REFAZENDO
CAMINHOS - NOSSO BAÚ
Todos, no mínimo, uma vez
na sua existência, refaz seus passos, os caminhos percorridos, sem a preocupação de que traduzam ou não
coisas boas. É algo característicos dos seres humanos. Alguns acontecimentos têm o dom de sacudir as pessoas e despertar a memória realizando um caminho inverso e mágico. Um chão de estrelas, um raio de luz. *Imagem: euemeucaminho.com.blogspot.
Pois é, nada mais saudosista
que as festividades de Natal, Réveillon, Aniversário, dia das Mães, dia dos
Pais e encontro de colegas de formatura, de colégio, reuniões de família.
Invariavelmente ressurgem pessoas das quais não temos notícias, daqueles que se
foram, de sonhos da infância, adolescência, faculdade...enfim, uma nostalgia suave, gostosa. *Imagem: red-steps.blogspot.com.
Retroceder no tempo e no
espaço é uma faculdade da qual os sensíveis não abrem mão. Reencontrar-se, municiados por informações
guardadas em dois nichos fantásticos: o cérebro – nosso HD e, no coração – o baú de nossos sentimentos, não
tem preço. *Imagem: pausaparacrescer.wordpress.com.
Com esses equipamentos
voltamos ao passado, visualizamos o
futuro, fantasiamos o presente, tudo isso sem pagar passagem, mas rendendo
tributo ao que se desenrola diante de nós. Se é algo triste, nos enchemos de melancolia;
caso seja uma passagem alegre, um sorriso se desenha em nosso rosto; quando
lembramos amores passados, nosso olhar se enche de mistérios e algumas vezes um
sorriso maroto insiste em nos denunciar. *Imagem: emivanis.com.br
Algumas ocasiões são muito
presentes em nossa retina, muito embora tenham acontecido há anos. Lembro como
se fosse hoje de algumas passagens interessantes e que fazem festa no meu HD e brincam com o meu baú de emoções. *Imagem: mdemulher.abril.com.br.
Quando adolescente, as tardes de Domingo eram
especiais. Os jovens de minha geração
circulavam pelo anel interno da lagoa e a paquera corria solta. Diferentemente de
hoje, ninguém “ficava”, apenas nos acostumávamos com a figura do outro. Era o
olhar que buscava, o coração que disparava, o rubor - agora tão desusado - a deixar
em fogo as maçãs do rosto, a timidez que aflorava e nos deixava confusas. *Imagem: feita-de-coisas.blogspot.com
Desses passeios guardo um
acontecimento que hoje me causa riso. Na lagoa, "Parque Solon de Lucena", passeando com minha irmã
Socorro e amigas do Lins de Vasconcelos,
cruzamos com alguns colegas. Tudo normal, comum. Eu
era a última, caminhava quase no meio fio, quando passamos pelos meninos senti que algo roçara
a minha mão, não entendi. No segundo encontro, um deles parou e estendeu a mão,
naturalmente respondi o cumprimento, surpresa: o colega enfiou um bilhete em
minha mão e ainda piscou pra mim. KKKKKKKKK, namoramos uns meses... *Imagem: welcome.com.br
Do convívio com meus irmãos lembro-me de muitos momentos curiosos. Certa feita, estávamos jantando (papai e mamãe ainda não tinham chegado da padaria) e surgiu, não sei de onde, uma história sobre uma tampinha de garrafa. Um dos irmãos jogou-a para trás. Acontece que, para nosso espanto, a tampinha voadora atravessou a grade, passou por cima do muro, caiu no prato de um dos vizinhos.* Imagem: copanacozinha.blogspot.com.
Suspense total. Ouvimos os gritos: um dizendo que fora o outro irmão que jogara a tampa em sua sopa. A briga rolou, ouvimos gritos e sons típicos de socos e de coisas caindo no chão. Permanecemos em silêncio, temerosos que alguém se desse ao trabalho de reconstruir a rota do objeto inesperado. Graças a Deus que a briga ofuscou uma possível investigação. Ficamos assustados pois não houvera nenhuma intenção de provocar o incidente. Passado algum tempo, o fato tornou-se motivo de risos*Imagem: reportesmessias.blogspot.com.
A lista é extensa. Uma
ocasião, íamos para o colégio, a pé, era perto de casa e não havia os riscos de
hoje. Na esquina de nossa casa tinha um rapaz que não conhecíamos. Quando
passamos ele beliscou minha irmã e cinicamente saiu andando como se não tivesse
feito nada. Ela abaixou-se rapidamente, tirou o sapato Vulcabrás e arremessou,
certeiramente, nas costas do indivíduo que estatelou-se no chão. *Imagem: gartic.com.br.
Gente o pior ainda
aconteceria. A noite quando ficávamos conversando com a turma da rua eis que
chega o RIDÍCULO. Antes que fosse dito qualquer coisa, um dos amigos apresentou
a peça: seu irmão que morava no Rio de Janeiro e estava passeando. Acreditem, o
cara morava encostado à nossa casa. Ficou um clima terrível até entendermos que
ele não falaria. Era adulto e sabia que errara. Nunca conseguimos sequer
conversar com a criatura. Jamais falamos sobre o assunto com o irmão que era nosso amigo.* Imagem: síndicoprof.blogspot.com.
Tem ainda o caso de uma
senhora que encontramos quando íamos para a loja de D. Menininha, mãe de nossas
amigas Lúcia e Glória. A madame estava frente ao Banco do Estado em Santa Rita, era cedo.
Estava exageradamente maquiada, com sombra verde, batom vermelho, uma roupa com
brilho – cetim -, sapatos altíssimos e um cinto que “estrangulava” sua cintura. Éramos crianças mas, nossa idade já permitia saber que era falta de educação rir
dos outros, entretanto não conseguimos segurar o riso: rimos, rimos e rimos. * Imagem: betmichel.com.br.
Gente, moleza é um negócio
esquisito. Fomos à loja, compramos uma roupinha para Fábio com a ajuda de D.
Menininha e voltamos. Vocês não imaginam o susto. Em nossa casa, muito bem
sentada, conversando com papai e mamãe estava a senhora, devidamente
acompanhada do marido. Foi triste. Descobrimos que ela era casada com um amigo
de papai, gerente de banco. Não sei o que ela disse, sei que
ficamos de castigo. Mesmo assim, quando ninguém estava por perto, o riso ecoava. * Imagem: blogdoarcoriris.blogspot.com.br
Em casa nos divertimos
muito. Principalmente na infância quando éramos vizinhos de Seu Paulo e D. Lourdes,
pais de Roberto Furtado. Nossos pais não nos deixavam brincar na rua, exceto
quando um adulto podia permanecer. Assim criamos um mundo à parte. Os livros eram praticamente devorados. o que líamos, usávamos em nossas brincadeiras.* Imagem: condesdalousaazevedo,blogspot.com.br.
Com roteiros imaginários promovíamos desfiles de modas, de misses; peças de teatro. Gostar de pular corda, jogar amarelinha, vôlei e tênis de mesa (a
nossa mesa era oficial) era algo comum entre nossos amigos e amigas. O ping pong, como era chamado, foi uma das paixões
de papai. Os meninos, além dos esportes citados, também jogavam futebol, faziam guerra de mamona, colecionavam
álbuns de figurinhas e gibis. * Imagem: conteudoteatral.com.br.
Socorro, a mais nova das
irmãs, adorava bonecas. Tinha tudo da Estrela. Eu nunca gostei. Assim
divertia-se com suas “filhas”, brincando, entre outras amiguinhas, como Emilinha
– irmã de Eunice Celani. Eu tinha pavor das bonecas, com seus olhos fixos e sem
vida. À noite me dava ao trabalho de virar todas para a parede. Para mim não era estranho, era a diferença entre dormir ou não. Cada um com sua
neura. * Imagem: carinteriordesign.net.
As comemorações em família
eram esperadas ansiosamente. O dia das mães e dos pais eram oportunidades para
extravasarmos o nosso amor, nosso carinho por quem se desdobrava para nos
nutrir emocional e fisicamente. Os presentes, inicialmente comprados por papai,
passaram a ser escolhidos por ele e Paula, que os distribuía. Ao acordar íamos
juntos presentar mamãe. Eram dias de alegria, amor e paz numa família muito bem estruturada.*Imagem:portaltaiacuonline.blogspot.com.
Esse “Dia das Mães” ativou
o meu HD e o meu baú. Sacudiu minha memória e escancarou meu coração lembrou Vovó Beatriz, Mamãe Quetinha, Tia Nevinha, Tia Nena e tantas outras que já se foram. Como é
bom sentir esse gostinho de simplicidade, de verdade, essa emoção típica de
família, reunindo pessoas essenciais às nossas vidas. Há dois anos, por ocasião da passagem de um Dia das Mães manifestei o meu desejo de poder dar a de presente a minha mãe "MARIA LUZIA" "um cartão de "saúde", com crédito ilimitado e sem data de vencimento. AINDA CONTINUO PENSANDO ASSIM E A CADA DIA FICA MAIS NECESSÁRIO ESSE CARTÃO.
Esse dia das mães trouxe de volta uma linda canção.
MAMÃE
TOQUINHO
Esse dia das mães trouxe de volta uma linda canção.
MAMÃE
TOQUINHO
Ela é a dona de tudo
Ela é a rainha do lar
Ela vale mais para mim
Que o céu, que a terra, que o mar
Ela é a palavra mais linda
Que um dia o poeta escreveu
Ela é o tesouro que o pobre
Das mãos do Senhor recebeu
Mamãe, mamãe, mamãe
Tu és a razão dos meus dias
Tu és feita de amor e de esperança
Ai, ai, ai, mamãe
Eu cresci, o caminho perdi
Volto a ti e me sinto criança
Mamãe, mamãe, mamãe
Eu te lembro o chinelo na mão
O avental todo sujo de ovo
Se eu pudesse
Eu queria, outra vez, mamãe
Começar tudo, tudo de novo
Ela é a dona de tudo
Ela é a rainha do lar
Ela vale mais para mim
Que o céu, que a terra, que o mar
Ela é a palavra mais linda
Que um dia o poeta escreveu
Ela é o tesouro que o pobre
Das mãos do Senhor recebeu
Mamãe, mamãe, mamãe
Tu és a razão dos meus dias
Tu és feita de amor e de esperança
Ai, ai, ai, mamãe
Eu cresci, o caminho perdi
Volto a ti e me sinto criança
Mamãe, mamãe, mamãe
Eu te lembro o chinelo na mão
O avental todo sujo de ovo
Se eu pudesse
Eu queria, outra vez, mamãe
Começar tudo, tudo de novo
(Dorme, dorme, filhinho)
Ela é a rainha do lar
Ela vale mais para mim
Que o céu, que a terra, que o mar
Ela é a palavra mais linda
Que um dia o poeta escreveu
Ela é o tesouro que o pobre
Das mãos do Senhor recebeu
Mamãe, mamãe, mamãe
Tu és a razão dos meus dias
Tu és feita de amor e de esperança
Ai, ai, ai, mamãe
Eu cresci, o caminho perdi
Volto a ti e me sinto criança
Mamãe, mamãe, mamãe
Eu te lembro o chinelo na mão
O avental todo sujo de ovo
Se eu pudesse
Eu queria, outra vez, mamãe
Começar tudo, tudo de novo
Ela é a dona de tudo
Ela é a rainha do lar
Ela vale mais para mim
Que o céu, que a terra, que o mar
Ela é a palavra mais linda
Que um dia o poeta escreveu
Ela é o tesouro que o pobre
Das mãos do Senhor recebeu
Mamãe, mamãe, mamãe
Tu és a razão dos meus dias
Tu és feita de amor e de esperança
Ai, ai, ai, mamãe
Eu cresci, o caminho perdi
Volto a ti e me sinto criança
Mamãe, mamãe, mamãe
Eu te lembro o chinelo na mão
O avental todo sujo de ovo
Se eu pudesse
Eu queria, outra vez, mamãe
Começar tudo, tudo de novo
(Dorme, dorme, filhinho)
Um comentário:
É isso aí, Maria... recordar é viver. E sua recordações são sempre cheias de muito amor.
Bjo.
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