Idade Moderna
Tomada de Constantinopla
TERESA DE JESUS (de Ávila) (1515-1582)
ELIZABETH I
OLÍMPIA DE GOUGES
Tomada de Constantinopla
Tem-se por Idade Moderna, segundo situam os Historiadores, notadamente os franceses, o período iniciado com a tomada de Constantinopla, cujo o nome original era Bizâncio, em maio de 1493, quando os turcos otomanos, sob o comando do Sultão Maomé II, conquistaram a Capital Bizantina, que a época se constituía numa das mais importantes cidade do mundo, tendo sido concebida como uma nova Roma e cujo nome homenageava o imperador Constantino. O término da Idade Moderna é marcado pela Revolução Francesa, também conhecida como revolução cidadã, em 14 de julho de 1789.
Apesar de ser a mais aceita, a queda de Constantinopla não é o único acontecimento a ser colocado como início da Idade Moderna. Assim, alguns historiadores colocam a Conquista de Ceuta pelos portugueses em 1415, outros definem a viagem de Cristóvão Colombo ao continente americano em 1492 ou mesmo a viagem à Índia, de Vasco da Gama em 1498.
Afigura-se com mais destaque para a delimitação do período, às diferentes interpretações no aspecto da origem e evolução do sistema capitalista. Assim, o modo de produção se torna a unidade básica que marca a periodicidade da história; o que se depreende da visão de Marx é que a mudança na base econômica abala a superestrutura substituindo a antiga.
Mas, e não obstante a diversidade ao precisar o início da era, no que diz respeito ao período histórico é estabelecido que se inicia no século XV e se estende até o século XVIII, sendo, também entendido como um tempo de transição, no qual ocorreu o enfraquecimento de três dos cavaleiros do Apocalipse, especificamente a fome, a peste e a guerra – disso advindo melhores condições à navegação, descobertas e entrosamento dos povos.
Nesse período Histórico tornam-se marcantes: O Progresso Comercial nas Cidades, o Renascimento (literário, artístico e científico), A Reforma e Contra-Reforma e o Absolutismo Europeu.
A MULHER –A BRUXA
No século XV a mulher ainda tem seu o conceito atrelado a práticas de magia, heresias e bruxarias. A idéia popular era alimentada pela ignorância. Eram, em geral, mulheres as culpadas preferenciais por tudo aquilo que não se conseguia explicar... Nos séculos XVII e XVII, a mulher, torna-se, no âmbito de seu lar, o alicerce da vida familiar, sendo, entretanto, subjugada ao retraimento e a solidão dentro da casa, sendo comum ao homem, de modo geral, a vida externa e as amantes, fazendo com que o isolamento nas alcovas apenas fossem quebrados, para prenunciar uma gravidez, pela presença dos filhos e das serviçais. Também se cantava em verso e prosa recolhimento e a honestidade das donzelas. Neste universo hostil a voos solo, algumas mulheres conseguiram se destacar, senão vejamos:
ISABEL DE CASTELA
Isabel nasceu em 22 de abril de 1451 em Madrigal de lãs Altas Torres, na província de Ávila no centro da Espanha. Em 1474 é oficialmente coroada rainha de Castela. No ano de 1469 se casa com Fernando II, segundo na linha de sucessão pelo trono de Aragão, rei da Sicília e Príncipe de Gerona; Em suas excursões vitoriosas destaca-se, Granada, o último reduto árabe na Península Ibérica, que é conquistada em 1492, concluindo a meta de Isabel e Fernando, traduzida pelo banimento dos judeus não convertidos. Ainda, no seu reinado foi publicada a Primeira Gramática Castelhana, pela escola palaciana que foi criada pela Rainha; no mesmo ano foi realizada a primeira viagem de Colombo com o apoio de Isabel.
Corria o ano de 1494 quando o Papa Alexandre VI concedeu o título de “Reis Católicos” ao casal real. Nesse mesmo ano, foi assinado, no dia 07 de junho, o Tratado de Tordesilhas; que ironicamente passou para o anedotário popular como “o testamento de Deus que dividiu o mundo entre Portugal e Espanha.” Sobre Isabel é registrado, ainda, que essa estabeleceu o Tribunal da Santa Inquisição e que morreu, em Medina do Campo, Valladolid deixando a coroa para sua filha Joana, a Louca.
Teresa nasceu em Ávila, na Espanha, em 1515, desde cedo mostrou-se religiosa, cheia de fé e afinidades com os mártires. A partir de 1562 começa a fundar monastérios das carmelitas descalças na Espanha, que s e constituía numa variante feminina da ordem da qual pertencia. Ao longo de sua vida funda 32 monastérios, sendo 17 femininos e 15 masculinos. Santa Teresa morreu em 1582, na idade de 67 anos. Logo após sua morte, o corpo da Santa exalava um suave perfume de rosas . Até o presente dia se conserva intacto. Obras: “Caminho da Perfeição”, a autobiografia “Livro de sua Vida”, “Castelo Interior” ou “As Moradas”.
BRANCA DIAS
Cristã-nova, nascida em Viana da Foz do Lima (Portugal). Morou em Lisboa (Portugal) e em Pernambuco (Brasil). Casou-se com Diogo Fernandes, em Portugal, antes de 1535-1540 de quem teve os filhos. Sendo denunciada pela mãe e pela irmã, que também estavam sendo processadas pelo Tribunal do Santo Ofício, por prática de judaísmo, foi sentenciada, em 12 de setembro de 1543, a "abjuração pública, dois anos de cárcere e hábito penitencial, ficando reservada a sua comutação e dispensa". Após a sua morte foi, mais uma vez, acusada, pela Inquisição, sob a justificativa de manter, em sua residência em Camaragibe, uma "esnoga" (sinagoga), em que os judeus da região se reuniam para cerimônias e se "adorava a toura" (Torah). Faleceu por volta de 1588. Sua fama só cresceu com o tempo, pois, "de todos os cristãos-novos de Pernambuco, nenhum foi mais acusados perante a mesa do Santo Oficio do que Branca Dias, seu marido Diogo Fernandes e suas filhas, todos por "cerimonias judaicas". " A exploração literária mais conhecida de sua figura foi feita por Dias Gomes, na peça "O santo inquérito".
CATARINA DE MEDICIS
Famosa aristocrata da história francesa nascida em 1519, na cidade de Florença, foi mãe de três reis da França, Francisco II, Carlos IX e Henrique III, passou a história, também como influente personalidade da vida política francesa, na qual se destacou por mais de trinta anos. Ficou órfã logo depois de seu nascimento; casou-se aos 14 anos com Henrique, então duque de Orléans e futuro rei Henrique II, principiando a sua história política, à sua maneira e com invejável capacidade.
Dessa união nasceram dez filhos. Tendo morrido seu primogênito Francisco, foi nomeada regente de Carlos IX, também seu filho, condição em que se portou com desmando e tirania, sobrepondo-se acima de qualquer lei. Se posicionando favoravelmente aos católicos do duque de Guise, declarou-se contraria aos huguenotes, protestantes franceses, sendo apontada como a mestra que mexeu os títeres e levou seu filho a promover o massacre da “ noite de São Bartolomeu”.
Quando regente mandou construir, em Paris o palácio das Tulherias. Ordenou a ampliação do Louvre e contribuiu para o engrandecimento da cidade. Ampliou o acervo da biblioteca de Paris com manuscritos procedentes da Grécia e da Itália. Morreu na cidade de Blois, França, quando já era rei seu outro filho Henrique III, último rei francês da casa de Valois (1574-1589) e que seria assassinado meses depois.
LOUISE LABÉ
Poetisa francesa, nascida de pais ricos, recebeu uma educação primorosa, falava latim e italiano, fazia música, equitação e esgrima. Casou e tendo enviuvado teve vários amantes, A principal obra de Louise Labé é o Débat de Folie et d'Amour ("Debate da Loucura e do Amor"), de 1555, na qual defende uma pauta "feminista": direito das mulheres à educação, à liberdade de pensamento e a escolha de parceiros. Seguem-se a eles as três Élégies ("Elegias"), no mesmo ano. (1524-1566).
OLIVA SABUCO NANTES BARRERA
Pioneira, com uma visão diferenciada das mulheres de sua época. De nacionalidade espanhola, Filósofa da Renascença e precursora na medicina psicossomática. Estudiosa e sensível entendeu o quão importante seria reunir conceito e práticas filosóficas à medicina, sinalizando que, inclusive, a cosmologia, teria a faculdade de comprometer a saúde humana. Em sete tratados de uma obra holística, com publicação no ano de 1587, registrou todo o seu entendimento da questão. Há dúvidas quanto a data de seu nascimento que ocorreu entre 1525 e 1530.
ELIZABETH I
A rainha Elizabeth I, nasceu em 1533, filha de Henry VIII e Ana Bolena, subiu ao trono após a morte de sua meia-irmã Maria I (1558). Seu reinado foi de paz e prosperidade, comercial e culturalmente. Ficou conhecida como “a rainha virgem”, por nunca ter se casado, apesar dos inúmeros pretendentes.
Seu governo foi denominado Período Elisabetano (ou Isabelino) ou mesmo Era Dourada, caracterizando-se por ter sido, marcantemente, de crescimento, iniciando o que se tornaria o Império Britânico, e, também pela efervescente criatividade artística, com destaque para a dramaturgia, onde se destacaram Christopher Marlowe e William Shakespeare.
Em termos de navegação, também houve considerável avanço e grandes vitórias, principalmente com o o capitão Francis Drake, que foi o primeiro inglês a dar a volta ao mundo. As transformações sociais corriam o mundo, entretanto a tentativa de colonizar a América do Norte revelou-se frustrante para a soberana inglesa. No mundo das idéias Francis Bacon pregou seu pensamento sobre política e filosofia.
MARY STUART
Aos 9 de dezembro de 1542, nasce no castelo de Linlithgow, Mary Stuart, pouco depois morre o seu pai Jaime V da Escócia, confirmando a perturbadora profecia: “A coroa nos veio por uma mulher, e com uma mulher ela nos deixará!”. Ainda adolescente, foi mandada por sua mãe, para França, uma vez que seu primo Henrique da Inglaterra desejava casá-la com seu filho Eduardo, unindo as casas Tudor e Stuart. Na França casa com Francisco II, que morre e a deixa sob as ordens de sua mãe – Catarina de Medicis - que se torna regente.
Em rota de colisão com a regente, é enviada de volta a Escócia onde não é bem vinda. Casa com um jovem príncipe, seu primo, da casa dos Tudor, Henry Darnley que posteriormente demonstrou seu desagrado ante a inteligência e graça de sua esposa. Após o assassinato do Rei, foi obrigada a abdicar em favor de seu filho, ainda muito novo, tornando-se refém em sua própria casa.
Mais tarde, consegue burlar seus carcereiros e foge para Inglaterra buscando auxílio de sua prima Elisabeth que a mantém prisioneira por 20 longos anos. Encarcerada no Castelo de Chartley, Maria Stuart teve de comparecer a um julgamento em Fotheringhay, arranjado por Francis Walsingham, secretário de Isabel, acusada de conspiração e alta traição contra a vida daquela. Foi decapitada em 8 de fevereiro de 1587. Seu filho tornou-se rei da Escócia sob o nome de Jaime I e governou de 1603 até 1625.
FELIPA DE SOUZA
Portuguesa que veio morar no Brasil, onde há 410 anos, em 24 de janeiro de 1592, foi condenada pela Inquisição pela prática confessa de lesbianismo.
Vivia em Salvador (BA), quando, em 1591, com 35 anos, ocorreu à primeira visitação do Tribunal do Santo Ofício. Era alfabetizada, costureira e apesar de casada com um padeiro, mantinha relações duradouras com outras mulheres. Sofreu severas punições após ter confessado sentir "grande amor e afeição carnal" por suas companheiras. Segundo os registros da época, foi a mulher mais humilhada e castigada da colônia.
Vivia em Salvador (BA), quando, em 1591, com 35 anos, ocorreu à primeira visitação do Tribunal do Santo Ofício. Era alfabetizada, costureira e apesar de casada com um padeiro, mantinha relações duradouras com outras mulheres. Sofreu severas punições após ter confessado sentir "grande amor e afeição carnal" por suas companheiras. Segundo os registros da época, foi a mulher mais humilhada e castigada da colônia.
MARIA GAETANA AGNESI
Nasceu em 1718 e morreu em 1799. Matemática, filósofa e lingüista italiana. A essa mulher atribui-se a autoria do primeiro livro que englobou cálculo diferencial e integral, além de ter escrito, em latim, a obra Proposições Filósoficas
que foi publicada em Milão em 1738.
Apesar da importância das obras citadas, é chamada de notável por seu mas o que a tornou notável por ser autora de uma suma densa e ao mesmo tempo clara de análise algébrica e infinitesimal na obra Instituições Analíticas, que teve traduções para o inglês e para o francês.
Apesar da importância das obras citadas, é chamada de notável por seu mas o que a tornou notável por ser autora de uma suma densa e ao mesmo tempo clara de análise algébrica e infinitesimal na obra Instituições Analíticas, que teve traduções para o inglês e para o francês.
BÁRBARA HELIODORA
Nascida em Minas Gerais, na cidade de São João Del Rei, no ano de 1759, Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira, foi a primeira poetisa brasileira. Culta e revolucionária, mostrou-se uma mulher com brio e coragem, aos 20 anos apaixona-se pelo poeta Alvarenga Peixoto de quem teve uma filha de nome Maria Ifigênia.
Contrariando os costumes da época o casamento somente aconteceu depois que a criança nasceu, sendo mantido o nome de solteira de Bárbara na Certidão e nascimento de sua filha. A relação do casal entre foi de amor, harmonia e companheirismo. Desse romance o casal teve, ainda, mais três filhos. Bárbara e Alvarenga Peixoto participaram da organização da inconfidência do país.
Cita Aureliano Leite, no livro "A Vida Heróica de Barbara Heliodora", a presença de Bárbara foi fundamental na vida de Alvarenga Peixoto:"...Ela foi a estrela do norte que soube guiar a vida do marido, foi ela que lhe acalentou no seu sonho da inconfidência do Brasil…quando ele, em certo instante, quis fraquejar, foi Bárbara quem o fez reaprumar-se na aventura patriótica. Disso e do mais que ela sofreu com alta dignidade fez com que a posteridade lhe desse tratamento de Harmonia da Inconfidência’’.
Foram casados por 10 anos, época em que produziu sua obra período. Nos idos de 1789, época da Conjugação, Alvarenga Peixoto foi preso e arrastado de São João Del Rei ao Rio de Janeiro, sendo levado para a fortaleza da "Ilhas das Cobras" e, posteriormente, ele seria mandado para África, onde morreria.
Preso Alvarenga Peixoto, Barbara Eliodora sentiu-se esvaziada na sua inspiração, não mais escreveu. Sofreu o confisco de metade de seus bens e a discriminação de toda a sociedade Viúva, dedicou sua vida a criação de seus quatro filhos e a administrar o pouco que lhe restou. No ano de 1795 morre Maria Ifigênia, em decorrência de uma queda de cavalo. Personagem expressiva da Inconfidência Mineira, por sua reação as dores que lhe foram infligidas, Bárbara, por muitos anos foi retratada, nos livros de história como insana.
MARY WOLLSTONECRAFT
Escritora, influenciada por Locke e Rousseau, nascida em 1739 e falecida em 1797, escreveu “Pensamentos sobre a Educação das Filhas”, no ano de 1787, sendo esse seu primeiro livro.Seguindo a tradição e o mundo de então, escreve, em 1790, a obra intitulada a “Reivindicação dos Direitos dos Homens” e, mais madura na sua veia literária , escreve no ano de 1792, o seu livro que é um extraordinário tratado político-filosófico intitulado “A Reivindicação dos Direitos das Mulheres”.
OLÍMPIA DE GOUGES
Cidadã francesa, nascida em 1748 e que se colocou em defesa das minorias, o fazendo em mais de quatro mil páginas de escritos revolucionários, que vão desde peças de teatro, panfletos, novelas, sátiras,passando por utopias e, até, filosofia. Na sua obra, ressaltam-se : “Memórias de Mme. De Valmont”, “Carta ao Povo”, “Os Direitos da Mulher e Cidadã”. Através de sua pena protestou contra a escravidão negra; colocou-se em favor dos direitos da mulher (divórcio, maternidade, educação e liberdade religiosa). Foi presa por questionar os opositores e defender aqueles que eram, historicamente, abusados e degradados, agindo com afinco e maestria, o que lhe valeu a condenação a morte na guilhotina em 1793.
MARIA QUITÉRIA DE JESUS MEDEIROS
MARIA QUITÉRIA DE JESUS MEDEIROS
A filha de fazendeiros portugueses, Maria Quitéria de Jesus Medeiros, nasceu em Feira de Santana, na Bahia, em 1792. Ela se tornou a heroína mais respeitada de toda a Guerra da Independência quando, vestida de homem e usando o nome do cunhado, José Cordeiro de Medeiros, lutou com valentia na saga baiana para derrotar os colonizadores portugueses e consolidar a independência do Brasil.
Exemplo de bravura nos campos de batalha, descoberta a sua verdadeira identidade foi promovida a cadete (1823) e condecorada no Rio de Janeiro com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul (1823) em uma audiência especial, onde recebeu a medalha das mãos do próprio imperador, D. Pedro I.
Ao ser reformada com o soldo de alferes, retornou à Bahia levando consigo uma carta do Imperador, dirigida a seu pai, pedindo que a perdoasse pela desobediência. Recebido o perdão de seu pai, reatou um antigo namoro e casou-se o lavrador Gabriel Pereira de Brito, com quem teve uma filha, Luísa Maria da Conceição. Após a morte de seu marido mudou-se para Feira de Santana, buscando receber sua parte na herança deixada por seu genitor. Desistindo do inventário mudou-se com a filha para Salvador, onde morreu quase cega em total anonimato, em Salvador-BA.
A Idade Moderna se inicia com as mulheres ainda sob o jugo do pai ou do marido, no sacrossanto refugio do lar. Entretanto já se percebem os avanços e a crescente atuação em todas as áreas, vamos conferir?
2 comentários:
Tia, estou me deliciando com a leitura de textos tão maravilhosos ricos nos mais diversos aspectos.
Parabéns e, por favor, não demore muito a publicar novos posts.
Nanda
É sempre bom ouvir coisas realmente NOVAS, que nunca ouvi nem falar. Gostei de saber sobre estas mulheres brasileiras e suas histórias...
A mulher vai ganhando independência, e quero ver conquistá-la na idade contemporânea. Espero o próximo post.
Parabéns!
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