REVERÊNCIA AO BARDO DO
AVON
Sempre ouvi dizer que “a
arte imita a vida”. Porém, como verdade, essa aparente regra jamais foi
estabelecida. Posso dizer que a vida imita a arte? Não sei o que surgiu
primeiro. Está achando graça?Não sei o por quê? Quem determinou a imprescindibilidade do ser
humano para a existência da arte? *Imagem:kdfrases.com
Será que a natureza, em
suas leis imutáveis, não produz arte? Onde está a mão humana desenhando e
enchendo de cor o nascer e o por do sol? Também em riachos cristalinos, independentes da ação humana, figuras líquidas, belíssimas, enfeitam recantos quase
intocados. E as flores? Milhões e milhões? Tão incontáveis quanto às estrelas.
Na natureza nascem belas, suaves ou agressivas, sem qualquer pudor. Divertem-se
em matizes, cheiros, tamanhos e formas, não necessitam da mínima intervenção do
homem. *Imagem:fundospaisagens.com
O que dizer sobre o canto
dos pássaros? Em bandos ou solitários, enchem as matas, as florestas e até
as cidades de gorgeios, trinados ofertando música de primeiríssima qualidade. Não têm Maestros, não
têm partituras. Não possuem instrumentos musicais, ao menos o mais rudimentar
que se possa imaginar. Em seu habitat
natural, sequer aceitam a presença humana. Imperam maviosos e sem concorrentes,
exceto, os de sua espécie. Acaso necessitam do ser humano para criar uma composição de complexas notas e tons, dando para quem ouve um verdadeiro espetáculo sonoro?
*Imagem:bloganimalchic.com
E o teatro da sedução
entre aves, pássaros, animais selvagens? As caras e bocas, as idas e vindas, o canto nupcial, a dança, a oferta
de alimentos, as demonstrações de força e poder, as lutas sanguinolentas e até
a oferta sexual do vencido entre diversas espécies, tudo sugere um script
cuidadosamente montado. Onde está o Roteirista? O Diretor? Entretanto, indene a
ausência humana, alguns momentos são de pura
arte. *Imagem:viajeaqui.abril.com.br
As rochas esculpidas
caprichosamente a céu aberto, não precisaram de cinzel, martelo ou da
inspiração de qualquer individuo do gênero humano. Delineadas pelo tempo tomam
as mais intrigantes formas. Igualmente, as estalactites revelam-se surpreendentes
expressões artísticas da natureza.
Formadas a partir da infiltração lenta de águas, constroem estruturas
que fazem inveja às almas sensíveis pelas fantásticas peças de arquitetura. Não
há como negar: a música, a encenação, as cores, as forma estão entre nós,
independentemente de nossas ações. *Imagem:www.jornalglobal.bazzoa.com
Assim, voltando ao
primeiro momento, o da indagação, entendo que a exemplo da curiosa “quem nasceu
primeiro, o ovo ou a galinha?”, as duas interrogações, não se configuram importantes.
Mas, essas e outras, igualmente simbólicas, têm suas serventias. Fomentam
discussões, geralmente em mesas de bares onde tudo é pretexto para desenrolar o
papo. *imagem:fatosdesconhecidos.com.br
Por mais polêmicas que o
ovo e a galinha possam gerar, a questão da arte é bem mais interessante. A arte
é expressão da beleza, mas pode ser da feiura. Quem vê beleza na célebre tela
batizada de “O Grito”? E como encontrar beleza na “Persistência da Memória” de
Salvador Dali? Todavia, é pouco provável, que alguém não se deixe envolver,
curiosa e suavemente, diante do sorriso enigmático que Leonardo Da Vinci
apresenta ao mundo, com sua obra-prima “La Gioconda”. Por outro lado, a
inocência e beleza, certamente não passarão despercebidas em Renoir, no quadro
“Rosa e Azul”. *Imagem:mundodececi.com
A arte pode, igualmente, trazer
conteúdo religioso, ético, moral, político, separado ou tudo junto, como é o
caso da mais conhecida peça de Sófocles: Antígona. Ainda, pode ter apenas o
intuito de entretenimento como ocorre na espécie “Teatro do absurdo”, gênero
teatral onde situações absurdas são a temática de seus autores. Tudo pode
alimentar a arte. A natureza, o riso, a dor, a alegria, a tristeza, o amor, a
vida e a morte. A arte é democrática, alcança a tudo e a todos. *Imagem:ideiademarketing.com.br
A diversidade de
expressões artísticas, também supõe gêneros e espécies. Há muito se convive com
a designação de “artes” para demonstrações criativas do gênero humano como:
Música, Teatro (Artes Cênicas), Pintura, Arquitetura, Escultura, Literatura,
Cinema e, mais recentemente, Fotografia, Quadrinhos, Vídeo game e Arte digital.
De tudo isso uma certeza: não importa quem imita o que. Enquanto nos
sensibilizarmos diante da vida, contribuiremos com arte para uma humanidade
melhor. *Imagem:betccruz.bogspot.com
Referir-se a Arte, no mês de
Abril, mesmo que a partir de uma brincadeira, impõe a reverência a William Shakespeare.
Nascido aos 23 de abril de 1564, em Stratford-Avon, no condado de Warwickshire.
Com biografias, espalhada por todo o mundo é definido, como poeta e ator, além
de ser considerado o maior dramaturgo e escritor da língua inglesa de todos os
tempos. Autor de obras que
atravessam os séculos sem perder a beleza e o significado, William Shakespeare
deixou uma herança imorredoura para a humanidade, tal a proporção de seu
capital autoral. *Imagem:en.wikipedia.org
Nas Tragédias como Romeu e Julieta, Júlio César, Macbeth,
Antônio e Cleópatra, O Rei Lear, Otelo e Hamlet, do mesmo modo nas Comédias “o
Mercador de Veneza, Sonho de uma noite de verão, A Megera Domada” e, bem assim,
nos Dramas Históricos: Henrique IV, Ricardo III, Henrique V, Henrique VIII e, obras
que não foram citadas, há a assinatura do autor: o seu olhar sob à condição
humana perceptível na paixão de Romeu e Julieta, a sua obra mais conhecida, no ciúme cego de Otelo, na ambição de Macbeth.*Imagem:pimenta.blog.br
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