Quem sou eu? O que faço

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ainda Dâmocles

Aos possíveis leitores, a minha sugestão é que não devemos nos satisfazer com  simples questionamentos, mas fazê-los, analisando as prováveis respostas, estabelecendo pontos de sustentação e contradições, de forma que as respostas satisfaçam, ainda que por momento, a nossa sadia curiosidade.

Assim pensando, a proposta reflexiva da Espada de Dâmocles será sempre atual, senão vejamos: vivemos no limite entre a permissividade e a proibição. Ao tempo em que abrem-se os porões de antigos órgãos de repressão, oportunizando um mergulho num passado recente, blindam-se políticos preocupados exclusivamente com o seu crescimento pessoal, maquiando um presente constrangedor.

Diuturnamente a imprensa explora a propaganda oficial com grandes campanhas publicitárias, onde a máquina Estatal explode em cores e realizações bombásticas, invariavelmente, “favoráveis” à população. Surge, então, uma incômoda sensação, aquela que insiste em fazer cócegas no nosso imaginário, a pergunta que não quer calar: Por que realizações contínuas, de grande porte e tão benéficas não traduzem melhoria de vida às comunidades?

Ora, a história parece-nos repetida, inspirada, talvez, não nos ideais e sim no modelo da Revolução Francesa, onde, não obstante o idealismo, quase lírico, de Georges Jacques Danton - advogado e Político Francês com cargo de advogado no Conselho do Rei em 1787; Jean-Paul Marat - médico, filósofo, teorista político, cientista, jornalista autor da expressão “inimigo do povo”; Maximilien François Marie Isidore de Robespierre - advogado e político francês; Lucie-Simplice-Camille-Benoist Desmoulins - advogado, jornalista e revolucionário e Mirabeau, Conde e Revolucionário, aliados a pessoas simples ou não, elite pensante ou mesmo cidadãos ou cidadãs de baixo intelecto, apoderaram-se dos destinos da nação, tornaram-se afiados tal qual a lâmina da guilhotina, enfileiraram-se, sempre prontos a fazer Justiça, conforme seu entendimento.

Fazendo memória recente, temos “heróis” que assumem cargos eletivos, elevam-se a uma suposta condição de “salvadores da pátria”, paladinos ou coisa igual , censuram seus antecessores, tecem ao redor de seus opositores um tecido negro de incompetência e corrupção, exorcizam-os nos altares da mídia e, contraditoriamente, o que se vê, o tempo todo, é autopromoção, narcisismo, o culto ao eu sozinho.

Em recente artigo na Revista Época, o Jornalista Eugênio Bucci registra que “O esporte da autopromoção consentida é a única unanimidade da política brasileira”. Resta ao eleitor concordar, discordar, ou criticar de forma consciente, à luz da atualidade, a conclusão a que chegou o jornalista.

A afirmativa é real a partir do momento em que acessamos o nosso consciente e descobrimos que há muito enxergamos tais fatos e nos deixamos levar pela inércia. Se pudéssemos discordar seria tão somente para desculpar a nossa displicência, a nossa relação simbiótica com nossos políticos, eles, fingindo realizações e nós simulando  créditos inexistentes. Há, ainda, a chance de criticar no sentido de partejar, tirar de dentro de nós o que realmente significa a “descoberta” do jornalista.

Em verdade os que pretendem permanecer na política buscam a mídia com todas as forças, formam um grupo coeso, apenas se desentendem e criticam  seus pares quando as atitudes de um invadem os interesses de outro.

A espada de Dâmocles pende sob as cabeças dos governantes - podem rolar ou não -, sob as cabeças dos cidadãos politizados,  com a certeza de que algumas rolarão e, como um pêndulo, diverte-se sobre todos nós, que somos pressionados pela incerteza, pela insegurança, pela ausência de saúde pública, por todos os males do presente; que, ironicamente, nos impulsiona ao reverso da medalha ditado pelo instinto da sobrevivência, pela necessidade de amar e de sorrir. É quando surge a Fênix que habita em cada um de nós.


 


3 comentários:

Leonardo Dantas disse...

Dizem que, "para conhecer o homem, basta dar poder a ele"... A história realmente se repete. O oportunismo, a autopromoção, os interesses pessoais acima de tudo, etc.
Até onde vai o idealismo do homem, seus valores, sua utopia, suas convicções?
Raros são os exemplos dos que resistiram aos feitiços do poder e da glória, e seguiram firme em prol dos nobres valores universais... Mas de vez em quando a história "humaniza o próprio homem", o iluminando com figuras assim.

Fernanda Nóbrega disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernanda Nóbrega disse...

Concordo com você Léo.
Infelizmente e cada vez mais, os homens públicos, a quem incumbe a busca e efetivação dos direitos sociais mais básicos da população só se preocupam com "seu próprio umbigo", com enriquecer suas contas bancárias cada dia mais "gordas" e o povo brasileiro sendo deixado à sua própria sorte.
Raros são aqueles que fazem o contrário e logo são exilados do cenário político nacional, por defenderem outros interesses, que não os deles próprios. Assim foi, assim é e continuará sendo.