Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

domingo, 5 de maio de 2013

“ A ESPERA DE UM MILAGRE”

POR QUE?




Estou, literalmente, a espera de um milagre. Não aquele que torne tudo ao meu redor exatamente como eu quero ou gosto. Também, com a Graça de Deus, não é nada que diga respeito à saúde. Estamos bem, dentro de nossas respectivas idades. O contexto é outro. A necessidade bem diferente. Mas, isso não a torna menos considerável, ao contrário, urge. O tempo passa e as coisas só tendem a crescer.



Somos um se considerarmos o mandamento cristão de que que somos todos irmãos, descendemos DE UM SÓ CRIADOR e o que  fizermos, de bem ou de mal,  a qualquer de nossos irmãos, fazemos a nós mesmos enquanto minúscula parcela da humanidade, do Universo. Os nossos atos ecoam não só em nossas vidas, mas e também no existir.


Entretanto, é necessário lembrar que foi dado ao ser humano o livre arbítrio. Aquele distintivo que nós faz livres no pensar e no agir segundo as nossas convicções, a nossa ética. A escolha é da cada um, o respeito, a consideração, a capacidade de tolerância com e para o semelhante, próximo ou não, parente, “aderente” ou mero conhecido, qualquer opção deve ocorrer de forma pessoal e com assunção de total responsabilidade. 


Já coloquei nesse blog, em texto anterior, sob o título “A INDIVIDUALIDADE DOS SONHOS”, o seguinte: “E os casais? O seu sonho pode ser o dele. O sonho dele pode ser o seu. MAS, O SEU SONHO NÃO TEM QUE SER O SONHO DO SEU AMADO E VICE VERSA. O casal pode sonhar junto. Mais que uma coincidência tal acontecimento é a certeza de que um completa o desejo do outro e um representa para o outro a convivência/parceria que não deseja perder.”



Igualmente, na mesma postagem, fiz a seguinte observação: “Acreditem, são muitos os aspectos que ameaçam os sonhos. O excesso de ambição de um, a apatia, a ausência de projetos do outro ou mesmo a existência de um plano incompatível com os desejos do outro; as pressões familiares e sociais que cercam as pessoas; a ausência de diálogos e a temível oração do eu sozinho: eu quero, eu decido, eu faço, sugerindo: você não conta, não tem vontade, só acompanha.”



Pois é. Vemos todos os dias pessoas queridas, que não só convivem, mas vivem bem, com respeito mútuo e apreço. Todavia, mesmo com esses cuidados, preciosos numa relação, numa amizade, há situações de imposição. Pode ser que aquela pessoa que exige não se dê conta do quão é importante para a outra manter viva aquela idéia,  conservar o simbolismo e as lembranças de luta, de crescimento, de alegria, de companheirismo, de momentos cruciais na vida do outro. 


Ainda que se fale muito em amor, emoção, compreensão, na vida prática não há muito a se esperar de adultos além da racionalidade agregada à educação na condução de suas vontades. Os nossos desejos, por serem diferentes dos de outras pessoas não são, obrigatoriamente, contrários. Não têm que colidir com anseios diferentes. Entretanto o desencontro de aspirações tem produzido muitas arestas entre casais.


É uma impropriedade afirmar que o Direito de um começa onde o do outro termina. Os direitos convivem e se completam. Os indivíduos, porém, muitas vezes os desvirtuam e os conduzem sob uma ótica pessoal e inegociável. O litígio, quase sempre, nasce da ausência do direito de uma das partes, de seu equívoco, o que obriga a quem detém a legitimidade agir no sentido de se resguardar.



O pacto, o entendimento, cresce à medida que os indivíduos raciocinam olhando verdadeiramente o outro, fazendo memória de suas decisões em situações semelhantes. Lembrar que o outro também fez e faz concessões. Não se deprecia aquele que percebe uma atitude controversa e sabe recuar. Ao contrário, pode significar crescimento, amadurecimento, mostrar as necessidade e adequações que a vida passa a exigir, em resumo: “Mutatis Mutandis.” Mudar o que deve ser mudado.




Por mais próximos que sejam as pessoas não há como saber o grau de sacrifício, os embates, o que as conquistas diárias significaram e significam para o outro? Pode até ser que em relação a si e ao companheiro algumas pessoas decidam de forma totalmente diversa da que “decidiram”, em questão semelhante, quando, noutra oportunidade,  necessitavam preservar alguém. Ainda que o façam automaticamente, num nível de inconsciência que, inclusive, determina a negação  da atitude.



É, sempre afirmo que nós não vimos ao mundo para fazer graça. Se observarmos com atenção e dispusermos de tempo e coragem para investigar, veremos que mesmo os palhaços, em grande maioria têm uma história triste e quando não, sua pintura que mostra um riso escancarado revela, nos traços dos lábios, quase sempre, um contorno que denota tristeza.


No meu dia a dia, quando tudo parece dar errado, quando  o mundo parece conspirar contra nós, o exemplo que sempre cito é o das hienas: são horrorosas, manquejam, se alimentam de restos, só fazem sexo uma vez por ano e mesmo assim vivem  “gargalhando”. Não se sabe de quem riem. Se delas mesmas ou se daqueles que, com ou sem vida, se tornam seu alimento. 


O que nos redime, em primeiro momento, é a nossa FÉ. A certeza da PROVIDÊNCIA DIVINA. Esperar um milagre é quase que diário em nossas vidas. Todos aguardam o seu milagre particular. É sempre produtivo. Alimenta a nossa Crença, mantêm a esperança e não nós deixa cair na terrível armadilha da depressão. A humanidade acostumou-se a tal acontecimento. Sou mais uma e espero o meu milagre.

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