Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A BELEZA , O BELO

Imensurável
O ser humano independentemente da época, de sua origem, condição, sexo, cor, etnia, meio, crenças, motivação, valores e/ou aspectos, qualquer que seja o prisma adotado, sempre  buscou o belo. A beleza em cada coisa, em cada gesto, em cada ser.  Assim, alguns perseguiram a simetria, outros a harmonia, o físico, o espiritual, o sentimento subjetivo, a essência da arte, o sublime, o bem e o antagônico  mal. Observa-se que a beleza foi e continua sendo,  rotineiramente associada ao bem, porém o reverso da medalha, a fealdade, por sua vez, é sistematicamente associada ao mal.

É evidente que os padrões encontrados sofrem a influência de fatores internos e externos, numa visão macro ou em particular. Nenhum ser humano deixa de fazer adaptações no seu modo de perceber a beleza, haja vista as informações coletadas ao longo de sua história. Desse modo os conceitos são moldados conforme esteja o indivíduo na infância, na juventude, na idade adulta ou na velhice. Igualmente a bagagem cultural,  a experiência, a cognição, tudo permeia o olhar lançado sobre a diversidade humana onde a fantasia desconhece limites, renovando-se, continuamente na caça à estética. 

A beleza, a luz
Se pensarmos num conceito de beleza vamos encontrar uma gama muito grande de definições, para uns “A beleza é uma experiência, um processo cognitivo ou mental, ou ainda, espiritual, relacionada à percepção de elementos que agradam de forma singular aquele que a experimenta.” Suas formas são inúmeras, e a ciência ainda tenta dar uma explicação para o processo. Fonte - Wikipédia, a enciclopédia livre.


Uma das mais concretas descrições de beleza foi feita por S. Tomás de Aquino, que a descrevia como “aquilo que provoca um conhecimento gozoso”, ou seja, a emoção que nos é provocada pelo estético. Na Grécia Antiga, a tese de corpo são em mente sã não era garantia apenas de saúde, mas também de beleza e proporcionalidade. Se na Idade Média, as senhoras de formas generosas eram as mais apreciadas pela sociedade, no Renascimento a beleza baseava-se na representação do Homem de Vitrúvio, de Leonardo da Vinci, devido à sua proporcionalidade.

A beleza espiritual, adorno da alma

Tem-se por beleza espiritual aquela que nos fala a alma, a essência, ao ser. Num mergulho em busca de raízes vamos encontrar a beleza espiritual nos livros sagrados.  A Bíblia Sagrada,  diz em na Primeira Epístola de São Pedro 3:3-4 “O vosso adorno não seja o enfeite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de jóias de ouro, ou o luxo dos vestidos, mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e tranqüilo, que és, para que permaneçam as coisas.”



A Bíblia Sagrada
Ainda, a beleza verdadeira não é egocêntrica. A Bíblia, também quando na Primeira Epístola de Paulo a Timóteo, seu filho na Fé, segundo capítulo e versículos transcritos: 2:9-10 “Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.” Igualmente, diz  o Livro Sagrado dos Cristãos: A beleza verdadeira encontra-se no Senhor. Na Bíblia, no Livro dos  Salmos 90:17 “Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus …”. 

Depreende-se dos textos Bíblicos que no contexto theocrático a beleza não é referência física e sim adorno da alma. Para a religião, portanto," a verdadeira beleza está na integralidade da propriedade da conduta do indivíduo para com um plano sagrado, em detrimento do mundo físico. Quanto mais completa é a imersão e desprendimento do mundo vulgar, maior beleza há naquele que a faz viver." (Fonte Wikipedia)



 Para os Gregos, a simetria constituia o encontro entre a beleza física e a a espiritual.  A prece de Sócrates, anunciada por Platão, em FEDRO, deixa claro o limite estético a ser atingido: “Divina Pã – e vós deuses outros destas paragens! Dai-me a beleza da alma, a beleza interior e fazei com que meu exterior se harmonize com essa beleza espiritual. Que o sábio me pareça sempre rico; que eu tenha tanta riqueza quanto um homem sensato possa suportar e empregar.”   Prece de Sócrates. In PLATÃO. Fedro: texto integral. São Paulo: Martin Claret, 2003. pg. 125.

Afrodite a Deusa da Beleza e do Amor
Assim Platão considerava que a beleza era a idéia (forma) acima de todas as outras idéias.  Aristóteles, por sua vez, viu uma relação entre o belo e a virtude, argumentando que "A virtude visa à beleza."  É puramente filosófica a idéia de que " a beleza advém da pureza do raciocínio, da surpresa e da consistência dos axiomas. Raramente está relacionada à aparência superficial (salvo no caso das correntes como o hedonismo, por exemplo).Podemos dizer que na antiga Grécia a beleza era o encontro da estética, da moral e da filosofia.


O reconhecimento da beleza
A Beleza, enquanto sentimento subjetivo – A humanidade é dotada de sensibilidade, a que  se aliam múltiplos conceitos, ou diferentes caracterizações, ou ainda várias maneiras de se apresentar, podendo sugerir alguma coisa boa e prazerosa. Nesse liame, nesse tecido emaranhado ato, fato, coisa e a percepção agradável, situa-se a beleza – percepção  festiva aos olhos. 

Parecer belo não depende tanto das características do objeto como da forma de o sujeito o perceber e sentir. Ser belo para um não significa ser belo para todos, ou mesmo para muitos.  A percepção é algo individual, subjetivo, próprio de cada um.  

A beleza ideal
 O filósofo francês Voltaire, que há dois séculos tentava através da sátira pôr fim aos padrões invioláveis que definiam a beleza, dizia: "Para um macaco não existe não existe nada mais belo do que uma macaca". Para Voltaire, o conceito de beleza residia nos olhos de quem a observava. "A cegueira do amor não equipara uma camponesa vesga e nariguda à Vênus de Botticelli?", argumentava ele. Certamente, Voltaire não encerrou, nem encontrou solução para a antiga polêmica para as visões subjetiva e objetiva da beleza.

No imaginário da criança
 A sabedoria popular tem cunhado expressões que revelam situações cheias de nuances filosóficos, nessa escala há um adágio popular que demonstra o objeto, sua apresentação e as diferentes percepções, desse modo temos a expressão: “QUEM AMA O FEIO BONITO LHE PARECE”. Ora, o sentimento modifica a percepção. A apresentação, o invólucro não tem para o amante a mesma resposta visual que teria para outros, destituídos do apelo emocional.  Como negar os olhares de cumplicidade dos personagens do estúdio Disney- Pixar.


Na natureza
A coruja da filosofia é a Coruja de Minerva que é uma deusa romana e seu equivalente grego é Athena. Diz a mitologia que Athena, a deusa grega da Sabedoria e da Justiça, possuía uma Coruja de estimação que permanecia sempre em seu ombro e lhe revelava as verdades invisíveis. Essa Coruja tinha o poder de iluminar o lado obscuro da deusa.

Assim a coruja tem sido símbolo da sabedoria, da paciência e, também, da fealdade, para os humanos. Todavia em sua especíe, como no seio de todas as outras, o indivíduo que lhe pertence não destoa, ao contrário, com rarissímas exceções,  como é o caso de animais albinos, com má-formação, atende o que dele se espera: que represente-a de forma inconfundível.

O amor é lindo
A beleza, na maioria das vezes aliada ao Amor, esse sentimento maior da Cristandade e quiça de todo o universo, assume  variadas formas e expressões. É percebida conforme a sensibilidade de quem a  vê e, por vezes, a experiência de quem está arrebatado pelo  encantamento, de modo que  encontrar alguém e vivenciar o amor, de forma intensa e prolongada vai muito além da aparência física, da presençã ou não do belo.

A literatura nos tem brindado com situações onde a diferença, a aparência fora dos padrões dita a aceitação ou não do indivíduo, seja em relacionamentos amorosos ou fora dele. É célebre a historia de Quasimodo, o corcunda de Notre -Dame de Paris, que se enche de amores pela bela cigana Esmeralda, desafiando as regras de então e, também o seu padrinho, Frollo, arquidiácono que o adotara e que igualmente amava Esmeralda. 


Amor a luz das estrêlas
No aspecto beleza física, atualmente podemos enumerar, casais bem diferentes, a exemplo de Jennifer Lopez e Marc Anthony; Josh Holloway - galã de Lost - e Yessica Kumala; Evan Rachel Wood, muito bonita e dezenove anos mais nova que Marilyn Manson ( que foi casado por sete anos com a belíssima Dita Von Teese, stripper americana); Catherine Zeta-Jones, 25 anos mais nova que seu amado, Michael Douglas.  Soon-Yi Previn e Woody Allen, 35 anos de diferença. Ron Wood (guitarrista dos Stones) e Ekaterina Ivanova, 42 anos de diferença. Os contrários continuam em constante atração.




O casal Mahal
A beleza, do sentimento - Amor -  a saga dos amantes, belos ou não, sempre foi e será alvo de legados à humanidade. Nessa seara  os  historiadores, escritores, romancistas, filósofos e artistas são pródigos ao cultuar e imortalizar os protagonistas. Assim foi com Cleópatra e Marco Antônio;  Caio Calígula e Drusila (ele imperador, ela sua irmã)Shah Jahan e Mumtaz Mahal (ele o príncipe que construiu o Taj Mahal, ela a sua amada que morrera); Orfeu e Eurídice (Mitologia grega); Cirano e Roxane ("Cirano de Bergerac"); Dante e Beatriz (Dante Alighieri existiu de verdade, mas aqui ele aparece como personagem do seu próprio livro: "A Divina Comédia"); Dom Quixote e Dorotéia ("O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha");  Cathy Linton e Heathcliff ("O Morro dos Ventos Uivantes"); Olga Benário e Carlos Prestes; Tomás antônio Gonzaga e Maria Dorotéia Seixas; Anita Garibaldi e Giuseppe Garibaldi;  Werther e Carlota; Tristão e Isolda; Eros e Psique; Bentinho e Capitu. 


Romeu e Julieta
 Quem desconhece os belos jovens que formaram o mais famoso casal da literatura:  Romeu e Julieta, de  William Shakespeare; e lembrança alegre dos personagens brasileiros que povoaram a literatura dos gibis; Zé Carioca (papagaio e malandro) e  Rosinha  (periquita e bonita); Donald e Margarida, Rosinha e Chico Bento, Mickey e Minnie; Luluzinha e Bolinha. Outrossim, como deixar de lado a saga de beleza, sangue e tragédia que acompanhou o cangaço com Lampião e Maria Bonita( Maria Déia); Corisco e Dadá; Galo e Inacinha; Moita Brava e Sebastiana; José Sereno e Cila; Labareda e Maria; José Baiano e Lídia;  Luís Pedro e Neném.


O amor posto que é chama...
 Algumas frases sintetizam o quão é maravilhoso e belo o sentimento que rende homenagem á beleza, senão vejamos: Amor é quando as diferenças não são mais capazes de separar. (J. de Bourboun Busset).  "O essencial é invisível para os olhos" - Saint-Exuperry, escritor de O pequeno príncipe. "O amor é quando a gente mora um no outro." (Mário Quintana). Sobre o  amor escreveu o nosso poetinha - "Que não seja imortal posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure. E, ainda, "As muito feias que me perdoem mas a beleza é fundamental." Vinicius de Moraes.




A filosofia, a beleza
Para Immanuel Kant, filósofo alemão,   a beleza traduz-se num juízo que exprime um sentimento de prazer. Kant, para evitar o relativismo estético, tem contudo o cuidado de mostrar que quando dizemos “Algo é belo” o fazemos como se a beleza fosse uma qualidade do objeto, isto é, uma propriedade objetiva, apesar de ter a sua origem num estado subjetivo.
Kant vê na experiência do belo (e mais ainda do sublime) a realização das capacidades mais elevadas do ser humano. A riqueza do real admitida na contemplação estética é experimentada como afirmação prazerosa de sua ampla determinabilidade por nós. (Seel, 2004)

Falar de beleza e deixar de lado a fealdade seria como dar a uma moeda, uma única face. Rotineiramente colocamos como feio, num primeiro momento, aquilo que não agrada aos nossos olhos. Entetanto quando refletimos sobre o que é a fealdade nos deparámos com imprecisões, dificuldades. Para Félicité, condessa de Brusbart e madame de Genlis, "A fealdade é a melhor guardiã de uma jovem, a seguir a virtude."
O riso que suaviza

A fealdade atravessa a história da humanidade quase sempre associada ao Mal, assim desde a mais tenra infância de nossos ancestrais seus medos foram alimentados com bruxas, sempre horrorosas, com grande nariz e verruga na ponta, corcundas ou simplesmente vergadas, vestidas de preto e capazes de lançar feitiços, voar em vassouras, cozinhar pessoas e porções em grande caldeirões,  e/ou bruxos, homens coxos, barbudos, cobertos de andrajos e pestilentos,  devoradores de criancinhas. 

A literatura por sua vez não se dissociava da idéia, o mal era sempre vestido de preto, o vilão rotineiramente feio, a maldade anunciada com a chegada de um ser que se caracterizasse por sua feiura, de sorte que os ogros, os anões, os dragões, as serpentes, o ciclope, as harpias, os gigantes, o minotauro, os sátiros. A peversão e a peversidade constituiam degraus da fealdade, tanto é assim que a desconstrução dessas "certezas", desde o genese, até os dias atuais tem se desenvolvido de forma lenta, num compasso em desacerto com a pressa da humanidade.


A beleza que transcende
Porém a associação do belo com o bom e, do feio com o mal, é frágil e não se sustenta ante as mais simples idéias. A Bíblia trata a maciera como a árvore da vida e da verdade, no sentido de sabedoria. O seu fruto é lindo, a maçã. Ora, através da maçã o homem conheceu a maldade, o pecado e a expulsão do paraíso. A fruta, diga-se de passagem, muito bela, é responsável, ainda, com a ajuda de sua beleza, pelo envenamento de Branca e Neve... 

Não há uma correspondência entre o belo e o bem, o feio e  o mal. Césare Lombroso, Médico Psiquiatra, Antropólogo e Político, italiano, nascido em 1835 cunhou um tipo físico para   "O criminoso nato seria caracterizado por uma cabeça sui generis, com pronunciada assimetria craniana, fronte baixa e fugídia, orelhas em forma de asa, zigomas, lóbulos occipitais e arcadas superciliares salientes, maxilares proeminentes (prognatismo), face longa e larga, apesar do crânio pequeno, cabelos abundantes, mas barba escassa, rosto pálido. Posteriormente, estas associações foram consideradas altamente inconsistentes ou completamente inexistentes, e as teorias baseadas na causa ambiental da criminalidade se tornaram dominantes.

Lucrécia Bórgia
 Mulheres lindas foram assassinas a serviço de interesses próprios ou de outrens, como Lucrécia Bórgia que  por sua beleza, aos treze anos já provocava discussões entre seus irmãos que disputavam a sua preferência e, que passou a história como uma das mulheres mais cruéis da humanidade, sendo ela uma entre muitas; o Pastor norte-americano Jim Jones, bonito, jovem, comunicativo, fundadador da seita "Templo do Povo", leva ao suicídio coletivo 900 (novecentas) pessoas.

Na atualidade as pressões ditadas pela moda, pela sociedade criam normas e tabus que impõem estereótipos muitas vezes nocivos não apenas ao indivíduo em si, mas na formação de opiniões desvirtuadas e que repelem aqueles que não se apresentam como tal. Assim não há e também nunca houve um consenso sobre a beleza. 

Todavia é possível que se não há um consenso, muitos, vejam a BELEZA nas seguintes imgens:

Taj Mahal

Catedral de Notre Dame

Phaternon

Jardim Suspenso da Babilônia

Veneza

Natureza

A beleza de Botticelli

A Madona, de Rafael

Monalisa ou Gioconda

Davi, de Michelangelo

Vênus de Milo

O Pensador, de Rodin

A Pietá, de Michelangelo
Coroa afegã - século  I

Coroa de Henrique XVIII

Coroa de S. Venceslau - Tcheca

Coroa da rainha Vitória

Jóias da Coroa inglesa

Jóias da coroa espanhola

Diamante Hortênsia - Coroa francesa

KOH-I-NOOR
Estrela da África - maior diamante do mundo - Coroa inglesa


BELAS E BELOS 
Angelina Jolie

Gisele Bundche

Lucy Liu

George Clooney

Brad Pitt

Eric Bana

                                                                                

3 comentários:

Anônimo disse...

Beleza é esse texto!

devitoanacarolina disse...

Adorei o texto!

Mirna disse...

A beleza está em toda parte! Eu adoro essas histórias