NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA!
A
CÂMARA DOS DEPUTADOS tem em sua composição diversas comissões, algumas
permanentes, outras temporárias e, aquelas a que denominam de comissões mistas.
Conforme explicita o Portal da Câmara, cada Comissão é um "Órgão integrado por parlamentares, tendo composição
partidária proporcional à da Casa Legislativa, tanto quanto possível, podendo
ter caráter permanente ou temporário. É Comissão Permanente quando integra
a estrutura institucional, Temporária quando criada para
apreciar determinado assunto, especial e de inquérito, ou para o cumprimento de
missão temporária autorizada. A Comissão Temporária extingue-se ao término da
legislatura, quando alcançado o fim a que se destina ou, ainda, quando expirado
o seu prazo de duração. CF. Art.58; RICD, Art. 26." * RICD - REGIMENTO INTERNO
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
É um dado importante saber que cada Comissão Permanente é um Órgão de caráter técnico-legislativo ou especializado, integrante da estrutura institucional de cada Casa Legislativa, cuja finalidade é apreciar os assuntos ou proposições sbmetidos ao seu exame e sobre eles deliberar, exercer o acompanhamento dos planos e programas governamentais e a fiscalização orçamentária da União. RICD. Art. 34.
São Comissões Permanentes da Câmara dos Deputados: Comissão
de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural – CAPADR;
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática – CCTCI; Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania – CCJC; Comissão de Cultura –
CCULT; Comissão de Defesa do Consumidor – CDC; Comissão de Desenvolvimento
Econômico, Indústria e Comércio – CDEIC; Comissão de Desenvolvimento Urbano –
CDU; Comissão de Direitos Humanos e Minorias – CDHM; Comissão de
Educação – CE; Comissão de Finanças e Tributação – CFT; Comissão de
Fiscalização Financeira e Controle – CFFC; Comissão de Legislação Participativa
– CLP; Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – CMADS; Comissão
de Minas e Energia – CME; Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional
– CREDN; Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado – CSPCCO; Comissão
de Seguridade Social e Família - CSSF ; Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público – CTASP; Comissão de Turismo e Desporto -
CTD e Comissão de Viação e Transportes – CVT.
Todas possuem importantes atribuições dentro do Poder
Legislativo Federal. Entretanto a que nesse momento é notícia, destaca-se pela
densidade de sua razão de ser, falo da Comissão de Direitos Humanos e
Minorias – CDHM que de acordo com o regimento interno da
Câmara, são: recebimento, avaliação e
investigação de denúncias relativas a ameaça ou violação de direitos humanos; fiscalização e
acompanhamento de programas governamentais relativos à proteção dos direitos
humanos; colaboração com entidades não-governamentais, nacionais e
internacionais, que atuem na defesa dos direitos humanos; pesquisas e estudos
relativos à situação dos direitos humanos no Brasil e no mundo, inclusive para
efeito de divulgação pública e fornecimento de subsídios para as demais
Comissões da Casa;assuntos referentes às minorias étnicas e sociais,
especialmente aos índios e às comunidades indígenas; regime das terras
tradicionalmente ocupadas pelos índios; preservação e proteção das culturas
populares e étnicas do País.
É inegável que o empenho histórico da Câmara dos Deputados. Sua relevante atuação na forma e método de inclusão dos Direitos Humanos no arcabouço político-jurídico nacional, ultrapassando momentos críticos como o chamado período de resistência à ditadura militar, bem como na adesão e assinatura de Tratados e Convenções Internacionais e, depois de 1995, por meio da atuação da CDHM.
Pois é, essa comissão é essencial na medida em que o Estado Brasileiro avança na proteção de Direito Humanos. Criada em 1995, via projeto da autoria do então Deputado Nilmário Miranda, que a presidiu naquele ano e, também, no ano de 1999, esteve sempre na trilha evolutiva do
processo da redemocratização brasileira. É indiscutível que no ano de 1985, o regime vigente tornou-se mais receptivo aos direitos
humanos. O Brasil firmou sua posição, pró DH, com a efetiva participação na
Conferência da ONU sobre Direitos Humanos em Viena (1993).
Na contramão da história dessa Comissão, a mesma é hoje presidida pelo Deputado Pastor Marcos Feliciano que, SEGUNDO O PORTAL G1. (em 07 de Março de 2013), responde por homofobia e estelionato no STF. Ressalta a matéria: "O novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Marco Feliciano (PSC-SP), é alvo de dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF): um inquérito que o acusa de homofobia e uma ação penal na qual é
denunciado por estelionato. A defesa do parlamentar nega as duas
acusações."
Continua: " Feliciano foi denunciado em janeiro pelo procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, que considerou homofóbica a mensagem do deputado no
microblog Twitter com a frase "A podridão dos sentimentos dos
homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição". Mas como não existe
crime de homofobia, o procurador enquadrou o ato como crime de
discriminação, com pena de um a três anos de prisão."
Ainda: No
mesmo processo, o procurador citou outros posts no qual o parlamentar fala
sobre raças, como: "Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé.
Isso é fato. O motivo da maldição é a polêmica. Não sejam irresponsáveis
twitters rsss", diz o post e mais: em 2010, Feliciano afirmou, na
rede social Twitter, que “sobre o continente africano repousa a maldição do
paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids. Fome”.. Para Gurgel, Feliciano não
poderia responder por racismo porque a frase está "no limite entre a
ofensa à raça negra e a liberdade de expressão".
Inclusive, "Feliciano também responde a ação penal pelo crime de estelionato, denúncia feita em 2009, antes de ele tomar posse como deputado federal. O processo foi remetido ao STF em razão do foro privilegiado. Na ação, o deputado é acusado de obter para si a vantagem ilícita de R$ 13.362,83 simulando um contrato "para induzir a vítima a depositar a quantia supramencionada na conta bancária fornecida". A denúncia do MP do Rio Grande do Sul afirma que o parlamentar fechou contrato para ministrar um culto religioso, mas não compareceu.
A
oposição à permanência do Deputado Feliciano à frente da Presidência da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias – CDHM, tomou proporções gigantesca. No
cenário nacional vemos parlamentares visivelmente constrangidos com as
manifestações; ameaças veladas; militantes impedidos de expressarem sua
liberdade e uma cruel minimização de assuntos pertinentes á Comissão e que não
foram sequer discutidos, até porque o Deputado Presidente não é exatamente a
pessoa adequada a fazê-lo.
O PORTAL EXAME.COM, em 25 de março publicou: " Anistia Internacional considera inaceitável Feliciano na CDH. "
"Pastor evangélico, ele é acusado de postar
em redes sociais mensagens homofóbicas e racistas e, por isso, é alvo
de protestos desde que foi indicado para o cargo."
"Brasília – A Anistia Internacional publicou hoje (25) nota em que
manifesta preocupação com a permanência do Deputado Federal Pastor Marco
Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e
Minorias (CDH) da Câmara dos Deputados.
A nota diz que as “posições claramente discriminatórias em relação à
população negra, LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis,
transexuais e transgêneros) e mulheres, expressas em várias ocasiões
pelo deputado Marco Feliciano, o tornam uma escolha inaceitável” para
presidir a comissão.
No texto, a Anistia Internacional considera a CDHM uma instância
fundamental para a efetivação das garantias de cidadania estabelecidas
na Constituição e destaca ainda que é “essencial que seus integrantes
sejam pessoas comprometidas com os direitos humanos e tenham trajetórias
públicas reconhecidas pelo compromisso com a luta contra discriminações
e violações que continuam a fazer parte do cotidiano da sociedade
brasileira.”
O documento da organização faz ainda um apelo para que os “os [as]
parlamentares brasileiros[as] reconheçam o grave equívoco cometido com a
indicação do deputado Feliciano e tomem imediatamente as medidas
necessárias à sua substituição.”
Por sua vez, o PORTAL TERRA,, fazendo referência a OAB, transcreveu: O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, defendeu quarta-feira passada a renúncia do deputado Pastor Marco Feliciano (PSB-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara. Segundo Damous, a permanência do deputado à frente da comissão é "um acinte à população brasileira".
"Está mais do que demonstrada a (justa) rejeição que
(Feliciano) sofre por parte de todas as entidades e de todos aqueles que
têm um mínimo respeito pelos direitos humanos em nosso País", defendeu
Damous. Para o representante da OAB, a indicação de outro nome
que tenha real e efetiva ligação com o tema é imprescindível para que a
Câmara dos Deputados volte a ter uma Comissão de Direitos Humanos, que,
na opinião de Damous, foi extinta com a eleição de Feliciano, em sessão
secreta e ilegítima.
REGISTRA, AINDA O PORTAL REFERIDO QUE:
"A rejeição à permanência de Feliciano à
frente da comissão também foi externada pelo procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, para quem o nome do deputado não é adequado
para presidir uma comissão como a de Direitos Humanos.
“Não há nenhuma dúvida de que não é uma
indicação adequada. É uma pessoa que, por sua história de vida, sua
trajetória, não está minimamente indicado para presidir uma comissão
importantíssima como é a Comissão de Direitos Humanos”, disse.
Diz ainda o portal que o líder do PSC na Câmara,
deputado André Moura (SE), pediu ao deputado Marco Feliciano que reavalie a
sua permanência à frente do colegiado. Embora tenha dito que não pediu
ao pastor para que renunciasse, André Moura afirmou que o partido está
preocupado, porque as manifestações, tanto contrárias quanto de apoio ao
deputado Feliciano, estão impedindo os trabalhos da comissão.
A última reunião da Comissão
de Direitos Humanos teve de ser encerrada antecipadamente por conta de
protestos promovidos por ativistas de movimentos sociais dentro do
plenário do colegiado. Pressionado a renunciar, Feliciano deixou o
encontro cerca de oito minutos após abrir uma audiência pública que iria
discutir os direitos de portadores de transtorno mental.
Ontem, a bancada do PSC pediu explicações
a Feliciano sobre a divulgação de um vídeo em sua página no Twitter com
ataques a defensores dos direitos dos homossexuais e a deputados. Após a
reunião da bancada, André Moura disse que o partido não concorda com
esse tipo de atitude e que o deputado Feliciano foi orientado a
trabalhar e produzir na comissão.
Essa é a esdrúxula situação em que se encontra a Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Um presidente que não reflete qualquer afinidade com os Direitos Humanos. Ora, se nos detalharmos nos Direitos Humanos de Primeira Geração, aqueles que foram pensados inicialmente como Direitos, vamos encontrar os Direitos de Liberdade, compreendendo a Civil e a Política, além das liberdades clássicas, tais como: "Liberdades físicas, Liberdades de expressão, Liberdades
de consciência, Direitos de propriedade privada, Direitos da pessoa
acusada e as Garantias de direitos. Ironicamente já nos defrontamos com uma posição declaradamente antagônica assumida pelo Presidente da Comissão. Faz ouvidos moucos ao clamor das minorias, ofende, zomba e ainda se dá ao desfrute de rotular sua rejeição com base em sua religião.
Ora, não há confusão. A rejeição ao Deputado Marcos Feliciano se dá pelo fato de ser homofóbico, sem qualquer compromisso com Direito Humanos e, também por suas declarações desastrosas, maledicentes e reveladoras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário