; o
encadeamento de práticas com resultados positivos tornava o homem consciente de
uma realidade, pois passa a entender o que se passa a sua volta e o que fazer para obter aquilo
que deseja.
A
educação se caracteriza nesse período, muito mais no aspecto corporal cujo fim é
intuitivo, almejava-se o atendimento de necessidades específicas como
alimentar-se, vestir-se e abrigar-se, tudo significando sobreviver e ordenando
situações diárias, inclusive, com atividades de jogos, delineando-se, dessa
forma, o que seria uma sugestão à educação física.
Em busca do fogo |
Numa
outra observação entende-se que a repetição tem fim pedagógico dês que desse
comportamento amiudado resulta o aperfeiçoamento, o conhecimento que capacita o
membro da comunidade tornando-o apto ao atendimento de suas carências e das de
outros indivíduos. Conclui-se que há um esboço de Educação intelectual, pois
ocorre progresso em sua atividade física ao tempo em que há o aprimoramento de sua inteligência.
Registro de luta cotidiana |
Igualmente,
alguns aspectos são marcantes e transcendem a época. Assim, o iterar práticas
de respeito aos velhos e aos pais, o culto aos antepassados, ao sentimento da
honra, à fidelidade à palavra empenhada, à obediência às autoridades legítima,
o hábitos de rituais e práticas religiosas, por mais rudimentares que fossem denotavam
educação moral e religiosa ou, pelo menos uma silhueta do que se projetaria como
tal.
Da pré-história, dos povos primitivos chegaram até nós registros de pesca, caça, dança, rituais, em inúmeras pinturas e desenhos, como se tivesse a função precípua de mostrar, ensinar. No início da Idade Antiga são destacadas as concepções e práticas educativas das culturas indiana, chinesa, egípcia e hebréia.
Da pré-história, dos povos primitivos chegaram até nós registros de pesca, caça, dança, rituais, em inúmeras pinturas e desenhos, como se tivesse a função precípua de mostrar, ensinar. No início da Idade Antiga são destacadas as concepções e práticas educativas das culturas indiana, chinesa, egípcia e hebréia.
A EDUCAÇÃO E O POVO GREGO -
De
fato, ao volvermos a nossa atenção para a Educação na História Universal, sua
evolução ao longo do túnel do tempo, vemos que a civilização
grega contribuiu, largamente, para tornar
o mundo um cenário expressivo onde aprender é um processo ininterrupto
de crescimento intelectual, físico e
moral , capaz de proporcionar a
integração do ser humano à sociedade.
A Grécia, entre outros tesouros culturais, nos legou a primeira teoria atômica de que se tem registro.
A Grécia, entre outros tesouros culturais, nos legou a primeira teoria atômica de que se tem registro.
Educação - do latim educatione, educere "sacar, extraer" ou educare "formar, instruir" - Com os gregos é lançada pela primeira vez
com a conotação de problema; também o é, a idéia de “educar” profissionalmente, que surge com os
Sofistas. Ainda é naquele celeiro intelectual que a literatura, através da
poesia, da tragédia e mesmo da comédia questiona o que até então se conceituava
como Educação.
Aedo em apresentação |
Com destaque ainda mais pertinente os “aedos” – que compunham suas próprias obras e as cantavam acompanhados da lira, instrumento musical de sons suaves e agradáveis aos ouvidos.
Rapsódia |
Em todas esses épicos percebe-se a intenção de contar, repassar e transmitir conhecimentos, inclusive através de representações denominadas rapsódias.
Platão e Aristóteles |
A civilização ocidental reconhece alguns títulos imputados aos Gregos,
assim, entre outros, são chamados de Pais da Filosofia, Criadores da Democracia
e Berço da Pedagogia. Com muita propriedade, também no século V, desenvolveram
os princípios e ideários da Paidéia que
foram fundamentados em práticas educativas ancestrais.
Conforme significado original do vocábulo “ paidéia” sintetizava o modo, a forma para criação de meninos, entretanto, sua significação expande-se e no século IV a.C., passa a adotar uma configuração consolidada e categórica a partir do qual foi convencionado, na Grécia Clássica, como modelo perfeito de ideal educacional.
Todavia, como bem explicita Werner Jaeger, estudioso da cultura grega "Não se pode utilizar a história da palavra paideia como fio condutor para estudar a origem da educação grega, porque esta palavra só aparece no século V" (Jaeger, 1995: 25).
Conforme significado original do vocábulo “ paidéia” sintetizava o modo, a forma para criação de meninos, entretanto, sua significação expande-se e no século IV a.C., passa a adotar uma configuração consolidada e categórica a partir do qual foi convencionado, na Grécia Clássica, como modelo perfeito de ideal educacional.
Todavia, como bem explicita Werner Jaeger, estudioso da cultura grega "Não se pode utilizar a história da palavra paideia como fio condutor para estudar a origem da educação grega, porque esta palavra só aparece no século V" (Jaeger, 1995: 25).
IDADE MÉDIA –
Nesse imenso período medieval, os historiadores
registram que a educação desenvolvia-se
em laços associativos, comungando os mesmos entendimentos “com a Igreja, a fé
cristã e as instituições sacras que – enquanto acolhiam os oratores (os
especialistas da palavra, os sapientes, os cultos, distintos dos bellatores e
dos laboratores) – eram as únicas delegadas (com as corporações no plano
profissional) a educar, a formar, a conformar”.
O formato da escola, como vivenciada em nossos dias, mantém os moldes estruturais da Idade Média. Assim a rotina presencial de um professor que instrui diversos alunos, de diferentes origens, estando o mestre hierarquicamente subordinado a um poder, ao qual presta constas de seu ofício; a aprendizagem relacionada leitura e a autores, ao debate, ao desempenho, a explanação, à argumentação; as avaliações com seus prêmios e castigos, sugere a continuidade, aos séculos nos quais vêm daquela época e da coordenação dos estudos nos monastérios, nas catedrais e, de forma especial nas universidades.
Remontam a Idade Média certos conhecimentos acolhidos e repetidos na escola moderna e, também, na escola atual: como a visão da filosofia, como lógica e metafísica; a atribuição e contribuição dada ao e pelo latim; a instrução gramatical e a oratória.
Também na Idade Média a cartografia revela-se de suma importância , especificamente no que diz respeito a instrumentalizar as navegações. Surgida em 2.500 a.C, ganha notável impulso nos últimos seculos da Idade Medieval, lembrado que este período foi do século V ao XV.
A Idade Média é reconhecida como um período de efervescência cultural, especialmente quando se adentra no chamado Renascimento de Países como a Holanda, a Alemanha, Espanha, Inglaterra e/ou cidades como Veneza, Gênova, Florença, Siena, Lisboa, Coimbra, Paris, Flandres, Pisa vivenciaram uma verdadeira febre cultural e, também educacional com o surgimento e aprimoramento do ensino voltado para perfeição do espírito, para o fomento da nobreza, da ética e dos bons propósitos norteadores de um novo homem.
OUTROS REGISTROS -
Merece referência, ainda, a educação Romana. O texto - base da educação romana, conforme Cícero, resumiu-se, por um longo período nas Doze tábuas, cuja origem remonta a 451 a.C.,fixadas no bronze e publicadas no fórum, para que a exposição daquelas permitisse a todos vê-las para que todos pudessem vê-las.
Naquelas ressaltava-se a importância da tradição com ênfase ao respeito a regras e normas; a cultura materializada na assimilação social dos valores do povo romano; ainda ao espírito dos pais, assim considerado como senhores detentores da justiça familiar o chamado “pátria potestas”. Havia, uma rudimentar forma de “Código Civil”, marcantemente conservador preservando meios de subordinação social características de uma coletividade agrícola retrógrada.
Num império decadente onde o conquistador perdeu sua identidade cultural, ante a absorção da cultura dos conquistados mas que lega ao mundo preciosos ensinamentos do Direito Romano, fundamento e base de muitos institutos de Direito que até hoje compõem o nosso arcabouço jurídico.
A nossa matéria na
segunda parte, enfoca a educação como esperança de fuga a condições sociais
econômicas desfavoráveis bem como formar cidadãos. Inclusive, com vista a
tentar a compreensão de alguns fatos, algumas colocações e conclusões,
recentes sobre o desejo da execelência no ensino como utópico e fonte de atraso ao que efetivamente se poderia obter.
Originaram-se dentro da Igreja padrões educativos e
suas metodologias. Da Igreja partiram os
modelos e os método de ensino, estabeleciam-se as instituições ad hoc e planejava-se as ingerência, analisando,
criticando e, portanto, discutindo o exercício e os padrões, segundo a posição
na escala social.
Havia um projeto educacional para o povo e um para as classe altas, até porque, na Idade Média o dualismo existente na era primitiva persistiu, como de fato persiste até os nossos dia.
Havia um projeto educacional para o povo e um para as classe altas, até porque, na Idade Média o dualismo existente na era primitiva persistiu, como de fato persiste até os nossos dia.
O formato da escola, como vivenciada em nossos dias, mantém os moldes estruturais da Idade Média. Assim a rotina presencial de um professor que instrui diversos alunos, de diferentes origens, estando o mestre hierarquicamente subordinado a um poder, ao qual presta constas de seu ofício; a aprendizagem relacionada leitura e a autores, ao debate, ao desempenho, a explanação, à argumentação; as avaliações com seus prêmios e castigos, sugere a continuidade, aos séculos nos quais vêm daquela época e da coordenação dos estudos nos monastérios, nas catedrais e, de forma especial nas universidades.
Remontam a Idade Média certos conhecimentos acolhidos e repetidos na escola moderna e, também, na escola atual: como a visão da filosofia, como lógica e metafísica; a atribuição e contribuição dada ao e pelo latim; a instrução gramatical e a oratória.
Também na Idade Média a cartografia revela-se de suma importância , especificamente no que diz respeito a instrumentalizar as navegações. Surgida em 2.500 a.C, ganha notável impulso nos últimos seculos da Idade Medieval, lembrado que este período foi do século V ao XV.
A Idade Média é reconhecida como um período de efervescência cultural, especialmente quando se adentra no chamado Renascimento de Países como a Holanda, a Alemanha, Espanha, Inglaterra e/ou cidades como Veneza, Gênova, Florença, Siena, Lisboa, Coimbra, Paris, Flandres, Pisa vivenciaram uma verdadeira febre cultural e, também educacional com o surgimento e aprimoramento do ensino voltado para perfeição do espírito, para o fomento da nobreza, da ética e dos bons propósitos norteadores de um novo homem.
OUTROS REGISTROS -
Merece referência, ainda, a educação Romana. O texto - base da educação romana, conforme Cícero, resumiu-se, por um longo período nas Doze tábuas, cuja origem remonta a 451 a.C.,fixadas no bronze e publicadas no fórum, para que a exposição daquelas permitisse a todos vê-las para que todos pudessem vê-las.
Naquelas ressaltava-se a importância da tradição com ênfase ao respeito a regras e normas; a cultura materializada na assimilação social dos valores do povo romano; ainda ao espírito dos pais, assim considerado como senhores detentores da justiça familiar o chamado “pátria potestas”. Havia, uma rudimentar forma de “Código Civil”, marcantemente conservador preservando meios de subordinação social características de uma coletividade agrícola retrógrada.
Num império decadente onde o conquistador perdeu sua identidade cultural, ante a absorção da cultura dos conquistados mas que lega ao mundo preciosos ensinamentos do Direito Romano, fundamento e base de muitos institutos de Direito que até hoje compõem o nosso arcabouço jurídico.
É nessa fonte que vamos buscar conhecimentos que fundamentam as normas do direito civil
brasileiro, bem como português, dentre outros que também teem o Direito Romano como norte a ser seguido .
Sendo uma
tarefa a exigir uma explanação muito ampla, quando a educação no Brasil, de um
modo geral ainda repete em muitos espaços senão a metodologia mas o modelo do
colonizador, se tem nisto mais uma razão a reforçar de pronto o mergulho
específico em nosso caminhar, não somente no sentido de escolaridade mas
de meio de redenção, esperança de desenvolvimento.
Mas esse é outro momento.
Conto com vocês
Nenhum comentário:
Postar um comentário