Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

domingo, 22 de março de 2015

FLAMENGO SEM LÉO MOURA

 MEU MOICANO FAVORITO
Mulher, Mãe, Avó, Esposa, Advogada. Nada em absoluto sugere qualquer intimidade com um aspecto tão popular, quanto masculino, que é o Futebol. Ledo engano. Desde menina me acostumei a ouvir, junto com o meu pai, por um pequeno rádio portátil, as partidas do Belo. * Imagem: quatro4dois.com



Quem é paraibano sabe que assim chamamos o Botafogo, nosso querido time, fundado em  1931, sendo um dos mais tradicionais de nosso Estado. Com meu Pai comecei a ir ao campo, numa época em que eram poucas as mulheres que se arriscavam. As cadeiras cativas, dele e de amigos, davam uma certa proteção.*Imagem: diáriopb.com.br 


Pois é, assim como fui despertada para essa fantástica máquina de fazer ídolos, também segui os seus sentimento quando me apaixonei por seu time. O Botafogo/Pb, tornou-se alvo de minha predileção. Acontece que descobri  outros amores de meu Pai. Em São Paulo o time de sua preferência era o Santos - do rei Pelé - assim ele se referia a aquele que lhe deu tantas alegrias.* Imagem: torcidaemcampo.blogspot.com



Realmente um amante do futebol, Papai também elegeu outros times como preferenciais. No Rio de Janeiro sua opção recaiu no que inspirara seu homônimo nesta Capital das Acácias, sendo assim, também naquele Estado, torceu pelo Botafogo, o carioca que, igualmente, trouxe-lhe muitas alegrias.* Imagem: blogandocomoclaudio.blogspot.com


É mais nessa hora não acompanhei meu Pai. Meu coração, apaixonado pelo rubro negro do pavilhão paraibano, vibrante como o sangue que corre em minhas veias, falou mais alto. Corpo e Alma, coração e mente, um amor talvez até sem aparente explicações, espontâneo e tranquilo, assim como descobri o esporte, encontrei o time de meu coração. *Imagem:flamengorj.com.br



Não canso de vê-lo, de vibrar com suas conquistas, sofrer com suas quedas e me emocionar quando ressurge vitorioso. É quase visceral, perfeitamente traduzido: "Uma vez FLAMENGO, SEMPRE FLAMENGO. Flamengo sempre eu ei de ser." *Imagem: mascotemania.com.br


Meu Pai foi liberal no que diz respeito ao Futebol. Em nossa casa tínhamos Botafoguense, Vascaínas, Flamenguistas e até quem mostrasse interesse pelo Auto Esporte em João Pessoa e, América do Rio de Janeiro. Vivenciamos nossos interesses cada um com sua preferência. Entretanto o respeito recíproco não impedia o dono da casa de muitas vezes me acordar, rindo e dizendo: "vem ver teu time apanhando". Ria e virava meu rosto, tentando dormir, lembrando que logo cedo teria que levantar para ir à faculdade. Já fora um sacrifício ir dormir sem ver o jogo...  . *Imagem: flamengonoticias.primeiro.penta.net



Entretanto, a proposta inicial foi falar sobre " Meu Moicano Preferido". Certamente, para muitos, o "Moicano" é tão somente um corte de cabelo. Conta a História da América do Norte que os Moicanos ou Muh-ele-kun-ne-Tuck, foram encontrados a partir de 1609, habitando a região do Rio Hudson. O nome Moicano foi traduzido como "das águas que nunca param quietas". Eram moradores das florestas, viviam em estruturas chamadas de Wigwams. Esses indígenas  encarregavam as mulheres de cuidar das plantações e dos filhos. Os homens, caçavam e guerreavam. * Imagem: magmode.wordpress.com


Os historiadores conflitam quanto aos motivos da  ausência dos cabelos nas laterais e conservados na parte central da cabeça daqueles peles vermelhas. Alguns afirmam que esse aparato era para guerra, outros que os meninos, quando aproximadamente com 15 anos, arrancavam os fios laterais, conservando tão somente um rabo de cavalo ou uma nesga centralizada tal qual uma crista, que poderia ser curta, espetada ou comprida. Ambas as orientações não deixam dúvidas quanto a simbologia: bravura, independência, luta. Os Moicanos se tatuavam e usavam algo semelhante as calças masculinas. *Imagem: comunidadeoriente.blogspot.com



Talvez a característica mais marcante desses índios norte americanos, a que foi explorada pelos conquistadores, tenha sido esse estilo belicoso. A História registra a luta dos índios Moicanos contra a ambição e a sede do do homem branco pela posse das terras que, inclusive, levaram os grupos indígenas a lutarem uns contra os outros. Tidos e havidos como ferozes e bravos foram dizimados, muito mais pelas armas e pelas doenças trazidas pelos invasores que pelas lutas entre si. * Imagem: uolesporte.blogsfera.uol.com.br



O resgate do estilo Moicano iniciou com o Movimento Punk que eclodiu na década de 70. As bandas: The Exploited (britânica) e The Plasmatics (americana) ostentaram, por seus líderes, o visual moicano. Não podemos perder de vista que a adoção de tal aspecto, naquele momento, tinha a conotação de contrariedade ao que estava estabelecido pela sociedade. O movimento primava por esse aspecto de contra cultura.*Imagem: vermesdamadrugada.blogspot.com


O Moicano que tenho em foco é bastante diferente. Lembro de um guerreiro vestido de rubro negro, magro, estatura mediana, cabelos impecavelmente alinhados à moda moicano. Por uma década líder, mesmo quando sem a braçadeira de capitão. Asas nos pés, determinação nos dribles e Flamengo no coração.*Imagem: globoesporte.com


Ver Léo Moura jogar com raça, magnetismo que o tornava gigante, deu à posição - lateral direito - rosto e identidade. Mesmo o anti-flamenguista o reconhece e respeita. Titular, a partir de sua chegada ao clube, conquistou a torcida que acostumou-se a ver Léo Moura defendendo " o mais querido", em 500 (quinhentos) jogos. Marca alcançada em outubro de 2014.*Imagem: flamengoatemorrer.10.com.br


Leonardo da Silva Moura, não é apenas um nome no coração dos Flamenguistas. Numa sucessão de boas lembranças, impossível esquecer a dupla de laterais formada por Léo e Juan que, literalmente, infernizou a vida de muitos jogadores, com sua velocidade e resistência; ora apoiando no ataque, ora cruzando, ora na defesa minando o avanço do adversário. E, até mesmo, fazendo gols.*Imagem: assisnoticias.com.br



Figura inesquecível. Chegou à Gávea em 2005, já em 2006 conquista o seu primeiro Título profissional, com   a Copa do Brasil. Numa atuação que agradava cada vez mais,  foi eleito o melhor lateral direito do ano, corria o ano de  2008 quando, numa fase muito boa o Flamengo foi campeão da Taça Guanabara e Carioca. *Imagem: bandeirantes820.com.br



Ídolo, foi decisivo na conquista do Quinto Tricampeonato Carioca pelo rubro-negro em 2009. Numa interação que escreveu seu nome na história do clube, nesse mesmo ano o mais querido conquistou o hexacampeonato brasileiro, sendo esse o primeiro título brasileiro do incansável Moicano. Em 2010 recebeu a braçadeira de capitão e chegou a 300 jogos pelo time que aprendera a amar.*Imagem: laizaeperlla.blogspot.com


Nos anos que se seguiram destacou-se pela regularidade construindo sobre si uma aura de responsabilidade, competência, credibilidade e liderança. Como ocorreu com outros jogadores no Brasil, mesmo em forma e dando tudo de si se viu envolto numa indisfarçável tensão a respeito da sua renovação contratual. Como sempre pautou seu comportamento no clube de forma tranquila, sem atribuição de culpas ou de qualquer outra coisa, mesmo com seu contrato renovado até o fim de 2015, optou por deixar o clube com honra, brilho e carinhos dos torcedores.* Imagem: esporteuol.com.br



Muito me marcou a saída de Léo Moura. Embora entenda que no nosso País, o profissional de qualquer área, se torne repentinamente pouco rentável com a idade, independentemente de estar realizando suas atividades de forma normal. Não posso deixar de ressaltar que as tardes de Domingo perderam um pouco de seu brilho... * Imagem: www.gazetapress.com.br



Uma imagem ficou gravada na minha retina. Um pai que saia do campo, sem sequer ver a homenagem que seria prestada à seu ídolo, o seu filho, um garotinho aparentando sete a dez anos, chorava convulsivamente  e não suportava a ideia de ver Léo tirar, pela última vez a camisa do Flamengo. A televisão mostrou, os repórteres tentaram, nada influenciou a emoção que brotara espontânea.* Imagem: flamengo.com.br



Sinto pelo jogador, pelo ícone, pela figura carismática.  Léo Moura que deixou o Flamengo no dia 04, quando recebeu uma Placa em sua homenagem, entregue por Zico, num jogo contra o Nacional do Uruguai, foi aplaudido e ovacionado por 30.000 pessoas. Saudade, 10 anos de gávea e incontáveis admiradores, após 519 jogos, 47 gols. * Imagem.esportesterra.com.br




Todavia, as notícias são boas. Ainda corrente o mês de Março Léo Moura foi oficializado pelo Fort Lauderle Strikers dos Estados Unidos. Começa bem. Irá usar a camisa 10 e o marketing que vem recebendo trata-o como líder, maestro, segundo a Diretoria. *Imagem: blogs.lancenet.com.br


Obrigada Léo Moura, por tantas alegrias, tanto compromisso e equilíbrio. Que Deus guie os teus passos nessa nova jornada. Quanto ao Flamengo, mais uma vez nos encheu de ALEGRIA! Isso com o MARACANÃ COM MAIS DE 50.000 pagantes.

Um brinde a você!

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