Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A LEITURA DAS URNAS


ADEUS AO GOLPE


Realizadas num momento em que a sociedade brasileira atravessa uma terrível crise ética, moral e também econômico financeira, as Eleições Municipais de 2016 trouxeram, mais que o burburinho das ruas,  mensagens claras e decisivas de que não mais interessa a sociedade a manutenção de ideias equivocadas.
*Imagem:estaçaonc.com
 
Não é a toa que o Partido dos Trabalhadores – PT, que governa o Brasil desde o ano de 2002, portanto, há 14 anos, amarga uma pós-eleição com suas bases políticas carcomidas. Devastadas por escândalos sobre escândalos, mostra um verdadeiro circo de horrores, caindo aos pedaços e assombrado por fantasmas do passado, misturado aos zumbis do presente. *Imagem:it.medroid.com


Nas eleições de 2012, terminado o pleito, inclusive com eleições suplementares e novas eleições, o PT ostentava a incrível marca de ter em seus quadros 644 (seiscentos e quarenta e quatro prefeitos). Nas eleições do ano de 2016 em curso, conseguiu eleger 256 (duzentos e cinquenta e seis) prefeitos. Ainda poderá eleger até mais 7 (sete) que disputarão o segundo turno. Mesmo que consiga eleger todos, o PT terá  despencado numa proporção de 59% em relação ao último pleito eleitoral. Uma performance muito aquém de sua pretensão.
*Imagem:opiniaotriunfodigital.blogspot.com

A derrocada do PT não se revela apenas no número de eleitos. Os candidatos, devidamente apadrinhados, obtiveram um total de 6,8 milhões de votos, enquanto que em 2012 esse somatório foi de 17,2 milhões. Não há como negar: a Operação Lava jato realmente removeu a aparência de honestidade e competência de políticos ali investigados, atingindo suas bases e seus aliados.
*Imagem:capital.blogspot.etc.br 
                                           
Igualmente a nova legislação para as eleições de 2016, determinando um período menor para a campanha e vedando à doação de pessoas jurídicas, produziu o efeito de uma igualdade que ao PT não interessava: todos partindo dos mesmos pressupostos e submetidos ao mesmo controle. Como, o partido que até então desconhecia limites, poderia aceitar que secassem as fontes, fechassem as torneiras, diminuíssem receitas e possibilidades de governos de seus afilhados políticos?
*Imagem:doaçãoeleitoralegal.com

As eleições deram o tiro de misericórdia sobre o PT.  Quem poderia imaginar a Prefeitura de São Paulo retirada sem dó ou compaixão do domínio do Partido dos Trabalhadores? Fernando Haddad não conseguiu sequer o número de votos que obteve no primeiro turno de 2012 quando apoiado integralmente por Lula. 
*Imagem:cironovaesfernandes.blogspot.com

Ficando em segundo lugar na disputa pela prefeitura, alcançou o percentual de 16,7% dos votos válidos contra 53,3% dados ao tucano João Doria, misto de empresário e apresentador de televisão. O novo prefeito chega para governar a maior cidade do país sem ter ocupado qualquer cargo eletivo, trazido pelas mãos do Governador Geraldo Alckmin, devolvendo a Haddad a surpresa que ele causara à nação há exatos quatro anos.
*Imagem:abcdoabc.com.br


Existe algo preso a garganta que precisa ganhar o mundo. O golpe, reiteradamente alegado pelo PT e, usado como fermento de transformação do povo brasileiro em massa de manobra,  acabou. Não há mais espaço para se falar em golpe. O repúdio a candidatos de Direita; a insatisfação que possa causar a presença de Michel Temer na Presidência; as denúncias internacionais; as agressões nas redes sociais... nada mais tem valor ou sustentação diante da resposta das urnas. *Imagem:bayeuxtemtudo.com.br

Milhões preferiram votar nulo, votar em branco do que votar no PT. Milhões escolheram fazer suas opções em partidos pequenos, sem expressão nacional. Milhões ficaram em suas casas quando poderiam ter votado no PT. É incontestável que os Partidos Políticos no Brasil precisam urgentemente refazer conceitos, reformular propostas, refletir profundamente sobre o que ecoou retumbante nas urnas.
*Imagem:sobreisso.com

                                
Coincidentemente, ocorre essa quebra de poderio e hegemonia do PT, exatamente quando mudança no financiamento das campanhas.  Após sucessivos escândalos de caixa dois, fraudes nas doações, propinas e extorsões, praticadas por  políticos e empresários, não mais é possível esse tipo de financiamento, lícita ou ilicitamente. Na eleição  passada, empresas financiaram até 90% das campanhas eleitorais. Nesta, todo o dinheiro se originou de pessoas físicas, bem como de valor advindo do Fundo Partidário. Além disso, cada candidato prestou contas em intervalos de 3 dias. *Imagem:idgnow.com.br 


Quase como se fosse "água para chocolate", o Superior Tribunal Eleitoral fixou limites para gastos nas campanhas, baseados nos custos de 2012 e, naturalmente ajustados aos de cada ente. Ora, em rápida reflexão, vem à tona a impressionante cifra declarada para eleição em   São Paulo naquele ano. Curiosamente, dizia-se, a boca pequena, que  Lula conseguira eleger um poste, numa jocosa alusão ao alijamento de Hadadd do cenário político nacional e, claro, a permanência do mentor manipulando os cordéis.
*Imagem:ciudadanosenred.com.mx

Como resultado de tais providências, o Ministro Gilmar Mendes Presidente do TSE, após o encerramento das campanhas, declarou ter sido doado o valor de R$ 2.381.924.929,06 (Dois bilhões trezentos e oitenta e um milhões, novecentos e vinte e quatro mil, novecentos e vinte e nove reais e seis centavos) em 2016, contra R$ 6.299.569.148, 78 (Seis bilhões, duzentos e noventa e nove milhões, quinhentos e sessenta e nove mil, cento e quarenta e oito reais e setenta e oito centavos) na eleição passada. Numa visão rápida se constata, em termos de doações,  um aporte bem menor e equivalente a 1/3 do declarado na eleição de 2012.
*Imagem:falandodireito.com.
 

Nesse contexto, o pré-falado Ministro também afirmou que os custos da eleição chegaram a casa dos R$ 650.000.000,00 (Seiscentos e cinquenta milhões de reais) contra R$ 483.000.000,00 (Quatrocentos e oitenta e três milhões) em 2016. Outros nuances deram cores diferentes a essa Eleição, como foi o caso das abstenções que chegaram a 17,5%, no cômputo geral. *Imagem:g1.globo.br

                    
As Eleições nesse ano de 2016, realmente tiveram uma realidade totalmente nova para nós, os eleitores.  No aspecto físico pode-se afirmar tranquilamente, que foi a mais limpa de que se têm notícias nós últimos pleitos. Entretanto, a limpeza de que falo é no sentido das toneladas e toneladas de material de propaganda que, costumeiramente são deixadas após o período eleitoral.
*Imagem:acaradevitoria.com
Acompanhar o dia a dia político é algo que motiva aos eleitores e mantém ativa a cidadania. Comparar noticiários exibidos  nos canais de televisão, nas rádios, navegar na  internet, atualiza a quem interessa saber como está o "clima" no País, nos Estados e Municípios. Tudo em nome da Democracia e da eterna vigilância que garante a sua sobrevivência. Não tem preço ver a arrogância, o desprezo a Lei e a igualdade processual serem, paulatinamente, colocados na mesma balança que simboliza e representa o Direito.
*Imagem:cironovaesfernandes.blogspot.com

A Eleição de 2016, entre outros deixa um aviso aos partidos políticos: aos de direita que deixem áreas de conforto e busquem novas propostas; aos partido de esquerda  que esqueçam discursos  repetitivos, inflamados pela ira, gastos e vazios. Ao PT urge esquecer a maçante e desfigurada ideia de ver golpe onde não existe.  Lamber as feridas e se der, quem sabe, purificar-se na tentativa real de servir ao povo brasileiro e não ao "povo petista".
*Imagem:gan.org.br

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