Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

ORGULHO NACIONAL


VIVER NO PASSADO


A ninguém deveria ser permitido viver do passado. Atos  e ações realizadas em tempos idos, não deveriam ter o condão de qualificar para sempre os atores de uma determinada época, identificados em momentos específicos. Entretanto, a elástica memória que a sociedade insiste em cultivar, sedimenta situações, mesmo esfaceladas ao longo dos anos, como se permanecessem intactas. Nessa linha de pensamento trago, por oportuno, três aspectos que fizeram o orgulho nacional.*Imagem:blogdotarso.com

Primeiro por sua importância, prestígio e respeito, o futebol brasileiro.  Tivemos a  canarinha”, cuja menção já desequilibrava adversários. Foi assim com a nossa seleção de Futebol. Única no mundo, a ostentar o incrível título de Pentacampeã e ter na memória, atletas como Pelé, Garrincha, Didi, Nilton Santos, Leônidas da Silva, Falcão, Sócrates, Jairzinho, Zico, Rivaldo, Kaká, Ronaldo gaúcho, Ronaldo fenômeno e tantos outros que nos deram alegria e nos encheram de orgulho. Muitas águas rolaram desde então. Houve menos alegria e mais decepções.  *Imagem:zonadodenny.blogspot.com


A lembrança de áureos tempos, confortavelmente cultivada, impele a grande maioria dos torcedores brasileiros a esperar vitória da seleção brasileira, todas as vezes que adentra um campo para jogar. A ducha, cruelmente gelada, desceu sobre nós na malfazeja Copa do Mundo de 2014. Na prática, se lançou desvairada, ladeira abaixo, da também ex-gloriosa FIFA. Perdeu prestígio, credibilidade e posições no ranking mundial, amargando a 7ª colocação. *Imagem:www.brasilpost.com


Num jogo épico mostrou toda a crise existente em campo e fora dele, arriou sob a pressão da implacável Alemanha, diga-se, dona de um futebol invejável, jogado com responsabilidade. Seleção aquela onde os atletas são direcionados a jogar. Cumprirem seus papeis. Diferentemente de nossa Pátria, que cedeu sem limites ao famoso padrão FIFA, aquele, administrado por experts, deixou um rastro de obras inacabadas, desperdício e corrupção, num terreno fértil e propenso a tal.*Imagem:www.oregional.com.br
Noutro segmento, o do automobilismo, especialmente na fórmula 1, a história não foi diferente. Pobre Rubinho Barrichello, de imediato apelidado "pé de chinelo", nunca pode ser ele mesmo. Como piloto com  o maior número de participações na modalidade, tem, em seu currículo, 322 provas e 11 vitórias, igualando-se a Felipe Massa. Ambos, atrás de Ayrton Senna (41), Nelson Piquet (23) e Emerson Fittipaldi (14). Eternamente exigido em seu desempenho, Rubinho foi tão aguilhoado quanto Airton Sena foi venerado. Mais uma vez o brasileiro não conseguia dar um passo a frente, preso à glória do Campeão, acreditando que tudo permaneceria como antes. Ser bom não atende o "padrão" brasileiro, tem que ser o melhor.*Imagem:flavioluiz.net


Finalmente, acordados do sonho de ter sido e, do desejo de ser, novamente, o número um do automobilismo mundial, os brasileiros,  desdenharam da modalidade. Desinteressaram-se. Passaram a olhar sem ver.  Aborrecidos, porque estava tudo muito previsível. O alemão Michael Schumacher foi sete vezes campeão de Fórmula 1,  nos anos de  1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004. Coincidentemente obteve sua primeira vitória no campeonato mundial, no ano em que perdemos o nosso ídolo, de forma trágica. Pobre povo, tão castigado e não sabe conviver sem o brilho dos holofotes.


Uma vez ídolo, segundo a "tradição" brasileira: ídolo para sempre. Foram e serão mantidos como tal, independentemente de terem ou não jogado ao lixo todo o realizado no passado. O crescimento de Partidos de esquerda é nosso terceiro enfoque. O discurso, da Esquerda no território nacional - sem qualquer inovação ao já existente, reproduzia,  invariavelmente, a contestação ao sistema sócio econômico; a condenação da política conduzida de forma autoritária; a denúncia do eleitorado mantidos no cabresto; o combate a secular exploração da classe operária e, disseminação do ódio  à "doutrina de exploração da elite branca dominante e, finalmente, exacerbação a luta de classe".*Imagem:colegioweb.com.br


A Religião também foi igualmente combatida. Enquadrada como ópio do povo, destinada a alienar, atribuindo-se toda expressão de religiosidade, um papel narcótico. E bem verdade que se tentou atenuar essa concepção, levando-a a quinta essência marxista do fenômeno religioso. Não me parece ter surtido o efeito desejado. Porém, sem quaisquer sombra de dúvidas, o capítulo da satanização recaiu sobre os Estados Unidos - o Tio Sam, personificador de todos os males, representante mor do  Capitalismo - “produtor da desigualdade social”. *Imagem:pvfranciscanos.blogspot.com

 Cunhou-se um ideal definido como nacional-socialismo. Numa sucessão de fatos e um cenário de sugestões voltadas para uma reforma total da sociedade brasileira. O Partido dos Trabalhadores surgiu como pretenso guardião do bastião da ética, uma resposta aos pobres e oprimidos. Pequeno, esmagado numa torrente de adversidades, porém sem vender-se, sem curvar-se ao que combatia. Um exemplo a ser seguido. Pena que esqueceu a essência de seu discurso. Os anos passaram-se.*Imagem:jornalevangelhoecidadania.blogspot.com

A corrosão dos ideais, a lógica cruel de uma política autorizada a prescindir da ética e da moral, tornou o PT um partido a semelhança dos piores paradigmas retratados por seus fundadores, quando referiam-se  aos partidos guerreados. Assumiram, com propriedade, a Democracia da Força. A Força do Grito. O Grito Insano de quem o usa como se fosse o último recurso. Seu líder quer, pode, manda. Esbraveja, ridiculariza, bate o pé, atemoriza, prevê catástrofes. Cria um novo sistema de governo: a Democracia Histérica, comandada por uma nova classe de anti heróis .*Imagem:evivaafarofa.blogspot.com

Não mais existe preocupação com a ética, com a moral, com a honestidade. O que realmente importa é ter o Estado aparelhado. Ter em cada local, onde exista um órgão público, a presença de um Petista ou um aliado, com poder de decisão.  O PT mostrou-se muitíssimo competente no controle da "Máquina Pública" por um grupo restrito. Alimentar e expandir esses domínios fez surgir uma fórmula dantesca representada por contribuições financeira, desvios de conduta e de finalidades. Não mais existe um ideal comum, a abertura do cofre governamental e da máquina administrativa federal é medida pela necessidade do momento.*Imagem:ufasindical.blogspot.com


Muitos sonhadores feneceram, murcharam, perderam o viço. Constataram que ideais foram assassinados. A cidadania consciente e proba, não grita por gritar. Do mesmo modo, não usa o erário para financiar sonhos de grandeza. Igualmente, não justifica o fechamento de portas, obstrução de passagens, acusações pessoais, com o propósito de confundir, como se imputações preexistentes pudessem desaparecer "em razão do erro do outro".  Lógico seria ofertar a própria defesa.*Imagem:pinheirochumbogrosso.com.br

ONDE FOI PARAR O ORGULHO NACIONAL? A cada dia cresce o número de acusações escabrosas. Cargos Públicos são permutados escancaradamente, em troca de votos favoráveis à Presidência. O Ministro sem pasta marca, publicamente, a data em que irá assumir o Ministério. Esquecido talvez que o Supremo Tribunal Federal não marcou data para decidir a respeito. O que se passa? Gozação com as instituições? Excesso de confiança? Descaso com a Suprema Corte? Cartas na manga? Ou, simplesmente,  frases de efeito a espera do que possa resultar? *Imagem:forum.outerspace.com.br

Nessa linha de Ações, me vem à memória um intrincado jogo de aparelhamento estatal. Os organogramas da Administração Direta e Indireta Federal mostram uma estratégia de poder e, conforme demonstrado publicamente, muitas vezes aliadas à corrupção desvairada. Enquanto isso, a fogueira das vaidades vai colhendo vítimas *Imagem:.www.blogdafloresta.com.br


Há algo de podre no ar. Uma insustentável situação política, uma imensurável crise ética, um entorpecimento dos sentidos capaz turvar a visão sobre os fatos, roubar a audição para tornar inaudível o grito das ruas. O discernimento parece ter tirado férias por não suportar a oposição dos que não se conformam com o caos administrativo. Zumbis, povoam o cenário político nacional. Muitos vagam entre o passado e o presente, refugiando-se naquilo que foi. ou melhor: naquilo que já se foi.*Imagem:.www.imprensaviva.com.br


Acabou e já faz algum tempo. Foi embora aquela sugestão de transformar o Brasil num País melhor e mais justo. Restou-nos uma vergonha mundial, representada pela degenerada rede de corrupção infiltrada na Administração Pública Federal. Heróis e heroínas, decantadas como paladinos em defesa do povo, deram origem a homens e mulheres milionários. Acostumados a riscar os céus da Pátria em jatinhos, são autoridades, são titulares de offshores, vestem as melhores grifes, bebem as mais caras bebidas, frequentam os melhores restaurante, fazem os negócios mais rentáveis possíveis de imaginar. Eles e elas têm o dom. 
Que diferença dos tempos do “Lulinha Paz e Amor”. Manhoso, comedido, suave.  Determinado à chegar a Presidência da República. Decidido a mudar a História de uma nação. Apocalíptico. Predestinado a destruir a Política que se fazia no Brasil. Por pouco não inverte o alvo e destrói o País para implantar e continuar comandando sua política fisiologista, arruinada por escândalos, como o Mensalão, o Petrolão e a Lava Jato. *Imagem:oposiçãoviva.wordpress.com


Que saudades de Juca Chaves, com o Menestrel Maldito teríamos sátira de qualidade, letras certeiras e com humor. Enquanto não se tem um outro sátiro genial podemos nos inspirar em um certo policial federal.
*Imagem:www.ocuriosoweb.com

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