Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

DESPREZO AO SEXO!

CHOQUE!
             Acredito que, entre outra coisa, o bom senso é algo a ser utilizado em qualquer faceta da vida humana e, invariavelmente, resulta em ganho à convivência das pessoas, isso até mesmo sem que se examine a questão da aprendizagem que provêm de tais direcionamentos.


             A interpretação de fatos e atos comuns  pertence a cada um dos que integram a ação ou apenas a observam. Aprendi que a mais simples das explicações acerca de algo é a literalidade da coisa. Ao ler um texto, o mais simples é apreender o sentido das palavras e do conjunto, a literalidade do que está escrito.  Se é um fato, a príncipio e a forma mais natural é ver o quadro que se desenrola diante dos olhos sem buscar outros significados. É por assim dizer, uma visão reta, sem entrelinhas, sem atalhos.


             Pois é, hoje quero abordar a questão da sexualidade. Não a opção exercida por adultos que têm o direito de livre escolha, de exercer a sua preferência, o seu comando íntimo. Falo de algo mais emocional, algo que influi deformando a natureza dos seres.

             Li e não acreditei. Numa publicação da revista Veja, datada de 19 de dezembro de 2012, às folhas 92, 94 e 96, há uma matéria que registra inovação nas propagandas das filiais das lojas de brinquedo Touys ”R”Us e BR Toys, no que tange a confecção dos novos catálogos destinados a época de Natal.

            
              Seguindo  “uma orientação da Swedish Advertising Ombudsman, uma das organizações que regulam a propaganda na Suécia", nos anúncios destinados a venda de brinquedos, naquelas especializadas, as crianças foram fotografadas de forma inversa ao que tradicionalmente ocorre em tais ocasiões. 


             Vê-se sob o título “EDUCADOS NO SEXO NEUTRO”, fotografias de crianças, de ambos os sexos, onde o menino, passa roupa usando um ferro cor de rosa, sob uma mesa de passar também cor de rosa;  uma menina faz pose usando uma metralhadora. Normalmente tais brinquedos estariam nas mãos inversas. A criança do sexo masculino com a arma e a do sexo feminino com os costumeiros instrumentos á moda das donas de casa. Inclusive, há o registro de que no impresso promocional " as fotos mostram as meninas com carrinhos e armas de mentira e meninos se divertindo com bonecas e utensílios domésticos...".


             Sob o argumento de que foram inúmeras as reclamações da propaganda conservadora praticada pelas lojas, o órgão orientou que se adotasse uma visão “ de uma corrente pedagógica que defende a tese de que meninos e meninas devem ser criados da mesma forma”. Leia-se criação sem observação, distinção do sexo das crianças. Isenção de Gênero.
      
             Pois é, me defino como uma pessoa simples. Sem o verniz dos intelectuais. Sem o conhecimento dos Mestres. Sem a petulância e a certeza dos “donos da verdade” que encontramos no nosso dia a dia. Me vejo como uma amante da natureza, acredito que deixá-la seguir o seu curso é uma grande escolha.

      
             A condução deliberada de atos contrários ao que se apresenta com naturalidade, pelo menos para mim, é algo que ressoa assustador. Demonstrar total desprezo ao sexo pode resultar em algo extremamente nocivo aos envolvidos.

             Realmente eu já havia visto imagens de crianças trajadas diferentemente do que seria comum ao sexo, mas, em momento algum me deparei com artigos onde a situação fosse tratada com a clareza e detalhes  expostos na revista Veja. Há explicações sobre a atitude,  as suas origens,  adeptos e  resultados visíveis de tais opções.



             Assim causou-me um misto de dor e pena ver uma das filhas de um casal famoso,  que  desde bebê – foi vestida pelos pais como se fosse um menino. A criança, uma linda menina, aparece, talvez beirando sete anos, vestida de menino, com uma expressão masculina, totalmente descaracterizada de sua natureza feminina. O gênero feminino parece fazer parte de uma ficção, pelo menos para aqueles pais em relação à filha.
           
              E não foi opção, tal caracterização foi imposta, lhe foi tirado o direito de se mostrar como menina, criança do sexo feminino, uma direção escolhida por quem a educa e que, necessariamente, não teria de ser  a adotada, por inclinação natural, da maior interessada. Há uma violação, uma indução que, inclusive, a uma pessoa dotada de senso comum, sem especialização sobre o assunto, poderia sugerir problemas psicológicos, confrontos e indefinição.



             Para mim a sexualidade é algo extremamente pessoal. Vi ao longo de sessenta anos as mais estranhas situações envolvendo tão importante aspecto da vida humana. Conheci alguém que durante muitos anos foi vista e tratada pelos pais como menino porque eles desejavam um filho homem. Esta menina, embora muito nova, tem apenas dezoito anos, comporta-se como se fosse um adolescente. Cerca-se de amigos, faz referências a si como do sexo masculino, veste-se e assume posições extremamente masculinas. Hoje há um visível arrependimento dos pais.

             Nesta mesma linha de ação, um menino que foi tratado por sua mãe como se fosse menina, sempre recebeu presentes de meninas, tinha toda a coleção da boneca Barbie, era vestido sempre com roupinhas rosa, shortinho com babado nas pontas, blusas e não camisas. É hoje um jovem totalmente despersonalizado em sua masculinidade, não se reconhece como do sexo masculino. Cito um exemplo de cada caso. Conheço muitos outros com maiores ou menores repercussões, em todos observei a ausência de respeito dos pais e dos cuidadores e o total aborrecimento quando se lhes fazia alguma observação.


             Estranho mundo esse onde os responsáveis pela formação de seus filhos, influenciados até mesmo por decepções,  sonhos que não conseguiram realizar ou por orientações de profissionais descompromissados com a boa mídia e que, por anos a fio erotizam crianças através de anúncios, artigos e outros, negam-lhes o direito de serem – enquanto crianças, em formação física e psíquica - ajustados a realidade de seus corpos. O tratamento de crianças deve ser igualitário, respeitadas as diferenças próprias dos sexos, da idade, da condição física e psicológica.
            
             A repulsa à orientação sexual, na conformidade do que é natural pode levar a erros incorrigíveis. A Veja o citou e a enciclopédia Wikipédia registra:  “ David Reimer - nascido saudavelmente do sexo masculino, mas que teve sua identidade sexual modificada e foi criado como uma menina depois que seu pênis foi acidentalmente destruído durante uma circuncisão. Nascimento: 22 de agosto de 1965, Winnipeg. Falecimento: 4 de maio de 2004, Ottawa. Cônjuge: Jane Fontaine (1990 a 2004). Irmão: Brian Reimer. Filiação: Janet Reimer, Ron Reimer.


             Resta informar que a mesma fonte – A Veja – publicou, que David jamais aceitou ser tratado como menina, aos dois anos rasgava os vestidos, recusava-se a brincar com bonecas, sofreu bulliyng na escola e somente veio a saber da mudança de sexo aos 14 anos. Os seus pais, sob a orientação de um psicólogo nos Estados Unidos foram aconselhados a uma cirurgia para construção de uma vagina artificial.    

  
             O profissional buscava comprovar uma teoria segundo a qual não eram as características físicas que determinavam o sexo e sim a forma como as crianças eram criadas por seus pais. Mais uma vez a minha visão de leiga sugere deduções diferenciadas quais sejam:  o remorso  ditou a opção dos pais e a ânsia de comprovar uma teoria e  ser reconhecido por tal, ditou a conduta do profissional. Ambos fracassaram. David pagou com sua vida o erro desses. Não só ao suicidar-se em agosto de 2004, mas e principalmente, durante toda a sua atormentada existência. 


                Os problemas decorrentes da ausência de definição foram abordados  em Tomboy que é um longa-metragem escrito e dirigido por uma francesa, Céline Sciamma, sobre a atração na adolescência, quando a personagem título se revela atraída por outra do mesmo sexo, assumindo personalidade dupla, identificando-se mais como do sexo oposto ao seu, criando um nome diferente e o utilizando fora de sua casa. 


                O filme não define o que acontecerá no futuro, mesmo assim mostra a flexibilidade dos pais que estão preocupados com a gravidez da mãe, a adolescência da irmã mais velha e sequer se vê um só diálogo que passe informações, esclareça dúvidas, demonstre interesse dos pais em relação à filha. Será essa a ideia de família a que devemos nos acostumar?

             Aos pais um apelo no sentido da preservação de seus filhos. Não há pieguice, redundância ou atraso, em prover as crianças da proteção necessária enquanto não estão desenvolvidas, física, mental, moral, espiritual e socialmente em condição de liberdade e dignidade, conforme estabelece o Estatuto da criança e do Adolescente.


         Ainda, o direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais (Art. 17 ECA). 
             Imagine-se adulto, exercendo plenamente a sua sexualidade e de repente tomar conhecimento, através de pessoas ou de fotografias, que em determinado período de sua vida você foi tratado e caracterizado como sendo do sexo oposto. Ou você que vive em conflito com seu corpo descobrir que ouviu de seus pais, durante toda a sua infância o quanto foi decepcionante ter uma filha ao invés de um filho homem? Ou vice-versa.

             Os ensinamentos, a orientação, a educação no lar é a primeira que um ser humano recebe. Na  Bíblia Sagrada em João 8:38 há a seguinte passagem:” Eu falo das coisas que o meu Pai me mostrou, mas vocês fazem o que aprenderam com o pai de vocês.” O Cristo assinalou a importância da postura, das escolhas feitas pelos pais como caminho indicado aos filhos. O desprezo pela natureza desses certamente não poderá repercutir bem em sua intimidade.
             Espero jamais ter que conviver com um desrespeito tão grande as nossas crianças!
          

6 comentários:

Anônimo disse...

OXE,

ESSE POVO É DOIDO É? PRA GENTE DESSA QUALIDADE CADEIA É POUCO.

PERSEVERÂNÇA disse...

Excelente postagem!
Assunto necessário, mas infelizmente a sociedade brasileira não tem cultura e ação suficiente para trazer abertamente esse pensamento, você está de parabéns.
Deixo um grande abraço fraterno,
Nicinha

Anônimo disse...

Lourdes, admitir que os pais estão errados na criação dos filhos que você citou suaviza a culpa deles. Não é erro, é falta de amor e de respeito coisa que indica maldade mesmo. Não tem como acreditar em alguma coisa diferente.

Anônimo disse...

Lourdes o povo que faz isso com os filhos deveria consultar demoradamente sua consciêcia, sua haromonia interna. Se indagar, fazer silêncio e ouvir sua própria voz eter a coragem de deixar a verdade aparecer. O fisco como pai ou mãe.

Tania Mara disse...

Oi querida amiga!!
Quanto tempo passei sem vir aqui.
Asunto e texto muito bom e muito bem escrito. Aqui em casa sempre procuramos dar bons exemplos, mostrar o que é certo perante as Leis de Deus e dos homens.
Quanto ao futuro, só dependerá deles e de suas escolhas. O importante é que lhes mostramos o caminho.

Querida um felíz natal e um ano novo próspero de saúde, amor e alegrias.
Vc é um ser especial que este ano fez diferença em minha vida com suas palavras cheias de sabedoria.
Espero que posamos estar juntas no próximo ano também.
Um grande abraço pra vc e toda sua família.

Anônimo disse...

essa pessoas não tem sequer compaixão com as pessoas, que deveria da bom exemplo com seres humanos.Eu acho que os pais deveria ter um pouco de carinho com seus filhos.o que está acontecendo na mente desse malucos.

Gilson da Silva